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Eu pedia pra ele parar, mas o meu pedido de súplica parecia que era o que mais motivava ele a continuar me tocando, me beijando e me mordendo. Ele parecia se divertir em me ver pedindo para que parasse e me deixasse ir embora logo.

— Por favor, pare! Por favor! — e mesmo que fosse em vão, eu continuava pedindo porque o meu lado defensivo falava mais alto. Meu instinto de sobrevivência palpitava só de imaginar o que ainda estava por vir, e eu não gostava de imaginar, entretanto apesar de não conseguir imaginar eu sabia que eu não iria sair dali do mesmo jeito que cheguei, e o pior era nem mesmo saber se eu iria conseguir viva dali.

— Continua me pedindo pra parar assim — não era possível que uma pessoa sentia prazer em ver o sofrimento de outra. Isso era desumano.

Estava sentindo minha garganta fechar, o ar não passava mais, minha respiração estava quente, insuficiente mas ainda acelerada. Eu simplesmente não entendia como ainda estava conseguindo respirar normalmente. Na verdade eu não estava entendendo porque aquilo estava acontecendo comigo.

Eu só queria que isso não estivesse acontecendo.

Ele continuava sorrindo e satisfeito com a situação, enquanto eu tentava a todo custo me mergulhar em pensamentos que não me fizessem lembrar que meu corpo estava ali, sendo descaradamente violado e tocado.

Eu tentava. Eu tentava, eu juro que tentei. Mas, eu não consegui. Não consegui fazer minha alma viajar pra longe daquilo, não consegui não gravar cada detalhe do que aconteceu...

— Mamãe, mamãe. Acoida, por favor — sinto uma mão fraca e desesperada me balançar.

Acordo do pesadelo que eu odiava ter. Minhas mãos estão suadas e trêmulas. Sinto que meu rosto também está molhado, devido ao suor. Além disso minha garganta está seca e sinto uma vontade enorme de chorar.

Como se não bastasse ter cada detalhe vivido na memória, os sonhos surgiam para me atormentar cada mais, eu os odiava. Odiava com todas as minhas forças.

— Você está bem mamãe? — Nina tem os olhos arregalados e curiosos direcionados a mim. Eu não gostava que ela me visse nesse estado e muito menos que vivenciasse cenas deploráveis como essa.

— Sim, filha. A mamãe só teve um sonho ruim, mas já está tudo bem. — beijo sua testa, na intenção de acalmá-la.

— Então não foi sonho, foi pesadeio. — O olhar de susto continua em seu semblante.

— Isso, foi um pesadelo. — sorrio e a abraço.

— Mas o que você queria que paiasse? — ela se solta do abraço e passa a me encarar.

Olho para os olhos dela e agradeço ao céus por eles serem iguais aos meus.

— Responde, mamãe.

— Sabe que a mamãe não lembra mais? Eu sempre me esqueço das coisas que eu sonho. Você não? — tento mudar de assunto o mais rápido possível.

— Às vezes xim. — ela parece pensativa agora, pensando na pergunta. Ela não está mais assustada.

Conversamos sobre coisas aleatórias depois disso. E ela me conta pela milésima vez coisas que aconteceram na escola no dia anterior.

Nos levantamos e tomamos nosso café.
Acordamos mais cedo que o normal então depois que tomamos o café da manhã, Nina me pede para ajudá-la a molhar suas plantas que ficam na sacada do prédio.

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⏰ Última atualização: Aug 31, 2020 ⏰

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