A Love to Remember I FRED WEASLEY

The Battle of Hogwarts

Para Fred Weasley viver, alguém só precisa morrer.

A voz de Severo Snape ressoava na mente de Annabeth em absolutamente tudo que ela fazia. A forma condescendente que ele olhou para ela e seu tom de voz indiferente como se não fosse nada, absolutamente nada, dizer que ela só precisava matar alguém – ou pior, deixar que alguém deliberadamente morresse para que Fred continuasse vivendo. Ela não conseguia explicar como ou porquê, mas sentia que tudo que Snape falara era a verdade. Era a explicação que ela sempre buscara e nunca recebera de ninguém. Mas por que ele, dentre todas as pessoas, resolvera dizer isso a ela?

– Você está bem, professor Slughorn? – Perguntou ela depois da última aula de Poções do dia. Ela mesma não se sentia bem, mas Slughorn parecia consideravelmente pior. Havia praticamente deixado que ela coordenasse toda a aula àquele dia. O que foi um pouco divertido já que havia tido aula com a Sonserina e foi bom saber que ainda mantinha certa autoridade sobre os alunos. A parte ruim foi ver Silena, que a encarava como se não a conhecesse, mas Annabeth poderia realmente julgá-la? Até onde todos sabiam, Annabeth mal tratava os alunos quase tanto quanto os Carrow.

– Estou ficando velho, srta. Black – disse ele com a voz cansada e um sorriso. – Não sei até quando vou aguentar fazer isso. Já deveria ter ido, estava aqui apenas por Dumbledore e agora...

– Não diga isso, professor, o senhor é um bruxo extraordinário. Seria uma terrível perda para esses alunos não serem ensinados por alguém como o senhor. E se me permite dizer, professor, como uma aluna da Sonserina da época de Snape, considero que nossa casa está muito melhor em suas mãos. 

Ele riu para a mais nova. – Ora, mas quanta bondade. É mesmo filha de sua mãe.

Annabeth sorriu. Pouco tempo atrás, Slughorn chamara Annabeth em sua sala e mostrara sua mãe, Violet Malfoy, em uma foto em grupo com vários outros alunos durante um dos jantares do famoso Clube do Slug. Violet era alta como ela e seus cabelos na foto estavam no ombro. Era assustadoramente parecida com a mãe e nunca gostara tanto disso como naquele momento. Percebeu que o pai não estava presente, mas não ficou realmente surpresa com isso. Depois disso, vez ou outra durante os intervalos das aulas ou quando corrigiam pergaminhos, Slughorn contava alguma história sobre sua mãe. Algumas envolviam seu pai, outras não.

Annabeth gostava de ouvir. Quanto mais ouvia sobre os pais, mais se sentia próxima deles. Gostava de procurar semelhanças entre eles além da aparência – e algumas vezes ela encontrava. Ou ao menos se deixava pensar que sim.

De qualquer forma, Annabeth ouvia atentamente e percebia, com o coração apertado, que não apenas teria se dado muito bem com os pais se fossem amigos, mas que sentia falta deles. Esse era um sentimento que ela vinha sentindo há algum tempo e a deixava confusa. Como poderia sentir falta de pessoas que nunca conhecera de verdade?

Slughorn disse a Annabeth que não iria ao jantar naquela noite e quando recusou o pedido da garota de trazer-lhe um pouco do jantar, ela se foi. Quando Annabeth chegou ao salão comunal percebeu o quanto o castelo estava vazio. Alguns professores estavam todos em seus lugares, mas as mesas dos alunos estavam vazias. A única que ainda sustentava pouco mais de 20 alunos era a da Sonserina. E Annabeth sabia exatamente o porquê.

Os alunos da Corvinal, Lufa-Lufa e Grifinória que não aceitaram partir quando Annabeth e Neville ofereceram estavam escondidos na Sala Precisa, que havia se tornado uma espécie de forte para Armada de Dumbledore. Annabeth achou melhor se manter afastada do local, para não gerar desconfiança e também para não entregar sua localização caso Snape suspeitasse dela.

Neville a havia explicado que a sala faz exatamente o que pedirem a ela, mas você precisa saber pedir. Ele havia pedido que a sala não fosse vista por nenhum professor e comensal da morte, então Annabeth concluíra que também não seria capaz de achá-la agora que fazia parte do corpo docente.