Dois mais um

Dois

Ao acordar percebo meu corpo dormente pela posição do sono; Sehyoon estava com a cabeça em cima do meu braço e Byeongkwan estava quase deitado no meu tórax. Levanto-me sem importar se eles poderiam acordar, vejo o relógio e são 7:12, já teriamos que voltar para a cidade mesmo.

"Aí!" exclama Byeongkwan, o qual teve o corpo um pouco levantado quando fiquei de pé.

"Tinha que ter uma cama maior, estou morrendo de torcicolo" reclama Sehyoon já desperto.

"Já temos que ir?" pergunta BK sonolento e eu assinto, então ele vai direto ao banheiro e escova os dentes "Vou trazer o café da manhã, vocês vão arrumando as coisas"

Byeongkwan vai até a cozinha deixando apenas eu e Wow no quarto. Juntos, pegamos as mochilas que trouxemos e gurdamos algumas roupas e coisas aleatórias espalhadas pelo quarto.

"Junhee" chama Sehyoon estranhamente sério.

"O que?" pergunto receoso, ele não costuma me chamar dessa forma.

"Você está bem?"

"Porque não estaria?" estranho a pergunta, não lembro de ter dado algum sinal assim ultimamente.

"Bom, desde que eu voltei, na verdade desde que eu e o BK começamos a namorar, você tem estado diferente. Não é sempre, mas uma vez ou outra, bem raramente, você parece perdido" Sehyoon conclui "eu sei que foi você que aprensentou a gente, mas você está bem com o nosso relacionamento?"

"Você sabe que eu apoio vocês em tudo, é só que quando suas duas pessoas especiais estão juntas, você sente como se fosse o menos especial do grupo" digo "eu sei que é besteira, mas eu posso controlar, só me sinto excluído de vez em quando".

"Ainda bem que sabe" diz Sehyoon "Porque Junhee e Byeongkwan estão dentro do meu coração na mesma medida".

"Credo, até arrepiei!" falo "muito drama para o horário".

"Besta!" exclama Wow.

Em seguida Sehyoon joga em mim uma camisa que ele estava guardando na mochila. Da mesma forma, me vingo, e sem querer começamos uma mini guerra de roupas, até que Byeongkwan nos interrompe com um olhar de ódio.

"Eu disse para arrumar, não bagunçar!" esbraveja BK enquanto deixa uma bandeja com comida na mesa e toca na própria cintura com uma expressão dolorida.

"Quando chegarmos em casa todo mundo vai ter que tomar remédio para dor" afirmo.

"Minha coluna está morta" diz BK "Hoje a gente vai almoçar com o Donghun e o Chan, não é?"

"Sim, já faltamos da última vez, não da para fazer de novo" Sehyoon informa.

Apesar de termos acordado cedo para se preparar, o resto das pessoas que estavam conosco enrolaram tanto a ponto de só podermos sair da chácara quase às 10 horas. Quando chegamos na cidade era quase o horário do almoço que combinamos com os nossos amigos, então tivemos que ir direto para a casa de Donghun, o local em que marcamos.

Eu e Sehyoon conhecemos o Donghun no ensino médio, ele era um ano mais velho, mas não se dava bem com os outros colegas. Naquela época eu e o Wow costumavamos dançar escondidos em um canto afastado do colégio, um dia não notamos que ele já estava lá.

No final da nossa apresentação ele deu umas dicas e nos ajudou a melhorar. Depois de um tempo éramos nós três que sempre ficavamos dançando escondidos.

Já o Chan era amigo desde o ensino fundamental do Byeongkwan, mesmo sendo mais novo eles nunca se separaram.

"Bom dia" diz Byeongkwan no meio de um bocejo, já que tinha demorado para dormir, mesmo depois de irmos para a mesma cama.

"Vocês demoraram, já cheguei a meia hora" fala Chan, o qual parece bem entendiado "ainda bem que chegaram, o Hun está chato hoje, tirou o dia para falar mal de vocês, não parou por um segundo desde que eu chegei".

"Achei que iriam cancelar de novo, tipo, nós dois nem existimos para vocês mais" dramatiza Donghun, mas eu sei como é esse sentimento "era para nós sermos os power rangers, não para vocês serem as meninas super poderosas "

"Mas nós somos os power rangers!" exclama Sehyoon "Foi só daquela vez, hoje nos atrasamos porque deu problema para voltar da chácara do pai do Jun"

Donghun aceita a explicação de Wow e suaviza a feição em seu rosto. Logo, Chan faz uma expressão confusa e aponta para a testa de Byeongkwan.

"Ah! Uma madeira estragada da beliche caiu em mim" responde BK " no final tivemos que dividir uma cama de solteiro, acordamos cheios de dores"

"Porque dormiram juntos e apertados ?" Chan pergunta.

"Ué, era perigoso dormir na beliche e só tinha mais essa cama" respondo.

"Essa parte eu entendi, mas porque não tiraram os colchões de lá e colocaram no chão? Era melhor do que ficar cheio de dor" diz Chan.

Por um tempo ninguém fala nada, isso nem tinha passado pela nossa cabeça.

"A dor da burrice deve doer mais" falou Donghun.

Com o passar do tempo todos almoçamos, ao ficarmos satisfeitos, fomos para sala ouvir e cantar algumas músicas.

Feito o jejum pós refeição, decidimos dançar algumas músicas que fizemos. Infelizmente não saiu tão bom quanto gostaríamos devido a dor, mas rendeu boas risadas.

Ao dar quatro horas decido que já era hora de ir, estava cansado da viagem e queria dormir um pouco em casa.

"Acho que eu já tenho que ir embora, estou acabado" digo enquanto chamo Wow e BK com um aceno. Entretanto Byeongkwan faz uma expressão assustada.

"Meu deus! Amanhã é o aniversário!" BK grita "O que a gente faz para comemorar?"

"Só lembrou agora?" Sehyoon fala horrorizado "Você realmente me ama?"

"Essa não é a questão, o que importa agora é o que vamos fazer de diferente. No nosso primeiro mês aniversário eu, o Sehyoon e o Jun fomos a um parque de diversões, no segunto nós três fomos a um restaurante legal. Mas e agora? É o primeiro ano!" exclama Byeongkwan histérico.

"O Jun vai para os encontros também?" perguntou Chan confuso.

"O que o Chan quer perguntar na verdade é se ele namora junto ou é o mascote?" Donghun diz sério, mas Sehyoon e Byeongkwan começam a ter um crise de risos e eu coro de vergonha.

"Bom, temos que ir" falo puxando Wow e BK e desviando do assunto.

Caminhamos em silêncio por um tempo, apenas lembrando dos últimos acontecimentos. Até que Byeongkwan olha a minha face e percebe um vermelho anormal.

"Ei, Junhee! Se é para ser algo bem diferente, que tal um menage?" BK pergunta rindo apenas para me incomodar.

"Ta, ta, claro" continuo a brincadeira tentando resistir a vergonha e não esconder meu rosto.

Após isso, continuamos discutindo o que faríamos de verdade no dia seguinte. Entretanto, Sehyoon ficou olhando para o nada em silêncio com uma expressão indizível por tempo de mais.