Capítulo 5

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Seu pai olhou Nick de cima a baixo. Depois revirou os olhos e se levantou, se aproximando do mais baixo.

-- E onde você estava? Saindo com suas amiguinhas?

Nick trincou os dentes.

Seu pai era um homem alto e ameaçador, com uma barba escura que cobria seu pescoço e a cabeça careca. As sobrancelhas grossas do mais velho quase sempre estavam unidas, principalmente dentro de casa, e já era possível ver algumas rugas em sua testa.

O senhor Cooper era um sócio de uma grande empresa de roupas na Inglaterra, o que faz com que sua família seja bem sustentada, tendo até demais na visão de Nick.

-- Estava tirando dúvidas – O filho deu de ombros e passou pelo mais velho.

Ignore-o, ignore-o, ignore-o.

Só precisava chegar a seu quarto e poderia se deitar e ter um momento de descanso.

-- Você não voltou para casa ontem à noite –

A voz grave e forte do pai invadiu a sala de novo e Nick parou.

Antes que pudesse responder ou encontrar alguma desculpa, a mãe do ruivo se virou no sofá e fez uma careta para o marido.

-- Se vocês pudessem pelo menos uma vez parar de discutir, eu ficaria muito feliz. Nick, vá logo para seu quarto, e meu bem, venha se sentar, pelo menos dessa vez vamos ter um pouco de paz.

O pai de Nick o olhou de cima a baixo de novo, a cara mais fechada ainda, mas ele foi para o lado da esposa em silêncio.

O ruivo respirou fundo e seguiu para seu quarto. Sua mãe já estava de saco cheio de tantas brigas que o marido buscava dentro de casa, mesmo não apoiando seu filho do mesmo jeito.

A senhora Cooper era uma mulher esbelta e bonita, com os cabelos ruivos e ondulados batendo na metade de suas costas.

Realmente, sempre que sua mãe ia em alguma festa do trabalho de seu pai, a mais baixa era sempre uma atração muito bem vinda, sendo sempre elegante.

Seria uma mulher perfeita, se não bebesse tanto.

Claro, ninguém mais sabia disso, arruinaria a imagem de seus pais, porém não havia um dia que aquela mulher não estava com uma garrafa de vodka na mão.

Pelo menos ela não era tão persistente em mostrar que não era a favor da sexualidade de seu filho como o pai.

Sua mãe não era a pessoa mais atenciosa, nem de longe, mas pelo menos ela se esforçava para alimentar seu filho, no mínimo. Nunca dissera que o odiara, nunca dissera que sentia vergonha dele, nem que ele era uma decepção.

Não completamente.

Mas isso não a impedia de olhar para ele feio, nem de ignorá-lo diversas vezes, ou de simplesmente pedir para que ele fosse para o quarto e não a incomodasse mais.

A pessoa que a levava para a cama quando seu pai estava fora, que limpava metade da sujeira sempre que ela ultrapassava o limite de seus limites, nunca recebera mais do que um olhar de agradecimento que logo era desviado para qualquer outra coisa que fizesse sua mãe parecer menos constrangida.

Nick já precisara dar banho em sua própria mãe pela fraqueza que a mesma sentia depois de ficar com tanto enjoo.

Não era como se esperasse um agradecimento cheio de carinho depois.

Não, havia parado de esperar por um anos atrás. Ele apenas a ajudava porque, querendo ou não, aquela era sua mãe, a única razão de ele não ter sido expulso de casa pelo pai – ainda.

O céu está azul hojeOnde histórias criam vida. Descubra agora