智🥤.
Hwang Hyunjin estava prestes a arrancar aquilo que Minho chamava de testículos.
— QUE INFERNO, MINHO, ENLOUQUECEU???? QUEM DEIXOU VOCÊ MANDAR AQUELA PORRA 'PRA ELE, SEU CUZÃO?! — Hyunjin corria atrás do amigo, que gargalhava sem parar.
— Pelo menos você conseguiu o zaperson do menino, você deveria estar me agradecendo, caralho! — Ele disse, entre risadas histéricas e seus pulmões implorando por ar.
— Agradecer o meu cu, seu escroto!! Passei uma puta vergonha, ele deve me achar o maior esquisitão agora. — Parou de correr, ajoelhando-se no tapete e enfiando sua cara na pelugem macia.
Minho se sentou na cama, ofegante, observando o amigo esperniar de maneira abafada sobre o carpete macio. Revirou os olhos e se jogou de costas na cama, atirando os braços para trás e encarando o teto, ao passo em que fingia não escutar os resmungos incoerentes de Hyunjin. Talvez assim ele aprendesse a lição de nunca ir ao banheiro e deixar Minho sozinho com seu celular em seu campo de visão.
Hwang até cogitou a possibilidade de pegar um de seus travesseiros e sufocar o mais velho enquanto parecia desatento e alheio ao que dizia, mas deixou isso de lado e continuou a pensar na vergonha que passou minutos atrás.
Hyunjin tuitou algo sobre comer o cu de Minho, mas este não deu muita bola. Na verdade, estava disperso demais para prestar atenção em qualquer coisa, ou simplesmente comentar algo na publicação, limitando-se em apenas um emoji com estrelas nos olhos — o que não passou despercebido pelo loiro.
— Você comentou um emoji... isso é estranho.
— Garoto?? É só um emoji.
— Você nunca usa só um emoji.
— Deixa de ser paranóico, seu pé no saco. — Minho jogou uma almofada em Hyunjin, que a segurou no ar e pôs em seu próprio colo.
Hyunjin encarou o amigo. Minho normalmente era alguém brincalhão, muitas vezes sarcástico e que ria de quase tudo, e, apesar do Lee tentar agir como se estivesse tudo bem, Hyunjin sentia o contrário; que tinha algo de errado com o mais velho, como se ele se sentisse desconfortável ou algo estivesse o incomodando.
Não que aquela fosse a primeira vez que Minho agia assim, na verdade, era mais comum quando uma data específica se aproximava. As peças começaram a se encaixar quando o Hang olhou o calendário atrás de sua porta.
— Hyung...
— O que é, porra, me deixa em paz! — Esbravejou ele, sem tirar os olhos do celular.
— É amanhã, não é?
Minho percebeu o olhar preocupado do amigo, mas fingiu não se importar.
— Amanhã, o quê? — Disse com indiferença.
Hyunjin logo notou que o mais velho sabia do que se tratava, mas não queria tocar no assunto. Ele encarou o garoto, vendo-o sentado na cama, com as pernas cruzadas e o olhar perdido, enquanto arrancava as cutículas que ficavam nos cantos das suas unhas.
— Minho, sabe que 'tá tudo bem falar sobre isso comigo, não sabe?
Os olhos de Minho cruzaram-se com as íris bonitas bonitas do Hwang, hesitando. Estava incerto sobre aquilo. Amava seu amigo e confiava nele. mas a ferida era recente e ainda estava cicatrizando, e doía bastante quando tocavam-na.
Um sorriso triste tomou seus lábios, e o clima deprimente tomou o quarto, enquanto encarava seus pés de maneira nervosa e com o maldito nó em sua garganta. Minho queria chorar, mas limitou-se em um suspiro carregado de receio.
— Já faz dois anos, Hyun, eu já deveria ter superado... — Assim que as primeiras palavras saíram da boca do Lee, as lágrimas vieram à tona, numa enxurrada de arrependimento e saudades.
— Meu anjinho... — Hyunjin foi até Minho, permitindo-o chorar o quanto quizesse em si.
— Eu sinto tanto a falta dela... — Tentou dizer entre soluços — Às vezes eu sinto o cheiro de perfume barato que ela usava, e, merda, aquela droga têm cheiro de bunda mas eu nem ligo mais 'pra isso por que se tornou parte do que ela foi um dia.
Hyunjin engoliu em seco, tentando se manter forte. Minho precisava de si, e não conseguiria ajudá-lo chorando consigo.
— Antes, eu me culpava por ter pedido aquela maldita viagem de aniversário, eu achava que a culpa fosse minha, que se eu tivesse aceitado passar meu aniversário aqui, se ela não tivesse entrado naquele avião, se fosse eu no lugar dela... talvez nada disso teria acontecido e ela ainda estivesse aqui. Mas, sabe Hyunjin, eu acho que, uma hora ou outra, isso iria acontecer, mesmo que eu tentasse impedir de todas as formas, minha mãe iria morrer.
Minho tinha a respiração falha, mas bombardeava as palavras tão rapidamente quanto reunia forças para prosseguir.
— Eu só quero que ela fique bem, que esteja em um lugar bonito, e que... me perdoe por não valorizá-la enquanto a tive comigo. — Ele se afastou, passando as mão pelo rosto molhado pelas lágrimas e visivelmente vermelho.
Hyunjin segurou fortemente as mãos de Minho, com seus olhos cheios de lágrimas.
— Me desculpa por não saber o que te dizer, eu só-
— Por favor, não diga nada, eu só quero tomar um sorvete de menta com chocolate, assitir A Pequena Sereia e alguém 'pra me abraçar. Depois que fizermos isso, vou me sentir melhor.

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phobia.
Fanfictionhan decidiu enfim aceitar o fato de que estava perdidamente apaixonado por cada célula e partícula de hwang hyunjin, mas estava cedo demais para admitir isso para qualquer outro que não fosse ele mesmo. chansfolk © september, 2020 hyun + sung | text...