Depois de passar um tempo sentada naquele chão frio e sujo, Polly se aproximou de mim e me envolveu em um abraço por detrás. Ela alisou meus braços e senti as lágrimas dela escorrerem sobre mim.
- Eu já preparei tudo para que você vá embora, seu trem sai as oito horas, você vai para New York, coloquei bastante dinheiro em uma de suas bolsas e sei que será o suficiente para que você siga em frente, construa suas coisas e arrume um bom marido.
- Polly? Como assim? Não é isso que eu quero e você sabe disso. - Disse confusa.
- Você tem que ir embora, quero que fique longe de Thomas, longe daqui. Deixe Thomas se casar com Lizzie, deixe que eles tenham uma família, você merece mais do que Thomas e a família Shelby possa te oferecer.
- Não estou entendendo, não era você que queria tanto minha presença dentro dessa casa, Polly? Eu achei que...
- Não dificulte as coisas, para o seu bem filha. Venha, vamos. - Ela me interrompeu um pouco introvertida.
Polly me levantou, ainda me envolvendo em seus braços, me levou para dentro da casa. Fui até o banheiro, tirei cada peça de minha roupa e em seguida entrei na banheira, precisava refrescar minha mente e meu corpo, já era hora de voltar para a minha realidade.
Deixei as gotas de água descerem pelo meu corpo, aquele banho era como se tirasse toda minha tristeza, toda raiva, todos sentimentos ruins acumulados dentro de mim, de tudo que não foi correspondido. Assim que terminei, vesti a roupa o qual Polly havia deixado para mim em cima da cama, penteei meus fios de cabelo e em seguida puxei minhas malas, assim as carregando até a sala onde todos estavam reunidos. Me aproximei de Polly e a abracei forte, deixando algumas lágrimas caírem no ombro da mais velha, John veio por trás e me abraçou forte, pude sentir seu choro também.
Ainda sem dar uma palavra fui abraçando um por um até chegar no pequeno Charlie, o menino estava com suas bochechas rosadas e a cabeça baixa, aparentemente ele havia chorado bastante.
- A Lizzie disse que eu devo ser um homenzinho e não chorar na sua frente. - O pequeno disse e eu arqueei a sobrancelha.
- Disse bem, não quero você chorando por minha culpa, combinado? - Acariciei os fios dele. - Lizzie, cuide dele, por favor. - Disse fitando meus olhos na mulher.
- Eu cuidarei, Anastácia. - Lizzie respondeu com um sorriso sutil nos lábios.
Por um último momento olhei para Thomas e respirei fundo, a minha vontade era de o agarrar e pedir para que ele me deixasse ficar ali, com ele, como uma família... Mas eu sabia que minha hora havia terminado, eu tinha que partir, por mim mesma!
Coloquei meu chapéu e caminhei em direção a porta segurando minhas malas. Adentrei no banco de trás do carro de Arthur, o qual me deixaria na estação de trem. Ajeitei minha roupa e olhei através do carro para cada um deles que se despediam. Arthur adentrou ao veículo e ligou o motor logo por fim, pisou no acelerador em direção a estação de trem.
Depois que passaram-se alguns poucos minutos chegamos ao local, Arthur me ajudou com as malas as colocando dentro do trem, ele me abraçou forte e entregou um beijo em minha bochecha.
- Espero que tudo isso acabe e que você volte para onde pertence. - Disse ele.
- É pra lá que eu estou indo, Arthur. Meu lugar é longe de Thomas e você sabe disso.
Ele apenas assentiu com seu olhar cabisbaixo, então me acomodei no trem. Quando as portas da locomotiva fecharam-se, pude ver pela última vez o olhar penetrante de Arthur que dizia: "Fique, nós precisamos de você." Mas infelizmente, aquele era o fim, eu precisava seguir em frente, eu sabia que era disso que eu precisava. Assim então, iniciou-se a minha viagem, seria tudo novo... Casa nova, pessoas novas, emprego novo, literalmente começaria tudo do zero.
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oi lindooos, demorei bastante dessa vez né? mais que das outras vezes e peço desculpas, estava com muitas coisas pra fazer e não tive tempo de produzir mas estou de volta, qual será o desfecho dessa história de amor de Thomas e Anastácia??
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✓ ESPELHOS QUEBRADOS | Thomas Shelby (EM REVISÃO)
FanfictionApós a cruel morte de sua amada esposa Grace, Thomas Shelby acabou se afundando cada vez mais em drogas e bebidas, na tentativa de esquecer completamente o que lhe havia acontecido. Quando finalmente se viu no fundo do poço, percebeu que era a hora...