CAPÍTULO 03

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Problema

Depois de mais de duas horas de viajem, sem ao menos dar uma palavra. Meu coração acelerava quanto mais o silêncio se estendia, aquilo me deixava agoniante. Mas não podia fazer nada, Nara estava completamente sem chão depois de ouvir a notícia sobre nossos pais, enquanto ao Teddy, ele deve ter mil pensamentos entrando em sua mente. O que eu mais admiro nele, é a paciência que ele tem em lidar com tudo isso.

-" Como você consegue ?". Eu falo repentinamente.

-" Não entendi sua pergunta, Chris". Ele responde franzindo a testa.

-" Como consegue se manter calmo diante um situação dessas ?". Ele apenas fica calado ouvindo tudo, como se estivesse pensando na melhor forma de falar. "Qualquer um no seu lugar já estaria completamente louco...".

-" Mas vocês não". Ele me interrompe. "Tudo o que vocês viram lá atrás, tudo o que presenciaram, aquilo foi real, e mesmo assim você ainda está aqui Chris. Você também é forte, não se esqueça disso".

-" Mas é claro, preciso ser forte pra proteger a Nara".

-" Sim, proteja a quem ama, com todas as forças, não deixe que nada de mal aconteça a ela". Me arrepio com o que ele fala, por que, lembro das palavras do meu pai antes de morrer.

" Proteja sua irmã, não deixe que nada aconteça a ela, por favor Chris, proteja a Nara..."

Sinto um aperto no coração, junto com uma vontade imensa de chorar. Mas não podia fazer isso na frente da Nara, engoli meu choro, e aguentei a dor que sentia. Acho que estava na hora de mudar, ser mais forte, pra então poder proteger a Nara.
O tempo passou, a viagem continuava, nós paramos em alguns postos de gasolina pra abastecer o carro, e sempre que podíamos pegavamos comida, pra não ter que parar muito pelo caminho, caso aparecer algum monstro, o Teddy acelerava o carro até a gente ficar bem longe dele. Foi uma viagem muito cansativa, apenas ficamos dentro do carro por dias, e algumas vezes, o Teddy pedia pra gente fazer alguma atividade física, pra não ficar muito tempo parado, claro que não dentro do carro. Ele foi muito legal comigo e com a Nara, isso me deixou confortável.

13/05/2005. 10:32 AM

Acho que estamos a mais de 10 (dez) dias viajando, espero que não dê nenhum problema no caminho.

-"Teddy ?". Eu chamo.

-"Oi, algum problema ?".

-"Você é militar também né ?". Eu pergunto rapidamente, pois tinha algo em mente.

-"Sim, por que a pergunta ?". Me responde um pouco surpreso.

-"Então você tem algum daqueles comunicadores, que militares usam em missões, né?". Se ele tiver algum consigo seria perfeito, nós poderíamos se comunicar com a base e ela já mandaria alguém pra fazer a nossa proteção.

-"Ah, eu tenho sim, mas ficou na minha mochila, veja se ela está em algum lugar pelo carro, se não tiver eu perdi ela naquela confusão na cidade". Acho que ele entendeu o que eu queria fazer.

Nara começa a procurar por trás dos bancos, e não achava nada, isso me deixa um pouco frustrado mas logo penso...

-" Será que não tá no porta mala ?". O Teddy me olha tentando lembra se deixou algo no porta mala, mas ele responde...

-" Não, eu nem abri o portão mala, se tivesse deixado algo lá com certeza eu me lembraria".

-" Droga, será que não tem algo aqui que de pra se comunicar com a base militar ?". Começo a procurar no porta luvas do carro, e acho uma coisa bastante interessante. "Teddy, achei um celular".

DEPOIS DO ENTARDECER Onde histórias criam vida. Descubra agora