Escarlate

Capítulo 02

Assim que a Revelvet mais velha fechou a porta do quarto arrumada para o banquete que os líderes dariam, notou alguém parado do outro lado do corredor com os braços cruzados e expressão com um sorriso irônico no rosto.

— Essa cara não combina com você Demetri — falou fechando a porta de seu cômodo.

— E qual cara combina então? 

— Você era mais fechado e vivia com o maxilar trincado olhando todos mundo por cima, mudou agora que cheguei? — sorriu provocativa — Sabia que sentia minha falta.

— Não fique se achando Irene, muita coisa mudou nesses duzentos anos que esteve fora.

— Claro, estive fora porque eu quis — respondeu irônica — O que está fazendo aqui na porta do meu quarto?

— Marcus pediu para buscá-la e te levar até onde vai ser o banquete — respondeu o rastreador olhando-a de cima a baixo.

— Ora, então pare de me olhar desse jeito e vamos logo porque a comida nos espera. O que vai ser hoje? 

— Um grupo de turistas ilegais.

— Vão pagar com a vida?

— Obviamente, e ninguém sentirá falta deles porque já verificamos isso, o que é melhor ainda.

— Quantos? — ela perguntou curiosa.

— Cinquenta, não se empolgue muito ok? Deixe para os outros também.

— Apenas um já está de bom tamanho, não estou com tanta fome — deu de ombros.

— E aquela sua amiguinha, ela não vai ser descontrolada?

— Katherine tem mais controle do que eu, não se preocupe com isso.

— Fico feliz em ouvir isso.

O vampiro abriu a porta e Irene notou os líderes nos degraus de mármore, Jane mais ao canto junto com Felix e outros vampiros da guarda que ela não se preocupou em observar por muito tempo.

— Fico feliz que tenha se juntando a nós Irene — comentou Aro bem humorado — Basta você dar o sinal que iniciaremos.

Ela observou as feições dele e sorriu de lado.

— Então o que estamos esperando?

•••✦•••

Katherine se olhava no espelho enquanto prendia o brinco na sua orelha e se encostou na cadeira quando terminou ainda se observando. O vestido que havia colocado era um pouco antiquado para seu gosto pessoal que consistia em shorts jeans curtos com camisetas ou coisas mais modernas que combinavam com sua aparência, ao contrário daquela roupa preta com aquelas mangas de renda e cinto feito de pérolas, mas como era o que Irene havia lhe indicado para vestir sabendo que agradaria os líderes, nem resolveu discutir.

Quatro pesadas batidas na porta lhe assustaram um pouco a fazendo pular na cadeira, imaginou ser algum vampiro da baixa guarda que iria conduzi-la até onde estava acontecendo a festa mas se surpreendeu ao ver que era Alec parado.

— Está pronta? A festa já começou — perguntou sem demonstrar muitas emoções externamente, embora por dentro ele estivesse imaginando o porquê dela estar com o rosto corado.

— Sim, só um minuto, esqueci de fazer algo.

A híbrida voltou para dentro do quarto e se olhou novamente no espelho, desta vez tocando seu próprio reflexo fechando os olhos. Alec estranhou no começo os atos da garota e quando iria apressá-la, viu os cabelos escuros da garota sumindo como se estivessem escorrendo para dar lugar ao rosa claro. Katherine se virou sorrindo satisfeita para ele e saiu do quarto deixando um aroma suave de rosas atrás de si que cercou o vampiro dando-lhe uma sensação estranha.

— Vamos? — ela perguntou vendo que ele estava petrificado no mesmo lugar.

— Hm.

— Posso lhe fazer uma pergunta? — a híbrida disse andando ao lado dele.

— Não.

— Vou fazer mesmo assim — respondeu a garota de modo afiado — Quem nasceu primeiro? Jane ou você?

A Revelvet mais nova o olhou de soslaio enquanto andava mas o vampiro apenas fitava o corredor que eles caminhavam.

— Não vai me responder? — questionou a garota.

— Isso importa?

— Só estou tentando ser legal, se não sabe o que é isso, ao menos responda algo em vez de me deixar no vácuo. Você não é nada hospitaleiro.

Katherine esperou por exatos dois minutos até ver que ele não iria mesmo lhe responder apenas bufou e saiu deixando-o para trás, mal percebendo que o vampiro estava se controlando para não avançar em sua direção e acabar com sua curiosidade momentânea se sua pele também tinha um aroma de rosas assim como seu cabelo.

Ao abrir as grandes portas onde aconteceria o banquete, ela notou alguns corpos sem vida no chão assim como leves rastros de sangue. 

— Nos atrasamos um pouco, sobrou quase nada — comentou baixinho ao notar a presença de Alec atrás de si.

— Na verdade não — ele sinalizou para dois humanos machucados tentando se esconder atrás de uma pilastra que havia no canto.

— Com licença — pediu a híbrida.

Rapidamente Katherine estava na frente dos homens os segurando pelo pescoço, Alec observou ela sussurrar algo antes de derrubar um deles no chão e imobilizá-lo com seu pequeno corpo antes de cravar as presas em sua jugular parando somente quando havia um oco cadáver.

— Ele é todo seu se quiser, basta vir — apontou para o humano parado como uma estátua.

— O que você fez com ele?

— Só aproveite, não resta muito tempo até a magia acabar.

O vampiro não entendeu inicialmente o que ela queria dizer até ver que o tom castanho voltava ao seu cabelo gradativamente, e sem pensar duas vezes, cravou suas presas no humano sugando-o tudo o que ele tinha, mas algo estava errado, o sangue do homem estava mais delicioso que de costume.

— O que você fez? — perguntou limpando a boca após tomar todo o líquido.

— Nada demais, apenas deixei ele dormente para dores e outras coisas, praticamente sentindo nada — deu de ombros — Um dos meus muitos talentos naturais.

— Dormente para dores? — questionou o Volturi confuso, ela tinha feito o que seu dom era capaz de fazer.

— Tirei todos os sentidos dele, gosto de fazer isso quando vou caçar um humano.

Antes que o Volturi pudesse falar mais alguma coisa, uma voz soou atrás de si fazendo Katherine ficar levemente tensa.

— Interessante seu dom Revelvet.

•••✦•••

Notas da autora: Hey pessoal, como estão?

O que acharam do banquete? Eu dividi o capítulo em dois para dar um clima de mistério no final 😉

O que acharam da amizade da Irene e do Demetri? E as interações da Katherine com o Alec, já podemos shippar?

Me digam o que estão achando, quero saber tu-do!

Beijinhos com presas!