Capítulo 8

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Depois de um longo dia de aulas e trabalhos e mais aulas, Nick finalmente estava voltando para casa. Estava exausto e tinha certeza que, depois daquela semana cheia, estava com olheiras duas vezes maiores. Mas não se importava, pelo menos a semana havia acabado e enfim podia ter uma noite de sono completa em paz.

Respirando fundo, ele girou suas chaves na fechadura e abriu a porta...

E encontrou sua mãe jogada no chão com uma garrafa de whisky e uma poça de vômito ao seu lado.

Por Deus, o que ela fizera desta vez.
Nick rapidamente jogou sua bolsa em um canto qualquer e foi ao encontro da ruiva.

Quando ele virou seu corpo para cima, a mulher gemeu mas não abriu os olhos.
Pelo menos estava acordada.

O ruivo passou seus braços pelas costas e pernas da senhora Cooper e a levantou, se direcionando para o banheiro.

Mesmo não querendo, mesmo lutando contra esse sentimento sempre que a encontrava naquele estado, Nick não conseguiu evitar de ficar preocupado e nem acalmar as batidas rápidas do coração.

Pois toda a vez – toda vez – ele achava que sua mãe não conseguiria mais. Achava que a ruiva iria apagar e nunca mais voltar à consciência de novo. Ele não conseguia nem imaginar em como seria tudo depois disso: seu pai berrando incansavelmente com ele, dizendo que era culpa do mesmo por ela ter feito o que fez, que ele quem devia ter ido no lugar dela e que daquela vez não ia ter ninguém para salvar Nick do brutamontes que era seu pai.

Ele não queria achar nada. Não queria imaginar nada. Não queria se importar com nada.

Afinal, por que deveria? Sua mãe era apenas uma alcoólatra que fingia ser a esposa e a mãe perfeita, quando na verdade mal olhava para o rosto de seu próprio filho.

Mas mesmo assim... não podia deixa-la daquele jeito. Não conseguia.

Nick colocou delicadamente a mãe sentada no chão do banheiro de frente para a privada e segurou os longos cabelos ruivos da mesa para trás, enquanto levantava a tampa.

A mulher tremia, mas se inclinou e colocou mais um pouco para fora enquanto Nick só esperava em silêncio.

Aquilo já se repetira tantas vezes... Tantas vezes encontrara sua mãe inconsciente e precisara fazer de tudo para que ela ficasse aceitável de novo.

Aquilo tudo se tornara quase um ritual entre os dois, e ele sabia que a mãe também tinha noção disso.

Ela apenas não se importava.

Quando a ruiva se sentou de novo, ela começou a tirar sua blusa com dificuldade.

-- Levante os braços – ele disse calmamente e ela obedeceu.

Os olhos de sua mãe ainda estavam meio fechados e ela estava pálida quando Nick a colocou dentro da banheira e arregaçou as mangas de sua camisa cinza.

Ele se lembrou da primeira vez que teve de ajudá-la. Da primeira vez que encontrou sua mãe quase desmaiada na frente da privada. Ele entrou em pânico total.

Pensara em ligar para o pai, ou até mesmo para o hospital, mas sua mãe, fraca e tonta, apenas disse:

-- Só me ajude a trocar de roupa e ir para a cama.

E ele o fez. E todas as outras vezes ele teve que se virar para cuidar de sua mãe quando seu pai não estava em casa – quase sempre.

Aquilo já era rotina, ele já não ficava mais visivelmente desesperado, ou chorava depois que sua mãe pegava no sono.

Ele aprendeu que aquilo era sua vida.

-- Você... – Sua mãe disse, a voz falhando, e Nick se desligou de suas memórias.

Sua mãe quase nunca falava. Na maioria das vezes ficava em silêncio enquanto seu filho trabalhava, Nick não sabia se para facilitar o cuidado ou pela vergonha.

-- Eu – ele respondeu enquanto esfregava o braço um pouco sujo de vômito dela.

Nick aprendera que a melhor forma de distrair sua mãe bêbada e fazer tudo ficar muito mais fácil era conversando; respondendo e distraindo a mais velha.

Sempre funcionava.

-- Sorri mais – ela disse lentamente, o observando com uma calma que ela nunca tinha quando estava naquele estado.

Nick então parou e a olhou de volta, surpreso.

Ela estava o observando esses últimos dias?

-- Por quê? – Ela continuou e seu filho deu de ombros.

-- Alguém me ajudou esses dias. Nada demais.

-- É um menino, não é?

O ruivo parou de novo e assentiu hesitante.
Mas não teve nenhum xingamento, não teve nenhuma testa franzida, nenhum olhar de nojo.

Apenas uma mãe pensativa.

Nick então esvaziou a banheira e calmamente secou sua mãe antes de leva-la para o quarto e pegar um pijama que parecia confortável.

O que dera nela? Por que se importava, e por que não reagiu como sempre?

-- Não vou contar para ele – ela disse finalmente quando Nick terminou de cobri-la na cama.

Seus olhos estavam entreabertos mas ainda assim, o garoto conseguia ver um brilho de... preocupação?

-- Que bom – ele disse simplesmente e se virou, indo para seu próprio quarto.

Mas Nick não viu que sua mãe colocara uma mão sobre seu coração, e nem que adormecera pensando sobre a pergunta que não tivera forças e nem coragem para dizer:

“Este garoto é especial para você, não é?”

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Ah, gente que pena do Nick que eu esrou sentindo 🥺🥺
Esse capítulo é importante, então memorizem ele ok?
Muito obrigada por ler, espero que esteja gostando da história.
Não esqueça de deixar sua estrelinha e seu comentário!
Até o próximo capítulo ❤️

O céu está azul hojeOnde histórias criam vida. Descubra agora