❝Eu me nego a estar ligada a Satanás, Belzebu, o Maligno, o Diabo, Lucifer ou qualquer nome que lhe tenham dado.❞
SELINA TINHA APENAS OITO anos quando viu sua mãe morrer queimada, presa no teto do quarto de seu irmão mais novo, por forças sobrenatur...
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Lawrence, Kansas 20 anos atrás
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SELINA SEMPRE SENTIU que havia algo diferente nela, algo que a tornava anormal em comparação com seus pais ou seus irmãos, algo que ela sentia percorrer por todos os ossos de seu corpo, mas que não podia contar, afinal ninguém acreditaria nela, talvez até mesmo pensassem que ela fosse esquizofrênica.
Selina escutava vozes, ou melhor, uma voz em específica que não estava realmente falando com ela, mas ela ainda podia ouvir, no fundo de sua mente, às reclamações, os gritos, a raiva. Selina as vezes via coisas que não estavam realmente presentes, as vezes algum símbolo estranho na parede que logo desapareceria, ou uma sensação brilhante ao seu redor, e as raras vezes ela podia ver as costas de um ser, um homem, e sempre que ele se virava para ela a garota não conseguia ver seu rosto, apenas seus olhos vermelhos que arrepiavam todos os pelos de seu corpo.
Ela não podia contar nada para seus pais, não quando sua mãe estava ocupada demais se preocupando com Dean, o garotinho de 4 anos que desde o nascimento de Sam se sentia negligenciado. Ela não podia contar para seu pai, não quando ele estava ocupado demais com o bebezinho adorável de 4 meses que precisava de atenção constantemente.
Sempre foi assim, Selina sempre sentiu que sobrava em sua família, no início ela era a garotinha do papai, eles sempre faziam tudo juntos, Selina sempre gostara de esportes e por isso sempre os via com o pai, que se sentava em sua poltrona, com ela em seu colo enquanto comentava sobre seu time favorito. Mas então nasceu Dean, Selina amara ter um irmãozinho mais novo para brincar e mimar, ela amava ajudar a mãe a cuidar dele, mas depois de seu nascimento Selina conseguiu notar o distanciamento em relação ao pai.
John estava em êxtases pelo nascimento de Dean, e com o tempo, os momentos de pai e filha se tornaram momentos de pai e filho, era Dean quem assistia esportes com o pai, sentado em seu colo enquanto John lhe explicava o esporte. A mesma coisa acontecera com Mary, Dean tinha toda sua atenção.
O ciúmes nunca afetara a relação de irmãos, Selina foi ensinada que como irmã mais velha deveria sempre proteger e cuidar do irmão, e Dean a admirava tanto que passava todos os dias atras da irmã, sempre escutando-a como se fosse a entidade com mais sabedoria que já pisou na terra.
E depois que Sam nasceu foi quando Selina percebera que todos tinham um time, menos ela, sua mãe favorecia Dean, mesmo de maneira indireta, enquanto John favorecia o pequeno Sammy.
Mas Selina não se ressentia de seus irmãos por isso, e tentava não se ressentir de seus pais, ela entendia que por serem mais novos precisavam de mais atenção do que ela.
