𝙲𝚊𝚙 2 • beer night

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Depois de entregar o café do querido - não tão querido - Jeongin Yang, me pus a trabalhar. Geralmente, os serviços prestados por mim aqui não são muito longos ou complicados já que sou uma simples estagiária pegando experiência para, em breve, finalmente embarcar no mercado de trabalho.

Porém, existem os dias de excessões, e a segunda-feira costuma ser um deles. Hoje, Yang me pediu para lhe buscar café duas vezes, fora o tanto de relatórios que me pediu para ler e arquivar caso estivesse tudo certo.

Depois de horas em frente ao notebook, respiro fundo e me permito recostar na cadeira giratória. Olho para a janela ao meu lado já vendo que é noite, estava tão concentrada que nem percebi, e, no mesmo momento, meu celular vibra em algum lugar do birô.
Em meio a papelada espalhada pela superfície, tateio à procura do meu celular encontrando-o sob algumas pastas. Na tela brilha o nome de Luke.

Atendo rapidamente.

Oi, S/n! Boa noite — diz do outro lado da linha, um tanto animado.

— Ei, Luke! Não te vi hoje, senti sua falta. — Esfrego os olhos cansados. — À que devo sua ilustre ligação? — zombo.

Senti sua falta também. — Há sinceridade em sua voz. — Então, o pessoal está indo lá para o Roebuck, você está disponível?

— Acabei meu turno agora.

Só agora!? Deixe-me adivinhar: Jeongin Yang? — Ele solta uma risada anasalada, nem esperando uma resposta porque já a conhece. — Eu entendo que você provavelmente esteja cansada, mas tem um bom tempo que a gente não vai lá...

A voz de Luke consegue ser bem persuasiva às vezes, e ele me conhece bem para saber que sempre que me pede algo como se estivesse implorando, eu não resisto.

Por favor, S/n! Você sabe que nosso pub favorito não é o mesmo sem você. Hein, hein, hein...

— Ok, Lucas! Meu Deus, vou juntar minhas coisas e já encontro vocês. — Rio já me levantando. — Sua sorte é que o Roebuck fica perto da Bang Yang.

— Te vejo lá, songa monga. — Dito isso, Luke desliga a chamada.

Reviro os olhos enquanto coloco minhas coisas dentro da mochila, ajeitando os papéis e as pastas sobre o birô em seguida. Me despeço dos outros dois funcionários da sala que, infelizmente, estão atolados de trabalho e sigo meu caminho.

O corredor vazio e frio, o piso de ladrilhos brancos refletindo as luzes no teto, o aroma de lavanda dos cômodos da Bang Yang, tudo isso já é familiar para mim. Apesar de ter que aturar alguns caprichos de Yang, gosto do lugar. As pessoas são sempre receptivas, simpáticas, estão sempre abertas a ajudar caso alguém precise, não tenho nada a reclamar. Espero que, quando eu me formar, consiga me tornar uma funcionária oficial. Quero dizer, o trabalho que faço aqui é sempre detalhista e bem desenvolvido, nunca deixo nada para trás e sou focada, além de que me dou bem com a maior parte dos outros funcionários; Christopher até mesmo já me elogiou por isso.

Entro no elevador e aperto o botão para o térreo, me distraindo com os números vermelhos passando sobre a porta indicando cada andar quando ele para no terceiro andar, o mesmo da cafeteria. As portas se abrem e a figura que passa por elas me deixa surpresa. Hyunjin Hwang tem seus dedos longos envoltos em um copo descartável de café e, ao contrário de mais cedo, agora seus cabelos negros estão bagunçados, e não deixo de perceber o nó da sua gravata afrouxado.

Quando seu olhar se ergue e ele me vê, um sorriso pequeno se desenha em seus lábios avermelhados, e ele pergunta:

— Você apertou para o térreo? — Apenas concordo com a cabeça. — Ok.

𝐀𝐋𝐈𝐄𝐍 𝐁𝐎𝐘 • Hwang HyunjinOnde histórias criam vida. Descubra agora