Capítulo 12 - Reconciliação

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SCOTT SUFFOLK

Já se passaram tantos dias desde a última mensagem e ligação, me fazendo pensar que está acabado, mas prefiro enxergar a realidade. Imagino que na verdade "ele" está arquitetando algum plano.

Acabou o descanso do fim de semana. Tenho que levantar para me arrumar e ir à escola.
Até hoje tenho um pouco de receio de minha mãe por não me contar sobre o passado de meu pai, mas mesmo assim sempre falo numa boa com ela sem ressentimentos.
Como de costume tomei meu café, troquei algumas palavras com minha mãe e logo em seguida fui para Griffin.

Sempre quando chego, tenho que ver a Isabella passando por mim no corredor, me fazendo ter dois tipos de sentimentos: "Receio por ela não depositar confiança em meus amigos, dizendo aquelas besteiras. Mas ao mesmo tempo sinto saudades e nem sei explicar o motivo, afinal só nos encontrávamos por conta do caso do número desconhecido."
Mesmo assim, passo direto sem ao menos fitar meu olhar com o dela.
Porém, hoje notei que em nenhuma parte do percurso cruzamos nossos caminhos. Achei estranho não tê-la visto, até porque nunca a vejo faltar.

"Enfim, melhor prestar atenção em minha vida." Dei um suspiro de leve e entrei na classe.

Noto a expressão de tristeza em cada rosto de alguns colegas naquela sala, inclusive a Esther e fico me perguntando o que seria. Me sentei ao seu lado para conversar um pouco.

- Ei, qual é o motivo para estar assim cabisbaixa? - Ajeito os cabelos dela para trás dos ouvidos, enquanto fito seu olhar.

- A Cleo está morta, infelizmente. - Fico com uma expressão de espanto.

- O que? Como isso aconteceu? - Realmente fiquei intrigado com o que acabei de ouvir.

- Ninguém sabe o real motivo da morte, além da polícia. - Ela suspira profundamente. - Na verdade, a única coisa que estou sabendo é da Isabella estar lá no momento da morte dela.

- Gente, a Sra. Chesterfield já está na sala. - Por meio de sussurros, o Anthony nos alerta sobre a professora.

Por um lado entendo algumas pessoas estarem chocados por causa da morte de nossa colega, até porque uma notícia dessa assusta qualquer um que a via praticamente todos os dias, mas na verdade o que me intriga é tentar entender qual o motivo da Isabella estar por lá no exato momento. Ela recebeu novamente uma mensagem e não me contou por causa do que eu lhe disse naquele dia?

Agora estou pensando como fui um babaca com a pessoa que estava me ajudando sem pedir nada em troca. Melhor ir em sua casa depois de sair daqui.

[...]

Enfim, estou aqui na porta de sua residência sozinho, afinal pedi para o Isaac e os outros não virem para eu ficar a sós com ela.
Bato várias vezes com o punho fechado, enquanto chamo por seu nome e do seu pai, mas sem nenhuma resposta.
Acho que não querem me atender, então me viro para ir embora.

- Scott, entre por favor. Temos que conversar. - Olhei para trás em sua direção, percebendo o quanto estava triste.

Entrei sem deixar de perceber o quão horrível era seu estado. Rosto todo borrado de maquiagem, seus lindos cabelos ruivos encaracolados estavam todos desajeitados como nunca vira antes, suas vestes amarrotadas.
"O que ocorrera de tão grave para lhe deixar assim?"

- Provavelmente você já deve está sabendo sobre a Cleo. - Sua entonação de voz soa muito baixa.

- Sim, claro que estou sabendo, mas quero te dizer... - Ela me interrompe.

- Descobri quase tudo sobre ela. - Agora eu que fico surpreso, olhando diretamente em seus olhos. - É uma colega sua que está fazendo isso tudo e dessa vez descobrirei sua real identidade. -

Entre no Jogo - Atenda ou MorraOnde histórias criam vida. Descubra agora