Cap. 3

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Em Casa

— Dyl, pinta aquela parede ali. Toma, seu pincel — digo, entregando o pincel para ele e apontando para a parede. — Você — aponto para o Ash — pinta aquela lá. — Aponto novamente e, com um sorriso, completo: — E eu? Vou deitar e esperar. — Me jogo na cama, me acomodando com um suspiro exagerado.

— Ah não! É sério isso? — Ash pergunta, surpreso.

— Tô brincando com vocês — respondo, rindo, enquanto pego um rolinho de tinta e começo a pintar a parede que até então era rosa.

Ficamos pintando por um tempo. Depois de um momento, olho ao redor e percebo que estamos quase terminando. Vou pintar o canto da parede e, sem querer, bato de costas no Ash, derramando tinta na minha camiseta favorita.

— Argh! — resmungo, encarando a mancha azul que agora decora minha camiseta preferida.

— Ops — Ash diz, segurando o riso.

Molho meu pincel na tinta e jogo direto na camiseta dele.

— Ops — digo, rindo alto.

— Agora você começou uma guerra! — ele ameaça, me olhando com falsa seriedade.

— Ei, ei! Eu, como o único adulto aqui, exijo que vocês parem. Mamãe já vai surtar quando ver vocês dois assim! — Dylan tenta soar autoritário, mas é impossível levar a sério com tinta no cabelo.

— Beleza, estamos quites! — digo, levantando as mãos em rendição. Ash assente, rindo.

(...)

Quando terminamos de pintar, arrumo tudo no lugar e dou uma olhada no quarto. Pronto! Missão cumprida.

— Cara, tô indo embora. A Hope tá me chamando para ir na casa dela — diz Ash, pegando suas coisas.

Hope. Me lembro bem dela. Sempre pegava no meu pé no fundamental. Somos "inimigas" desde sempre, mas não nos vemos há dois anos. Quem sabe ela tenha mudado...

— Beleza, aproveita a gata — Dylan provoca, e eu reviro os olhos. Dois idiotas!

— Mãe, vou sair para andar de skate! — grito, descendo as escadas com meu skate na mão.

Bitch🖤: Bom dia, viada. CHEGOU?
Me: CHEGUEI, monamour. Me encontra na pista de skate perto de casa.
Bitch🖤: Já tô indo, xoxo.
Me: Okok, traz o skate do seu irmão. Hoje você vai aprender, xoxo.
Bitch🖤: Beleza.

Ando de skate enquanto espero. De repente, vejo Chad ao longe, com o skate debaixo do braço.

— CHAD! — grito, correndo até ele e pulando em seu colo.

— Que saudades, viada — ele diz, rindo e me abraçando.

— Também tava, seu idiota — respondo, sorrindo.

— Animada para voltar pro colégio? — ele pergunta.

— Óbvio! Faz dois anos que não vejo o pessoal! — respondo, empolgada.

— Já encontrou alguém? — ele insiste.

— Só meu irmão, claro, e o Ash. Aliás... UAU! — digo, rindo de leve.

— Parece que ele tá ficando mais gato a cada dia! — Chad comenta, e eu concordo, rindo.

— Vamos lá! Hoje você vai aprender a andar de skate! — digo, subindo no meu.

(...)
17h05

Depois de várias tentativas, Chad consegue andar até que bem.

— Isso! Agora tenta aquela manobra que te ensinei! — digo, animada. Ele tenta, mas acaba no chão.

— CHAD! — grito, rindo até perder o fôlego.

— Porra, Ryan! — ele reclama, levantando e esfregando a bunda.

— Você foi incrível! — digo, ainda rindo.

— Te odeio — ele resmunga, revirando os olhos.

— Quando eu for embora do país, aposto que vai ficar mandando mensagem dizendo que tá com saudade, né, falso? — provoco, e ele apenas mostra a língua.

— Vem dormir em casa hoje — convido.

— Claro! Precisamos colocar o papo em dia — Chad responde.

Pegamos o caminho para a casa dele, que fica a quatro quadras da minha.

Quando chegamos, percebo que a casa dele fica em frente à da Hope. Sim, Hope. A garota que ligou para o Ash. A garota que me odeia... ou odiava.

No quarto de Chad, vou até a varanda enquanto ele pega algumas roupas.

— Ah, não! Não tô acreditando nessa merda! — digo, indignada.

— O que foi? — Chad pergunta, vindo até a varanda. Ele segue meu olhar e arregala os olhos.

— Meu Deus... Que cena horrível! Mas... uau, que tanquinho, hein — ele comenta, e eu solto uma risada curta.

Era Ash e Hope. Transando.

— Podiam pelo menos ter fechado a cortina, né? Que horror! — digo, entrando de volta no quarto enquanto Chad fecha as cortinas.

— Realmente... Só o corpinho do Ash seria ok. Mas essa cena inteira? Não, obrigado! — ele comenta, e rimos juntos.

— Já volto, Chad — digo, com um sorriso travesso no rosto.

— O que vai fazer? — ele pergunta, desconfiado.

— Vai vir ou vai ficar aí tentando adivinhar? — provoco.

— Tô dentro! — ele diz, me seguindo até a rua.

Toco a campainha da casa de Hope uma, duas, três vezes, até ela aparecer descabelada e irritada.

— O que vocês querem? — ela pergunta, já de cara feia.

— Só queríamos um pouco de açúcar... — digo, sorrindo.

— Açúcar?! Vocês tocaram a campainha 5 vezes pra isso?! — ela grita.

Na verdade, era só pra atrapalhar mesmo.

Saímos rindo, com a sensação de missão cumprida.

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