➳ Capítulo único

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Eu, Draco Malfoy, estava segurando vela. Pois é, nem eu acredito que estou passando por isso.

Todas as sextas-feiras, desde que Hogwarts acabou, meus amigos e eu nos reuníamos na casa de alguém do grupo, para beber, conversar e nos divertir. Era bom relembrar os velhos tempos.

Blásio, Pansy, Daphne e eu. Bregamente apelidados de Grupinho Maravilha ou Quarteto Fantástico. No começo éramos só nós quatro, como amigos, pouquíssimo tempo depois as garotas assumiram o namoro, após anos de tensão sexual, e Blásio arranjou uma namorada, Claire, é começou a trazê-la para as reuniões.

Então, basicamente, eu sobrei.

Não me entendam mal, eu amo os meus amigos e desejo apenas a felicidade para eles, mas é constrangedor ouvir conversas de casal e presenciar beijos e carinhos sem ter com quem fazê-los também.

"Ah, Draco, é só arranjar uma namorada!". Como se fosse fácil assim! Ainda mais depois da Guerra. A Batalha de Hogwarts deixou marcas na minha reputação e na minha alma, ninguém se interessaria por mim.

Mas meus amigos pensam diferente.

— Draco, descobrimos um jeito de apagar a sua vela. — declarou Pansy enquanto acariciava a coxa de Daphne.

Ri com a metáfora.

— E qual seria a ideia de vocês? — perguntei apenas pela curiosidade, provavelmente não daria certo.

Blásio se adiantou animado.

— Um encontro às cegas. — ele sussurrou como se fosse um segredo.

Pisquei diante a declaração para depois cair na gargalhada.

— Um encontro às cegas? Por Merlin, pessoal, que clichê!

— Às vezes, lindas histórias de amor nascem de clichês. É simples mas, em alguns casos, quanto mais se complica, mais as chances de dar errado! — recitou Daphne.

Ergui a sobrancelha diante do conselho filosófico gratuito.

— E quem seria a azarada a ter que se encontrar comigo?

— Primeiro, — Pansy ajeitou a postura — deixa de lado essa auto depreciação, isso não combina com você! Segundo, se a gente contasse quem seria a garota não seria um encontro às cegas, cabeção!

— Além disso, já temos tudo planejado. — afirmou Daphne.

— Não sei se eu quero isso. — declaro, me afundando na cadeira em que estava sentado.

— Você não tem nada a perder se você não ir... — diz Claire, tomando um gole de vinho — Mas não tem nada a perder se ir, também. Vale a pena!

— Qual é Draco, você não vai nem tentar? — questionou Blásio.

Claire está certa. São só algumas horinhas que, no fim, não vão dar em nada. Meus amigos tiveram o trabalho e de fazer isso para mim, eu tenho que pelo menos tentar.

— Okay. — aceito — Me digam o lugar, a hora e como isso vai funcionar que eu estarei lá!

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Uma semana depois eu estava parado, em frente à um dos restaurantes bruxos mais renomados de toda a Inglaterra, pensando nas péssimas decisões da minha vida.

Um encontro às cegas? Por que eu aceitei isso? Eu nem conheço a garota! Ela pode ser uma insuportável. Ela provavelmente vai me achar insuportável. Ela pode simplesmente me dar um bolo, ou pior, pode olhar para a minha cara, virar as costas e ir embora!

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