Depois de tomar um banho e arrumar as suas coisas, Sana desceu as escadas e foi procurar Dahyun. Já se passava das cinco da tarde, aparentemente o almoço e conversa das duas havia demorado mais do que ela imaginava.
Depois de procurar pela sala de estar e cozinha, reconheceu o som de um dedilhado suave no violão vindo da área da piscina da casa, e seguiu o som até encontrar Dahyun com os pés na água e o violão em seu colo, tocando a melodia que havia levado Sana até lá.
Sana sentou ao lado dela, também colocando seus pés na água, admirando a bela vista e apreciando as notas que Dahyun produzia com o violão ao seu lado.
Elas permaneceram assim por um tempo, até que Dahyun subitamente parou de tocar, o que fez Sana voltar sua atenção para a menina ao seu lado.
- O que houve? - perguntou a mais velha, com a voz baixa e o tom calmo, observando curiosa Dahyun, que tinha uma expressão cansada em seu rosto.
Novamente, fez-se silêncio. Não desconfortável, na verdade, tanto Sana quanto Dahyun sentiam uma calma inexplicável. A japonesa manteve seu olhar curioso na Kim, até que a mesma pegou um pequeno bloco de anotações e um lápis que estavam ao seu lado, anotando algumas palavras que Sana não conseguiu ver.
- O que é isso? - a mais velha perguntou, sua curiosidade explodindo.
- "O que há de errado? Você vem perguntando, mas eu não tenho uma resposta. Só tenho pensado. Vamos fingir que pegamos no sono agora." - Dahyun falou encarando Sana, que lhe lançou um sorriso de lado fraco, e apenas pensava no talento da menina ao seu lado - eu pensei nisso agora, pela sua pergunta.
- Como você escreve suas músicas? - Sana perguntou, genuinamente interessada pelo processo criativo daquela que há alguns anos havia sido nomeada como um dos maiores prodígios musicais da sua geração.
- Eu simplesmente escrevo - ela disse, voltando seu olhar para a paisagem a sua frente, paisagem essa que nunca se cansará de admirar - quero dizer, música é sobre isso, certo? Sentimento, experiência. Se eu sinto algo, eu escrevo. Se me acontece algo, eu escrevo. O arranjo e as notas, vem carregadas junto com o que eu sinto no momento.
- E quantas músicas trancadas a sete chaves você tem? Aquelas que você compôs e escreveu, mas que ninguém nunca vai saber da existência? - Sana falou, fazendo com que o olhar de Dahyun voltasse para si, e as duas meninas compartilharam de um sorriso fraco e compreensivo.
- O que te leva a acreditar que essas músicas sequer existem? - disse a menor, ainda com seu sorriso fraco, mas agora com um tom de divertimento.
Ao invés de responder, Sana pegou o pequeno bloco de anotações e o lápis, escrevendo algumas palavras no mesmo e o entregando para Dahyun logo depois.
- "Sinto como se te conhecesse a minha vida inteira. Consigo ver através das suas mentiras. Não sei para onde estamos indo, mas eu gostaria de estar do seu lado."
A Kim terminou de ditar o que Sana havia escrito e olhou para a outra com um sorriso largo, soltando uma risada logo em seguida junto com a mais velha.
— Como é o pôr-do-Sol aqui? – perguntou Sana, a atenção das duas voltada para a bela paisagem.
— Eu não acho que palavras conseguem descrever – soltou um suspiro e reparou no perfil de Sana com o canto do olho – deveríamos ver, o que acha?
— Poderíamos, mas eu imagino que você já deve ter visto ele várias vezes, e não vou resistir a perguntar se você já está entediada – voltou seu olhar para a menina ao seu lado, trocando com ela mais um sorriso fraco, já tendo perdido a conta de quantos elas haviam compartilhado naquele dia.
— Eu tenho meu violão e podemos pegar umas cervejas, além do mais, é difícil ficar entediada perto de garotas bonitas – Dahyun disse com um sorriso de lado, soltando uma risada quando Sana deu um soco fraco em seu braço.
— Uau, quem diria que Kim Dahyun é uma conquistadora barata. Você precisa melhorar seu flertes.
As duas riram e Dahyun se levantou, sendo seguida pelo olhar de Sana.
— Eu não estava flertando, quando eu estou flertando acredite que é bem melhor que isso – arqueou um sobrancelha e piscou com apenas um olho na direção de Sana, fazendo com que a outra risse de si, já entrando na casa – vou pegar as cervejas, não devo demorar, mas se se sentir solitária nesses dois minutos me dê um grito, virei correndo lhe socorrer.
Falou a última parte alto, considerando que já se encontrava quase na cozinha quando terminara sua fala.
Sana riu novamente, pensando aonde diabos havia se metido. Mas não de uma forma ruim, aquela casa, aquela vista, aquela mulher, tudo aquilo lhe fazia se sentir confortável, mais do que jamais havia se sentido durante os últimos anos.
O pôr-do-Sol já estava começando, e era possível escutar de longe o barulho de Dahyun abrindo as garrafas de cerveja. Antes que a mesma voltasse, pegou novamente o bloco e o lápis.
"Porquê nós podemos ficar em casa e assistir ao pôr-do-Sol
Mas não posso resistir a perguntar 'Você já está entediada'?
E se você estiver se sentindo solitária
Deveria me contar
Antes que isso acabe em mais uma memória"Naquele fim de tarde, as duas não trocaram mais muitas palavras, enquanto bebiam algumas cervejas, a atenção de Sana era completamente direcionada à paisagem à sua frente e ao Sol que dizia adeus àquele dia. Dahyun, por sua vez, aproveitava a companhia, as letras, e a calma que sentia para compôr algumas melodias.
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Parte dois tá aí, fé 🙏🙏🙏 queria agradecer aos votos e comentário nos outros capítulos, isso motiva bastante fico assim 🥺🥺🥺.
A música que inspirou o capítulo é Are You Bored Yet? do Wallows com a Clairo, aqui o link https://youtu.be/wIgmyE5Juzw
Essa parte ficou bem pequena comparada com a primeira, mas não se preocupem que geralmente os capítulos vão ser maiores, é só porque esse foi dividido em dois mesmo.
Enfim, não esqueçam de votar e compartilhar e comentar o que acharam, isso ajuda e motiva muito, também me sigam no twitter @baejsana. Até o próximo 🙏.
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the next best american record | saida
FanfictionQuando Minatozaki Sana, uma das maiores cantoras da atualidade, procura ajuda da produtora musical Kim Dahyun para escrever um disco, em meio a noites viradas, letras e melodias, elas acabam com muito mais do que apenas algumas músicas.