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CARTA ABERTA A TODOS QUE ME AMARAM

dois pontos: 1) não sou boa com palavras e provavelmente nunca vou ser, 2) não sei o motivo desse texto agora e provavelmente nunca vou saber.

me disseram que eu era uma pessoa difícil de amar, quase impossível. que colocar os olhos em mim era como ver um anjo, mas quando eu abria minha boca eu parecia um anjo caído de tão pesadas e quebradas que eram as minhas palavras.

chegaram a me dizer que talvez eu tivesse trauma do amor por algum motivo desconhecido e por isso não sentia a necessidade de retribuir qualquer tipo de sentimento. mas me falaram também que nenhum dos meus inúmeros defeitos foi capaz de fazê-los não me amar. que, por mais que a minha aura fosse de extrema negatividade, eu era tão boa em mentir que eu conseguia disfarçar isso e deixá-los, em alguns momentos, com ótimas partes de mim.

eu sinto muito, sempre senti. eu gostaria de falar para essas pessoas que se eu tivesse escolha, eu escolheria amar todas elas. que por incrível que pareça, amar elas era tão certo e tão errado ao mesmo tempo. se eu pudesse falar ou passar um tempo de novo com qualquer um de vocês, meus queridos amantes, eu talvez sentisse alguma coisa.

apesar de tudo, vocês me amaram e eu definitivamente amei vocês, mas também odiei cada pedaço de vocês que me fizeram sentir isso. é tão confuso que talvez quando essa carta chegue ao final, vocês ainda terão que ler ela mais umas mil vezes e mesmo assim não me entenderão.

uma vez me disseram que, ao mesmo tempo que me amar fosse difícil, eu trazia a maior certeza da vida deles: a de que por mais difícil que eu fosse, valia a pena todo o esforço.

agora eu sempre me pergunto: depois de toda a dor que eu causei, vocês se arrependem por terem insistido em mim?

agora eu sempre me pergunto: depois de toda a dor que eu causei, vocês se arrependem por terem insistido em mim?

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