1. A Palestra Decisiva.

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notas iniciais:

bom dia, boa tarde, boa noite! mais uma ficzinha chaennie saindo do fundo do poço pro cêis. 

diferente das tragédias que faço essa vai ser bem levinha, mas com mensagens importantes e momentos fofos.

espero que gostem.

comentem e deem like. (apoie uma chaenniezinha <3)

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Rosé odiava Fatey.

Não era nada pessoal, ela não tinha nenhuma queixa grave ou motivos plausíveis contra a professora do clube de teatro, era apenas um grande e puro desgostar. 

Mas, caso perguntassem, ela poderia encher uma página inteira com possíveis justificativas, começando pelo fato da mulher de meia-idade ter um senso de moda para lá de ultrapassado, usar óculos quadrados na ponta do nariz, deixando-os tão longe dos olhos que ela mal enxergava as letrinhas miúdas do roteiro e afinar a voz em três oitavas para falar.

Porém, naquele momento, a causa de seu ódio era outra muito mais justificável:

Fatey estava a impedindo de falar com Jennie, sua melhor amiga.

Rosé não aguentava mais. Se ela escutasse mais uma vez as palavras "peça", "audição" ou "teatro", iria dali direto para o hospício. Já passava das 3 da tarde, não era possível que alguém ainda estivesse em seu juízo perfeito depois de oito aulas.

Ela tira o pé de cima poltrona aveludada e pega o celular discretamente para checar as horas.

15h25. 

Ótimo, só precisava aguentar mais quinze minutos e estaria livre.

Fatey nem olhava para os alunos, estava imersa demais em seu monólogo sobre a "Arte do Teatro" para notar as expressões entediadas. Mas, não se engane, ela era capaz de ouvir um ruído a quilômetros de distância.

Uma vez, inclusive, Fatey escutou um assovio vindo no fim corredor e parou a aula só para mandar o aluno para a diretoria. Foi a partir daí que todos, inclusive Rosé, aprenderam a serem cautelosos e por isso, ela é discreta ao cuspir o chiclete de cereja já sem sabor e colá-lo embaixo da cadeira.

As palestras intermináveis causavam todo tipo de sentimentos: fome, raiva, tristeza e principalmente sono. Em Rosé, elas causava ansiedade, já que ela não podia se juntar ao grupo dos comilões, pois gastava toda mesada em CDs e , bom, ninguém com quem pudesse trocar mensagens secretas já que Jennie não possuía telefone.

Não é como se não tivesse outra amigas , porque ela tinha Jisoo,  Lisa e todas as outras meninas do clube de líder de torcida. Mas, não era a mesma coisa. Elas faziam parte de clubes diferentes e não entendiam — nem suportavam mais — suas reclamações sobre a professora.

No final, Rosé só se encaixava no grupinho dos crentes, mais especificamente, ao pessoal que rezava para Fatey perder a voz ou ser convocada para a diretoria. 

Para a infelicidade de todos, isso raramente acontecia.

O clube de teatro se reunia no teatro da escola, que também era onde aconteciam todas as peças e recitais. Um lugar majestoso, com paredes de madeira, um lustre de cristal suspenso no teto e um palco coberto por cortinas vermelhas pesadas. Fatey subia nele dele para dar as aulas e, para os alunos, restava as poltrona da plateia.

Cisne Negro: Um Musical Chaennie | (longfic) |  • pcy + kjnOnde histórias criam vida. Descubra agora