Capítulo 24 (Penúltimo Capítulo)

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Por Jaqueline

Anos Atrás

Eu sofri muito com a minha fuga. Deixei meus pais que eu tanto amava por não aguentar ver minha irmã com o homem por quem eu estava apaixonada. Foi numa época de chuva que eu conheci a Marta, que me tirou das ruas e me acolheu em sua casa, que era um bordel. Certo dia, eu fui estuprada por um dos clientes do bordel e fiquei grávida. Dessa gravidez nasceu o Júlio, meu filho. Eu não podia criar uma criança naquele lugar, por isso decidi deixá-lo aos cuidados da minha irmã, Roberta. Foi muito difícil pra mim ter que me separar da única coisa boa que acontecera comigo naquela época: o meu filho. Alguns anos mais tarde, conheci o meu falecido marido, Herbert, com quem me casei apenas por ele querer me tirar daquela vida de prostituição. A Marta não fez nenhuma objeção, pois ela queria uma vida melhor para mim. Durante todos esses anos eu fiquei vendo meu filho crescer de longe: um detetive que o Herbert contratou para seguir os passos do Júlio, me contava tudo o que acontecia, me mandando fotos regularmente do menino. Quando ele completou dezoito anos, depois da morte do Herbert, resolvi voltar para o Brasil para tirá-lo da minha irmã.

Atualmente

Estou em meu apartamento em Aracruz e estou aguardando o Felipe, pois havíamos marcado de nos encontrar no Shopping Oriundi. O Júlio já jantou e está trancado no quarto, porque eu já fui muito boa com ele, mas ele passou dos limites quando me disse que sua verdadeira mãe era a Roberta, aquela filha da puta, piranha. Mas ele iria ter uma surpresa, quando eu contasse que o pai dele estava traindo a mamãezinha querida dele comigo. A campanhia toca e e vou atender.

— Felipe, que bom que você veio me buscar para irmos ao cinema — falei bem alto para que o garoto escutasse.

— Cadê o Júlio? Queria poder ver ele — pediu Felipe, quase como uma ordem.

— Ele está de castigo por ter me desobedecido — respondi, fria.

— Jaqueline, o menino já tem dezoito anos. Não acha muito infantil colocá-lo de castigo?

— Não — respondi, pegando minha bolsa, enquanto ele estendia a mão para mim.

— Vamos, então?

— Vamos — e saímos juntos para o Shopping Oriundi.

Por Carlos Henrique

Depois que o Felipe saiu com a vagabunda, eu e o Maury demos início ao plano para resgatarmos o Júlio. Com a ajuda de algumas ferramentas, conseguimos abrir a porta do apartamento da Jaqueline e fomos procurar o Júlio.

— Júlio? Você tá aí? — chamei, em frente a uma porta trancada.

— Tio Carlos Henrique? É o senhor? — ele perguntou, esperançoso.

— Sim, sou eu. Eu e o Maury viemos aqui para te resgatar das garras daquela vadia — respondi, abrindo a porta com a chave de fenda especial do Maury.

— Obrigado — ele me agradeceu, me dando um forte abraço.

— E eu? Não ganho um abraço também? — perguntou Maury, vindo da cozinha.

— Tio Maury! — ele deu um abraço no tio e desabou em lágrimas, nos revelando tudo o que sofrera nesses dias em que esteve sob domínio da Jaqueline. — Aquela mulher é uma peste. Vocês acreditam que ela inventou uma história de que eu sou fruto de um estupro?

Apaixonado pelo Valentão (Romance Gay)Onde histórias criam vida. Descubra agora