Second year

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– Annabeth, não vale a pena – repetiu Louis, muito mais entediado do que preocupado.

– Escute bem o que eu estou dizendo, seu fedelho. Se eu ouvir mais um comentário seu sobre mim ou sobre os meus pais, eu mesma vou te transformar em comida de trasgo!

Annabeth não gritava, seu tom era frio e certeiro. No primeiro ano, ela não ouvia tantas piadas em Hogwarts sobre sua origem, mas o tempo foi passando e as pessoas comentavam. Acontece que não era tão comum por ai ter dois pais ou não saber o que dizer quando perguntavam sobre a sua mãe ou então simplesmente não fazer ideia se você correspondia ou não a linhagem "puro-sangue" que a Sonserina tanto prezava. Annabeth realmente não fazia ideia, mas não aguentava mais esse tipo de pensamento do século passado e internamente torcia para que não, desejava que sua família biológica fosse a família mais mestiça que já existiu no mundo bruxo.

Ela não tinha como saber e nem se interessava. Mas se perguntassem o que ela achava, era isso que dizia.

– Quem você pensa que é para falar assim comigo?! Eu não tenho culpa se nem os seus pais te quiseram. E olha que somos bruxos, estamos acostumados com coisas estranhas! – Ele soltou uma risada olhando para um pequeno grupo de primeiranistas que o cercavam. – E ai eles te deixaram com aquelas duas abe...

Annabeth nem deixou que ele terminasse a sua frase e no segundo seguinte já estava em sua frente. Ela agarrou o colarinho dele e puxou o garoto até ele estar bem perto de seus olhos cinzas.

– Annabeth Solace di Angelo. Esse é o meu nome.

– ME SOLTE! MEU PAI FICARÁ SABENDO DISSO!

Annabeth apertou um pouco mais e encostou o garoto na parede. – Não me importo com o seu pai, Malfoy. Não me importo com o nome da sua família. Você chegou aqui ontem e se acha que esse um ano de diferença vai evitar que eu soque essa sua carinha, você está muito enganado. É a última vez que eu digo. Abra sua boca mais uma vez e vai se arrepender de ter pisado nessa escola.

Draco Malfoy estava ficando mais branco do que já era. Annabeth provavelmente não bateria nele, mas não ia deixar um novato aparecer e falar esse tipo de coisa dela.

– Cara, pede desculpa de uma vez  – disse Louis atrás da amiga.

Draco olhou de Louis para Annie, que nem sequer piscava, engoliu em seco e assentiu.

– Ok, ok, me desculpa.

– Ótimo. Solta ele, Annie.

Annabeth olhou com desdém para o jovem Malfoy e soltou a gola de sua camisa. No mesmo instante o garoto saiu de sua frente e correu para o dormitório junto com mais dois alunos.

– Você precisa parar de ameaçar os alunos, di Angelo – disse Zack, o monitor-chefe da Sonserina. Era o aluno do sexto ano mais legal que Annabeth conhecia. Ele provavelmente tinha mais de 1,80 de altura, tinha a pele negra e os cabelos escuros e cheios. Ele não era muito forte, mas tinha uma presença e uma postura muito imponentes. Mas bem, é como monitores-chefes devem ser, não é?

– Estou pronta pra isso, assim que eles pararem de se meter na minha vida! – Respondeu ela com um sorrisinho, ao passo de que o monitor-chefe apenas balançou a cabeça e com um movimento de mão reorganizou todo o tabuleiro de xadrez bruxo que estava na sua frente.

– Fender, quer jogar?

– Claro.

Louis lançou um olhar de desculpas para Annie e correu até a mesa. Louis amava xadrez bruxo e, principalmente, admirava Zack por ser o melhor jogador da Sonserina. O sonho dele era conseguir ganhar uma partida contra o garoto mais velho. Ele jamais recusaria. Então a sonserina apenas suspirou, atravessou a porta e saiu sozinha. 

A aula de Herbologia havia sido cancelada, parecia que a professora tinha passado mal. Annabeth não sabia o que fazer. Se Louis não tivesse ficado nas masmorras com Zack, talvez eles pudessem ir até o Lago negro ou algo assim. No primeiro ano, todas as aulas de Claire, Annabeth e Louis tinham os mesmos horários, mas agora a maioria das aulas da Sonserina eram feitas com a Grifinória. Annabeth não se incomodaria com isso se não tivesse perdido a companhia da amiga.

Ainda caminhando pela escola, Annabeth percebeu que algumas pessoas estavam indo em direção ao campo de quadribol. São duas horas da tarde, pensou. Não tem jogo algum hoje.

Então a garota seguiu em direção ao campo, afinal ela era curiosa e também muito fã de aglomeração. Annabeth se sentou na arquibancada e observou o capitão do time de quadribol da Grifinória andar de um lado para o outro gritando sobre responsabilidade e obrigações e que "isso não é brincadeira!". Era um pouco engraçado toda a energia que ele colocava nisso. Era uma seleção de novos jogadores, mas Oliver Wood agia como se eles estivessem prestes a perder a taça mundial de quadribol.

Annie levou seu olhar aos competidores. Ela sempre sabia quem estava procurando quando via tanta gente da Grifinória junta.

Fred Weasley.

E lá estava ele junto de seu irmão George – como sempre. Sorrindo e sussurrando algo no ouvido dele. Provavelmente alguma piada que Oliver Wood odiaria ouvir. 

Annabeth sempre reconheceria Fred, nem que houvessem mais 5 gêmeos o cercando. Era impossível não reconhecê-lo mesmo que ninguém acreditasse nela.

Annabeth ainda não sabia explicar como ela reconhecia tão facilmente Fred e George Weasley quando até os irmãos dos mesmos pareciam ter dificuldades, mas não se importava. Ela sabia que admirava muito o garoto, o achava divertido e corajoso. Muitas vezes o vira comprar briga por alguns alunos da Grifinória quando eles estavam sendo provocados por outros. 

Sem contar que ele era muito inteligente, George também; era preciso muita inteligência para elaborar tantas brincadeiras e tantas formas diferentes de escapar dos castigos provocados por elas que Argo Filch gostava tanto de dar. 

Ela sabia que ele a reconhecera, sempre que estavam no mesmo lugar e Fred a via, ele sorria e acenava, Annabeth retribuía mesmo se sentindo a pessoa mais inapta socialmente do mundo. Ela não era nada tímida, realmente não era, mas por Merlin, como Fred Weasley tinha o poder de deixar essa garota de doze anos nervosa! Ele nunca sentara para conversar com ela no entanto, então ela não sentia que podia fazer a mesma coisa. Eles só tinham se esbarrado uma única vez antes da escola, não precisavam ser amigos por isso, ela entendia. Tudo bem. 

Mas gostava de Fred. Então agora, ela sentaria e torceria por ele e George.

Discretamente, é claro.

Ela não era nenhuma fã ou algo do tipo, só não tinha mais nada pra fazer.

A Love to Remember I FRED WEASLEYOnde histórias criam vida. Descubra agora