Se você está aqui para ler uma história com um final feliz, vou te dar uma (não tão) triste notícia. Essa é uma história desprovida de amor recíproco, ou sei lá como vocês preferem o chamar.
Bem, me deixe começar novamente. Havia uma princesinha que morava em um castelo enorme e tinha tudo o que queria. Mimada por natureza, bastante ciumenta e sobrevivendo apenas com o amor de seu pai que mesmo ocupado arranjava um tempo para a pobre garotinha que ainda tendo tudo o que queria, sentia-se triste e sozinha. Abandonada para ser mais específica.
Em uma tarde de suas férias, ela conheceu um rapazinho de rostos angelical aos seus olhos. Olhos castanhos que chamava bastante atenção da pequena e um gosto peculiar por quadrinhos que a deixava bem confusa as vezes quando o escutava falar sobre tal assunto. Ele era filho de um casal de camponeses bem simpáticos com a realeza e isso acabou virando uma linda amizade, tanto dos adultos quanto dos pequenos que não entendiam praticamente nada sobre os sentimentos que iriam começar a aparecer em algum momento.
Os dois passaram anos de suas vidas juntos. Quase em todos finais de semana encontravam-se em uma pequena casinha na árvore no meio da praça Central daquela aldeia.
Foi amor à primeira vista. (para a pobre garota que sonhava em viver um romance igual ao dos livros) Os dois se divertiam quando estavam na companhia um do outro. Conversavam sobre tudo, ela até passou a gostar dos quadrinhos que ele tanto falava. A princesinha passava horas de seu dia dedicando seu tempo a aprender pelo menos a letra do estilo musical que o garotinho gostava, só para terem algo em comum. Na verdade, a garota não gostava nem um pouco da batida da música e nem das letras. Era pequena demais para entender que não precisava correr atrás do que não gostava apenas para agradar alguém. Mas foi nesse exato momento que ela aceitou estar apaixonada pelo garoto de rosto angelical que encontrou por acaso na aldeia. Estava cega pelo sentimento de agradá-lo a todo custo. Queria ser notada, mas pensava que isso não aconteceria por causa de uma camponesa que havia chegado à aldeia. Era uma garota com gostos diferentes da princesa. Viraram amigas, porém não era uma amizade tão boa. A camponesa tinha anseios parecidos com o do garoto a qual a princesa estava apaixonada, e isso a deixava preocupada. Sentia-se abandonada novamente quando a menina estava por perto, mas não gostaria que ninguém soubesse. Realmente, ninguém iria saber se a princesa não tivesse deixado seu diário na cor vermelha na casa da árvore.
Quando descobriu que a camponesa sabia sobre sua paixão secreta, passou a fazer o que a garota queria. Vivia com medo que o rapaz descobrisse seu sentimento e não reagisse bem, por isso sempre obedecia a menina.
Bem, passaram-se alguns anos e eles foram separados, pois o (não tão) garotinho precisou mudar de aldeia, e isso fez a (não tão) pequena princesa guardar todos seus sentimentos pelo rapaz em seu coração e trancar as sete chaves.
Esquece-lo de uma vez seria o mais sensato a se fazer, mas a princesa não conseguia tirá-lo de sua cabeça, e muito menos de seu coração.
Cartas foram escritas e guardadas no meio de seus livros preferidos, para que quando fosse o ler novamente, lembrasse de sua paixão que estava a quilômetros de distância.
A garota arrumou uma (não tão) amiga que acabou destruindo sua vida de um jeito que a princesa não sabia como tudo isso começou. Provavelmente foi interesse da parte da garota nas coisas materiais que a princesa tinha. Mas quando perceberam isso, a garota de sangue azul já estava totalmente destruída. Não só psicologicamente. Botava sua máscara com um sorriso estampado quando apareciam em seu quarto. Fingindo estar bem, a (não tão) estúpida princesa se fechava em seu mundo, não deixando que ninguém a conhecesse bem por medo de que a queda fosse maior dessa vez. Porém, outra garota apareceu em sua vida, prometendo amizade eterna.- Eu sempre estarei ao seu lado, não importa o que acontecer. Você pode contar comigo. - disse a garota
A princesa - ainda com receio de se aproximar de alguém - confiou nas palavras da nova amiga, e com isso, outra amizade nasceu. Uma amizade verdadeira, a qual uma ajudava a outra quando precisavam.
A princesa, já crescida, conheceu diversos garotos (não tão) bonitos de sua aldeia com quem teve seu primeiro encontro. Um encontro que se possível ela esqueceria para sempre, mas seus pais nunca a deixaram esquecer do rapaz que arruinou seus sonhos de tentar seguir carreira de seus sonhos. Depois disso, sua vida amorosa começou a entrar em declínio, um rapaz pior que o outro aparecia na porta de seu coração querendo entrar, porém, essa parte de seu corpo era trancada as sete chaves para um rapaz específico.
Passaram-se anos, e a princesa não tinha notícias de seu amado. Até pensou que havia pegado um tipo de "imunidade" ao tal rosto angelical do garotinho que conhecerá um dia. Mas estava errada, muito errada.
No final do ano a família real recebeu uma carta, anunciando o aniversário do rapaz que completará 18 anos. A animação da princesa foi tanta ao pensar que poderia voltar a ver o rapaz, que sentia seu coração bater tão rápido que doía as vezes. Passou aquela noite em claro, imaginando como ele estaria. "Com certeza está mais belo do que o nascer do sol." Ela pensava ao ver o sol aparecer na manhã seguinte.
Os dias foram passando bem devagar até o dia da grande festa acontecer. Mas algo não a deixou ir de encontro ao mais velho. Motivos idiotas a impediram de olhar nos olhos do rapaz e contar tudo o que veio sentindo durante anos. Isso a deixou triste pelo resto do dia, andando pelos corredores de cara fechada e um enorme bico de frustração nos lábios.Você pode estar pensando: Eles não vão encontrar-se, então?
Realmente eles não se viram naquele ano, mas sim, no ano seguinte em janeiro. Porém, dias depois da festança, a princesa enviou uma carta para a casa do camponês. Aquela carta carregava tantos sentimentos que estava pesada por conta das folhas usadas. Assim que o carteiro levou o envelope rosa, sentiu seu coração apertado, mas não podia fazer mais nada.No mês seguinte, eles se encontraram. Era uma manhã muito bela e a aldeia estava repleta de crianças pela rua, já que não iriam à escola por ser suas férias de verão. Tocava uma música baixinha na praça Central, perto da casa na árvore. Que por curiosidade, a princesa voltou a subir aqueles degraus até pisar na madeira da pequena casinha, vendo a silhueta de um rapaz alto e magro perto da janela. Sentiu seu coração acelerar. A música que soava em um tom bem baixinho começou a ficar mais alta, fazendo o coração da pobre e (totalmente) iludida garota bater mais rápido, causando um pequeno desconforto.
- Não pode ser ele. - Pensou a princesa, aproximando-se devagar do rapaz que ainda não havia percebido sua presença.
A moça toca em seu ombro, o que o fez virar em sua direção, deixando a garota de boca aberta ao reconhecer aqueles olhos castanhos extremamente brilhantes.
Passaram a tarde inteira na casa da árvore, relembrando os velhos tempos, até que...- Me desculpe, mas a carta... Eu não sinto o mesmo, princesa. - Ele dispara, deixando a moça em sua frente sem chão. Sentiu seus olhos marejados, deixando que algumas lágrimas caíssem sobre sua bochecha
- Eu já imaginei, é que... aquilo foi uma promessa que eu fiz para mim a alguns anos. Me desculpe.Estaria mentindo se dissesse que o clima não ficou pesado entre eles. Por isso, dias se passaram e eles não se falaram. O camponês não queria ficar daquele jeito com sua amiga, e o mesmo se aplica a garota, que estava disposta a recuperar a amizade que eles tinham.
O mais velho voltou a conversar com a princesa aos poucos, e com isso, descobriu tudo o que ela havia guardado para si. Todas as cartas agora não faziam mais sentido ficarem escondidas. A garota queria livrar-se delas o mais rápido possível, mas ao mesmo tempo estava muito apegada a elas. Era como se estivessem se conhecendo pela primeira vez, o que era, teoricamente verdade, pois eram muito pequenos para entender os gostos um do outro.Meses depois, a amizade de antigamente estava recuperada, mas os sentimentos da garota não haviam sumido. Pois não é da noite para o dia que essas coisas acontecem. Foram seis anos e meio gostando de uma pessoa, é muito tempo.
A amizade estava indo às mil maravilhas, até os pequenos flertes aparecerem, deixando a princesa confusa. Ela batalha todos os dias contra seus sentimentos, os fazendo sumir aos poucos, mas aquelas palavras do rapaz pareciam tão... convincentes, o que a fez cair novamente. Não queria ter aquele misto de sentimentos de volta, por isso, apostou tudo em suas escrituras. Uma nova carta foi escrita, mas desta vez foi uma carta de despedida, na intensão de deixar de sentir tudo o que um dia sentiu pelo rapaz, guardando apenas a lembrança da música que tocou na praça central. A música (não tão) secreta que tocava seu coração todas as vezes que a batida começava.Você provavelmente nunca ouviu essa história, e sabe como eu sei dela e com detalhes?
Porque eu sou a princesa.
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A música (não tão) secreta.
Cerita PendekEla é uma princesa que ainda não encontrou o amor.