"Charli é membro da família dos caçadores de vampiros, mas ela quer ter seu próprio destino.Uma noite em que conheceu Nessa, ela acabou se apaixonando , mas seus pais têm uma rivalidade, eles farão de tudo pra que esse romance não aconteça ."
Hoje é um péssimo dia, além de ter pesadelos enquanto dormia ontem a noite,meus pais estão me obrigando a ir junto com eles pra minha primeira caça a vampiros, era a última coisa que eu queria, pensei que demoraria, mas estava errada, minha jornada vai começar cedo demais, nem queria que começasse na verdade, se passaram duas semanas que estudo em uma escola de verdade, por enquanto continuo amando as técnicas de ensino, mas a Avani ainda insiste em me dizer que isso será passageiro e que em breve eu começarei a odiar estudar, creio que odiar seja uma palavra muito forte, talvez eu me canse e fique sobrecarregada mas prefiro isso a ter que caçar vampiros, tenho que ir pra escola, até mais tarde!
- pronta?- minha mãe diz
- sim, só vou pegar minha mochila!- eu digo
- eu não me referi a escola, estava falando de hoje a noite- ela diz
- você já está ciente do que eu acho!- digo
- vou repetir o que lhe disse ontem, é sua obrigação como parte dessa família!- ela diz séria
- eu também lhe disse ontem que não estou pronta,é cedo demais, eu sou tão inexperiente, eu seria apenas um fardo pra vocês!- quase grito, mas receio que tenha consequências não tão boas
- não quero que a discussão de ontem se repita, pegue sua mochila e vá pro carro, vou estar te esperando!- ela diz é sai do meu quarto
Minha mãe pode ser um doce, mas se tratando do meu futuro ela quer mandar e desmandar, em parte ela está certa, ela quer o meu bem, mas simplesmente não consigo aceitar esse ideal pra minha vida, nessa horas gostaria de ter dezoito anos e morar na minha própria casa, mas a vida não é um filme, a vida real é bem pior, a porra da minha vida é bem pior.
Pego minha mochila, vou até o carro e entro, todo o caminho foi feito em silêncio, prefiro o silêncio profundo do que conversar com a minha mãe agora, ainda mais sabendo que vamos discutir e que talvez ela me deixe de castigo ou algo do tipo, enquanto não chegávamos fiquei pensando em como hoje a noite vai ser, como vou criar coragem pra enfrentar um vampiro? Isso se eu encontrar né.
Minha tarde na escola se resume em fazer todas as atividades, responder a todas as perguntas feitas pela professora, escrever algumas coisas na minha agenda, ler o livro que trago a escola todos os dias e passar o intervalo comendo e conversando com a Avani.
O dia passou rápido, infelizmente, já estou em casa me arrumando para a pior noite da minha vida, gostaria de ter uma vida normal, sério, qual o problema dos meus pais em entender que eu não quero essa vida? Eles poderiam aceitar que meu futuro só depende das MINHAS escolhas, tenho medo de acabar morrendo em um desses nossos "passeios", eles morreriam com a culpa de terem sidos responsáveis pela minha morte, mesmo eu já tendo dito que não quero, nunca quis e nunca vou querer ser caçadora.
- querida, seus tios vão nos acompanhar!- meu pai diz, enquanto eu desço as escadas
- quanto mais ajuda melhor, eu não vou conseguir fazer nada direito mesmo!- digo me sentando em uma cadeira prestes a calçar minhas botas
- não se cobre tanto, você aprenderá com o tempo!- minha tia diz
- tem ocorrido vários ataques a animais, por predadores desconhecidos !- meu tio diz me entregando um jornal com as notícias, folheio todas as páginas, imagens de animais com perfuraçoes e sem sangue são nítidos em cada uma
- muito conhecidos por nós!- meu pai diz recarregando uma arma
- peguei todas coisas!- minha mãe diz voltando do porão com algumas mochilas
- e a Dixie?- eu pergunto
- ela não vai!- minha mãe diz
Tento dizer o quão injusto isso é, mas a expressão no rosto da minha mãe me fazem calar.
Já estamos na floresta a algum tempo, e não encontramos nenhum vampiro, é melhor pra mim, não quero matar ninguém, seja vampiro ou não, meus pais já estão zangados mas eu não ligo, espero que não apareça nenhum, aqui é escuro e frio, estamos na mata fechada, se fosse dia eu poderia contemplar cada tom de verde que se espalha pelas árvores, ouviria os pássaros cantando e veria pequenos bichinhos selvagens correndo pra lá e pra cá , mas a única coisa que vejo agora é a escuridão e percebo o silêncio profundo que me rodeia, a lua já não ilumina tanto essa parte da floresta, tantas árvores enormes escondem o seu brilho glorioso, e pensar que eu poderia estar na cama, maratonando séries e me enchendo de sorvete.
- vamos embora, não há nada por aqui!- eu digo em uma tentativa falha de voltar pra casa
- paciência!- minha mãe diz
- nossos gráficos nunca erram, eles vão aparecer você vai ver!- meu pai diz
- confie em nós- minha tia disse
- se tivermos sorte, ainda hoje você poderá matar seu primeiro vampiro- meu tio diz e meu estômago embrulha, sempre passo mal quando tenho que tirar sangue, se eu matar um vampiro é capaz de eu desmaiar, seria uma vergonha
Escuto um barulho de galhos colidindo e passos apressados, meu olhar procura algo mas não acha, culpa da neblina que me cerca,meu sangue ferve, e sinto arrepios na espinha, confesso que estou aterrorizada, os barulhos dos pequenos grilos ecoam pelo espaço e impedem minha concentração, o ar gelado invade minhas narinas me deixando com uma sensação de ardor, começo a correr sobre a grama alta sem rumo, já não sei onde estou, perdida no meio da floresta sozinha pois já não vejo minha família, a falta de ar me faz parar e me escorar em uma grande árvore, olho pra cima tentando recuperar o fôlego e vejo entre as folhas a luz da lua cheia, sem perceber me encontro chorando, já consigo respirar com facilidade e nisso sinto um odor muito diferente do que eu poderia imaginar em sentir em uma floresta, um cheiro avassalador perfuma o ar, procuro pela escuridão profunda um caminho ou uma trilha mas minha atenção se volta para passos lentos que ficam cada vez mais próximos, sinto a respiração pesada em meu pescoço fazendo arrepiar cada centímetro da minha pele, o perfume é tão forte que se torna injuativo, ao me virar vejo um par de olhos vermelhos vibrantes, estou hipnotizada, paralisada.
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