Chapter 6

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Dois anos antes

- Meu bolinho, quando a gente vai se ver de novo? - o segurou pelo braço, olhando apaixonada.

- Semana que vem. Pode ser?

- Claro, tudo que você quiser. - ela sorriu e eu fiz uma careta.

- Preciso ir agora. Nos vemos depois. - a dispensou com cuidado. Vai que ela surta aqui no meio da rua.

- Tá bem, até depois. - beija seus lábios e vai embora.

- Porra, como você aguenta ela?

- Tô pensando em terminar.

- Jura? Eu já teria feito isso há um tempão.

- Ela não é tão ruim assim.

- Bolinho, do que você sabe? - a imitei, segurando seu braço e fazendo voz de bebê.

- Aish...isso não combina com você.

- O que?

- Ser tão...grudenta e infantil.

- Eu posso ser carinhosa.

- Nunca vi. - cruza os braços, mas pego sua mão.

- Posso te mostrar. - entrelaço nossos dedos.

- Aniyo.

- Vai, ChimChim. Me deixa te mostrar que eu posso ser melhor do que ela. Meu orgulho está pedindo.

- Seu ciúmes tá pedindo. - me corrige.

- Yah! - riu e assentiu.

- Claro, claro. Seu orgulho. - sorrio e o abracei de lado.

- Vamos ao shopping, ver um filme e tomar um café depois.

- Esse é seu plano de encontro?

- É um bom plano. O shopping é o melhor lugar pra essas coisas, porque podemos testar a integridade do sujeito. Se é mesquinho, chato pra comer, se gosta de fazer compras ou se faz coisas pra te agradar.

- O que normalmente é...

- A última opção, já que eles esperam no mínimo te levar pra cama. Continuando, no cinema a gente não precisa conversar muito, então fica mais pra dar uns beijos.

- E você faz isso com todos os caras?

- O que você acha? É procedimento padrão, Park. Tiro e queda. Sempre funciona. Testar o beijo é o mais importante.

- Tá. E no café?

- Bem, no café a gente descobre os interesses um do outro e vê se quer ter outro encontro ou se é perda total.

- Você diria que eu sou o que? Um possível próximo encontro ou perda total?

- Perda total. - fez cara feia e gargalhei. - Estou brincando com você. Baseado na nossa amizade, eu diria que você vale vários encontros e até possibilidade de namoro.

- Hm. Sou um cara formidável.

- Sim, meu caro. Um bom partido, eu diria. - sorriu e abriu a porta do carro para eu entrar. - Qual é o destino, Park?

- Surpresa. Minha vez de mostrar que eu sou melhor do que você.

Inacreditável. Esse cara não sabe perder.

Pediu que eu fechasse os olhos e deitou meu banco.

- Isso não vai funcionar comigo, Park.

- Vamos ver. - dirigiu por alguns minutos e o cheiro da maresia me dizia bem aonde estávamos.

everything I wantedOnde histórias criam vida. Descubra agora