Capítulo 1

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TERESA

          — E pirueta, saltou, Demi-plié, subiu com a coluna reta e acabou.

          O professor termina a aula e sinto cada músculo do meu corpo reclamar. Hoje ele pegou pesado fez com que repetíssemos a sequência várias vezes até ele considerar que estava perfeito e quando isso aconteceu tivemos que repetir outras dezenas de vezes para não esquecer a perfeição.

          — Sei que os treinos estão puxados, mas vamos nos apresentar em algumas semanas nada pode ser menos que perfeito, estão dispensados por hoje.

          Ando apressada até o vestiário e rapidamente tomo banho e troco de roupa, eu tinha que estar no trabalho as 10:00 e já são 10:15, tenho sorte por dois motivos: primeiro minha patroa é um anjo e sempre entende quando chego atrasada por causa dos ensaios, segundo meu trabalho é bem de frente ao estúdio, então é só atravessar a rua que estou dentro.

          — Lucy, mil perdões o Arthur arrancou nosso coro no ensaio hoje — digo quando entro pela cozinha da Doçarte.

         — Sem problemas Tetê você esta com crédito por ter ficado até tarde no sábado. Agora vai se aprontar, pois o movimento está grande. — Como eu disse Lucy é um anjo nesse sentido, mas eu não gosto de ficar me atrasando, não é profissional nem justo com as outras meninas que chegam no horário.

          Vou para a área dos empregados que fica nos fundo e coloco meu avental, que é marrom e rosa com alguns granulado que remetem a um donutes, rapidamente vou para o salão.

          Eu trabalho na Doçart uma cafeteria super charmosa que funciona estrategicamente em frente à Academia de Dança  Vivre la vie o que é ótimo pois a cafeteria anda constantemente com fluxo alto de clientes: tem os alunos que estão saindo das aulas e querem fazer um lanche, tem os professores e funcionários da VLV, as mães e pais que estão esperando seus filhos acabarem alguma aula e ficam por aqui de bobeira, em fim, o estabelecimento nunca está  vazio.

          Eu trabalho aqui faz dois anos e adoro meu emprego as pessoas são sempre tão legais comigo, bom quase todas as pessoa penso enquanto vejo Michelle fazer uma careta pra mim, ela sempre vem com papinho que a Lucy me trata diferente, que eu sou queridinha, que tiro vantagem e blábláblá, nossa às vezes eu queria ser surda para não ter que escutar a ladainha dela, não consigo evitar rir muito de mim mesma por esse pensamento idiota. Vou atender a primeira mesa e vejo que são meus colegas do balé.

          — Oi pessoal. — falo animada já tirando meu bloquinho e caneta do bolso do avental.

          — Tereza minha linda não sei como você tem pique para trabalhar, estou com dor até no cabelo só vou tomar um café aqui e ir pra casa hibernar até amanhã.

          — É o professor estava inspirado hoje, mas eu como mera mortal tenho que trabalhar para pagar as contas me digam o que vocês vão querer?

          Anoto o pedidos e vou para o balcão.

          — Acho que você deveria conversar menos e trabalhar mais — a Michele que também veio retirar um pedido me diz — além de chegar atrasada a queridinha ainda fica de papo com clientes.

          Como sempre a ignoro, termino de prepara o capuchino e o café preto que me foi pedido enquanto espero a cozinha liberar o restante. Aqui na Doçart todas as garçonetes também são barristas, então os pedidos de café são por nossa conta preparar. A Lucy é especialista em pâtisserie os doces e bolos que ela faz já são super conhecidos pelo sabor delicioso. A Letícia é a outra chef e sócia da cafeteira, ela faz as receitas salgadas e os maravilhosos sucos que também já são bem famosos. Nos garçonetes somos 12 e revessamos nos turnos. A lanchonete abre as seis da manha e só fecha por volta da meia noite. Não sei como a Lucy da conta de cuidar de tudo, eu também praticamente tenho três empregos, mas o ritmo da Lucy é frenético.

Nosso Ritmo (DEGUSTAÇÃO)Onde histórias criam vida. Descubra agora