kindaichi não estava preparado, não importa quantas frases otimistas insistisse repetir para si mesmo. ouviu a porta bater, anunciando a chegada de kunimi no quarto. talvez se kindaichi tivesse ficado deitado na cama com o celular nas mãos como em todos os outros dias, kunimi não teria estranhado. mas ao erguer o olhar, reparou que kunimi estava virado para o espelho enorme que se estendia de baixo e alcançava até o meio da parede, concentrado em sua própria imagem depois de se livrar do cachecol de cor pastel do pescoço, jogando-o na cabeceira da cama, e agora estava desabotoando o casaco jeans.
ele estava distraído. essa era a chance. é agora ou amanhã, pensou kindaichi. então, devagar como um suspiro, ele se levantou e caminhou calmamente até kunimi, olhando para o reflexo dele. kunimi terminou de percorrer os dedos pelas casas de botões e kindaichi pegou nas bordas do casaco, retirando-o primeiramente dos ombros e puxando as mangas longas sem pressa pelos braços dele. deixou a peça de roupa xadrez no gancho ao lado do espelho, só esticando o braço. e voltou-se novamente para kunimi, que o olhava pelo espelho sem emoção alguma.
- estou de volta.
kindaichi abraçou-o pelas costas timidamente, nada casual - porque seria impossível e kindaichi não é bom em fazer o impossível -, sem apertar ou puxá-lo ou sequer fazer peso sobre os ombros dele. deitou a cabeça no ombro de kunimi e esboçou um sorriso sem graça.
- bem-vindo a nossa casa - disse. era uma frase habitual que ele não conseguiria substituir por um "você tem um cheiro bom". mas, daquela vez, havia um charme. havia o "nossa casa".
seus olhos encontraram o rosto de kunimi pelo reflexo, e o seu próprio. o silêncio fê-lo duvidar de si mesmo. então kunimi virou o rosto na direção de kindaichi e beijou-lhe a bochecha. só. e kindaichi explodiu em bilhões de centelhas douradas. se segurando por dentro com cada fibra de seu corpo, ele permanecia encostado em kunimi como musgo numa rocha, repassando mentalmente as dicas de hanamaki.
- como foi hoje? - disse, agora mais tranquilo por fora embora estivesse um terremoto por dentro.
ele deitou a cabeça no ombro de kunimi próximo à curvatura do pescoço exposta pelo suéter sem gola, e, com toda a leveza do mundo, ele beijou a pele pálida.
- o de sempre - kunimi respondeu com voz diminuta. o movimento pode ter sido pequeno, mas ele agarrou nos braços de kindaichi que estavam rodeados em seu tronco, ainda no abraço.
- tediante?
a conversa seguia e kindaichi não parou com os beijos, dando volume à duração e só um pouco, só um pouquinho de intensidade em seus lábios. com os olhos fechados, ele nem ousava abri-los porque não tinha a menor coragem de encarar kunimi pelo reflexo e descobrir qual era a sua feição. então ele não o largou, não cessou. assim como kunimi.
- não sei porque tenho que fazer aula de computação se só preciso imprimir uns negócios no curso... - kunimi ia dizendo, a voz mais baixa a cada palavra. - que saco.
kindaichi inconscientemente murmurou um preguiçoso "hmm", prolongado pela sua falta de resposta. e pela vontade de continuar beijando o pescoço de kunimi enquanto ainda era permitido abraçá-lo. a cada toque de seus lábios na pele macia, os sons ganhavam mais força e, se houvesse um limite para todo aquele afeto, mesmo que leve, kindaichi não gostaria que kunimi o afastasse tão cedo. ele havia acabado de descobrir o paraíso.
- hm... você está bem? - a voz veio quase melancólica.
kindaichi, sem poder evitar, abriu os olhos finalmente. e, mesmo pelo reflexo do espelho, viu que kunimi estava corado e evitando seus olhos também. ele nunca corava. pimba.
- estou bem - sussurrou, apertando um pouco seus braços ao redor de kunimi. o alvo dos seus beijos, agora, era o maxilar, subindo os lábios cuidadosamente para sua bochecha até chegar na orelha, onde disse com a voz baixa. - você está bem? está corado. está resfriado?
VOCÊ ESTÁ LENDO
impotente ☹ kunikin
Fiksi Penggemarsobre kindaichi querer fazer sexo com seu namorado emo [haikyuu!!. kunimi & kindaichi. chat, smut]. © the11aces