JÚLIA BELLINI

Capítulo 2

Deveria ser só mais um dia entediante como os outros, mas a lindinha aqui tinha que passar mal na faculdade e tem um boy que ainda não sei o nome me segurando.

-Você ta bem? ele perguntava, eu estava nervosa demais para responder as coisas que ele perguntava

-Você precisa respirar devagar, os caras já devem estar tentando abrir, respira devagar!

-Eu não consigo, me tirem logo daqui, pelo amor de Deus, certeza que os meus amigos já estão na porta para filmarem a minha desgraça. Pai Amado, virarei meme.

O boyzinho riu, riu não, gargalhou da minha cara.

- EIII.... taquei logo um tapa no braço dele, eu posso está caída no chão, mas isso não irá me impedir de meter a mão nele, mas ele tem um sorriso que só jesus, já até esqueci o motivo de ter entrado nesse elevador.

- Vai entender, já está boa então né, já posso te soltar?

A cara dele nem arde em me perguntar essas coisas, como pode ele pensar em me tirar desses braços fortes, enquanto eu continuo presa nesse elevador.

-Claro que não, não me solta! E cadê esse povo que não resolve logo esse problema?

- Eu ainda não decidir se prefiro você toda falante ou apenas falando coisas aleatórias

- Ei cara, me dar um desconto! qual o seu nome mesmo? Nunca te vi por aqui e olha que passo o dia todo nesse inferno ultimamente

- Garota, respira! Prazer Lucas Evans!

Quando iria responder, a bendita caixa a abriu e a primeira coisa que fiz foi saltar fora daquela coisa, me agarrei a primeira pessoa que vi na frente

- Essas coisas só poderiam ter acontecido contigo, quando vi o desespero do povo aqui, já imaginei que tu estaria dentro.

-Pedro me dar um desconto vai, eu acabei de sair dessa caixa e você já me fala isso, nem um oi Júlia, você tá bem?

-Foi mal, Ju - ele falou me abraçando, eu que não seria louca de sair daqueles braços, diga-se de passagem, Pedro é lindo demais, uma boca gostosa de beijar, quero nem pensar. Ele acabou por me dar um selinho e me soltar.

- Ei linda, você tá bem mesmo né? Eu tinha me esquecido que Lucas continuava ali, vendo aquela cena

-Ah Lucas, tô bem sim, muito obrigada pela ajuda, sério mesmo e eu me chamo Júlia.

- Foi um prazer Júlia, espero que possamos nos encontrar em condições melhores.

- Eu também e mais uma vez obrigada!

- Não foi nada, linda.

Lucas me abraçou e seguiu o seu caminho, a galera olhava de mim para Pedro que não tinha lá uma cara muito boa, quem ver pensa até que está com ciúmes, devo lembrar ao gato na minha frente que não temos nada oficialmente, além de umas ficadas aleatórias, o que não nos faz um casal de namorados.

- Vou nem perguntar o que aconteceu nesse elevador Júlia! -ele exclamou irritado

-Acho bom tu não perguntar mesmo, porque deixa eu te lembrar, não somos namorados não.

Ele me olhou, pensou em falar alguma coisa, mas calou, simplesmente se virou e foi embora. Melhor assim, não estou pronta para as ladainhas dele hoje, se diz um homem livre, mas quando ver que eu posso trocar o que temos por algo melhor ou só o pensamento disso, age como um homem apaixonado. Não para cima de mim.

- Amiga, tudo que eu queria era ter passado uns minutinhos presa nesse elevador com aquele boy, me conta quem é aquele deuso?

-Jô, o deuso é Lucas Evans!

-LUCAS EVANS? TÚ TÁ BRINCANDO? gritou a louca

-A faculdade inteira ainda não te ouviu, grita mais alto, mas quem raios é esse pra você está com essa cara.

- Amiga linda do meu core, se for o Lucas que eu estou pensando, ele é irmão e sócio do Mateus Evans, dono daquela casa de show que abriu recentemente.

-NÃO BRINCA! E eu não pedi nem um ingressozinho? tô passada!

-Não acredito que tu não o reconheceste, o cara é lindo demais

- Oh se é, e cheiroso também, uns braços que me deu até calor

-Me conta o que aconteceu nesse elevador Júlia, mas me contaaaa logooo.

- NADA, NÃO ACONTECEU NADA! Apenas a sua amiga aqui, dando um show de loucura na frente do dele, ele foi um amor e me ajudou. Sério, nunca mais eu entro naquela caixa.

-Como se a princesa aí, fosse descer todos esses lances de escadas, eu pago pra ver.

-Tô sabendo que uma lindinha aí deu um escândalo no elevador. – João chegou sorrindo de lado

- Eu não acredito que tu já estás sabendo!

- Ju, a facul inteira já sabe que tu estavas presa com o playboy lá.

-Virei a sensação da faculdade, mas tudo que eu queria saber era o que esse playboy tava fazendo por aqui.

-Boatos que ele tá estudando aqui, uma especialização em administração, não sei direito.

-Tá bem informado né João?

-Jú meu amor, as gatinhas dessa faculdade me amam, só tu não caíste na minha lábia...

- Ei, eu também não, me tira dessa que conheço a tua fama de galinha, mas dizem que é um pecado na cama

-Queridos eu não sei vocês, mas eu tô morrendo de fome, as horas naquelas elevador voaram e temos estágio daqui a pouco, bora andando.

-Júlia nem começa que tu ficaste menos de 10min presa ali

- Para mim foram horas, isso não importa agora

Almoçamos na cantina da faculdade e corremos direto para o estágio, quem ver as nossas loucuras não entende como agimos diante desses estágios, levamos a sério tudo que aprendemos e por isso a nossa indignação com a instituição e com alguns professores. Psicologia organizacional não era minha primeira e nem segunda escolha, mas diante das perspectivas de mercado de trabalho e das pesquisas que realizei sobre área, o amor que uma das professoras ensina a disciplina, eu me encantei, sinceramente não me vejo atuando em outra área que não seja a organizacional, pelos menos inicialmente, as práticas de simulação foram quase nenhuma para que eu me encantasse pela clínica, mas quando adentrei em uma empresa para realizar um trabalho, aquilo fazia sentido pra mim.

A procura de trabalho continuava intensa, mas com ajuda dessa professora conseguir uma entrevista de estágio em uma empresa, talvez o meu sono estivesse a pronto para se realizar, faltava apenas conquistar esse espaço e me inserir no mundo de trabalho antes de me formar. Sair do estágio cansada, mas ainda tinha essa entrevista as 16h no centro da cidade, tudo que precisaria era correr para não chegar atrasada justo na entrevista.

A entrevista foi um sucesso, nem o meu nervosismo conseguiu me prejudicar dessa vez, de fato a vaga era minha, começaria na próxima semana, estava saindo da empresa quando me esbarro na única pessoa que pensei que não veria tão cedo, se vocês pensaram no Pedro, eu digo que estão erradíssimos, mas nada me preparou para encontrar os irmãos Evans no final dessa tarde.