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 Fugir do vilarejo não havia sido fácil, principalmente por eu não saber aonde estava. Felizmente achei o caminho certo para o castelo, que agora estou a encarar, pensando se devo ou não adentrar o lugar.

Deixar Romeu havia sido a coisa mais difícil em tempos que eu havia feito, escrever a carta sem chorar foi um grande desafio, porém era completamente necessário. Não estava pronta para vê-lo morrer por mim, ainda tínhamos muito para viver, infelizmente viveríamos longe um do outro agora.

Respirei fundo, decidida a adentrar a grande construção. A segurança do local estava reforçada, muitos guardas que nunca havia visto antes, aqueles eram os soldados Lambert? Deixei o cavalo na estrada da floresta, e caminhei até os grandes portões do castelo.

- Desculpa senhorita, mas não pode entrar.

O guarda de aproximou de mim, seus trajes não era os mesmos do reino, era um soldado Lambert. Olhei para seu rosto, era jovem, acredito que não tivesse mais que vinte anos.

- Chame o soldado Colin.

- Colin? – Suspirou. – Senhorita, eu tenho ordens diretas para não fazer isso.

- Preciso falar com o soldado Colin.

- Poderia saber o motivo, senhorita?

- É particular.

- Mande-lhe uma carta então, nossas vidas pessoais ficam fora do castelo.

Bufei, aquele rapaz estava me dando nos nervos. Procurei em sua roupa algum indício de seu sobrenome, não achando nada. Revirei os olhos, não tinha o tempo todo para ficar ali, precisava impedir uma guerra e aquele rapaz não estava me ajudando.

- Eu ordeno que chame o general Baron.

Minha voz havia saído firme o suficiente para fazê-lo acatar minha ordem, sorri satisfeita ao vê-lo se afastar. Alguns minutos depois o mesmo soldado voltou, juntamente com o general, os olhos de Baron se arregalaram um pouco ao me ver.

- Majestade.

O general fez uma breve reverencia, sendo seguido pelo guarda Lambert, que estava surpreso. Olhei-os, esperando que voltasse a postura normal. Adentrei o castelo sem interrupções desta vez.

- Cansaram da vossa companhia? – A voz de zombaria de Baron me fez revirar os olhos discretamente.

- Não lhe interessa Baron, aonde está meu pai?

- O rei ainda está nos aposentos reais, princesa.

- Certo, informe sobre minha presença aos cozinheiros.

- Participará do café da manhã?

- Sim general, algum problema com isso?

- Nenhum Majestade.

- Que bom. – Sorri. – E mantenha a boca fechada para os Lambert e meus pais, quero que me vejam apenas no café da manhã.

- Como queira vossa Majestade.

Sorri satisfeita comigo mesma, havia sido boa em lhe dar ordens. Caminhei até meus aposentos, aquele lugar nunca havia sido tão grande. Sentei-me sobre minha cama, me lembrando dos momentos com Romeu. Seus toques em minha pele, me fazia arrepiar mesmo em pensamentos. Suspirei ao ver os raios de sol, naquele momento Romeu certamente já havia se levantado.

- Princesa!

As vozes de Agnes, Hera e Micaela preencheram o vazio do cômodo, me fazendo virar para olhá-las. O trio veio ao meu encontro, me abraçando de uma forma reconfortante. Sorri, eu estava de volta a minha casa, mesmo que meu coração não estivesse.

Por vocêOnde histórias criam vida. Descubra agora