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ALICE

Pedi para Noah dormir comigo e ele só foi em casa para buscar uma roupa confortável. Desligo o chuveiro quando termino o banho e enrolo uma toalha na cabeça e outra no corpo. Infelizmente eu tive a brilhante ideia de lavar o cabelo agora, mas eu não tinha outra opção. Todos os dias eu acordo, vou para a escola, quando chego faço o almoço e me arrumo para ir ao trabalho e chego por volta das meia noite e meia. A única oportunidade foi agora, que pelo menos ainda são nove horas. Pego o secador e me sento de frente ao espelho.

— Você não vai jantar? — Bella aparece atrás de mim, me olhando através do espelho.

— Eu saí para jantar com o Noah. — ao notar as olheiras embaixo dos olhos dela, eu me viro de frente para ela. — Aconteceu alguma coisa?

— Nada, só não estou dormindo direito, mas tá tudo bem. — ela é uma péssima mentirosa. Nem consegue olhar na minha cara. Sinto falta de passar mais tempo com a minha irmã e saber realmente o que está rolando, mas eu mal paro em casa e ela também.

— Tem certeza?

— Tenho.

— O Noah vai dormir aqui, tem problema?

— Desde quando você me pergunta isso? — ela dá uma risadinha. — Boa noite, vou dormir.

— Boa noite. — me viro novamente para o espelho e ligo o secador. Enquanto seco o cabelo, fico pensando se foi alguma coisa com o Igor. Seguindo o meu instinto de irmã, eu pego o celular na cama e mando uma mensagem para ele que diz o seguinte: "Aconteceu alguma coisa entre você e a Bella?" Jogo o celular na cama de novo e volto a secar o cabelo. Em dois minutos, a campainha toca e eu bufo, indo até a porta. — Eu deixei aberta!

— Eu não sabia. Tá nervosinha assim por que? — ele entra e me dá um beijo no rosto.

— Nada, só estou cansada. — e o meu ciclo está chegando. Respiro fundo e volto para o quarto.

— Deita aí.

— Hum?

— Deita, eu vou te fazer uma massagem.

— Mas eu tenho que secar o cabelo. — resmungo.

— Eu seco para ti depois. — eu sorrio. Esse é o Noah mesmo? Me deito na cama e tiro a toalha. — Porra, cobre isso aí, se não, eu não consigo fazer merda nenhuma. — eu solto uma risada e ele coloca a toalha em cima da minha bunda. Ele se senta um pouco acima dela e começa a apertar as mãos na lateral das minhas costas. Uh, isso é ótimo.

— Onde você aprendeu a fazer isso? — falo, quase gemendo de tanto que isso está delicioso. Ele tem as mãos dos deuses, literalmente.

— Dona Vivian, já fiz nela várias vezes. Ela me explora.

— Ela te ama.

— É, eu sei. — ele sobe as mãos para o meu pescoço e faz movimentos repetitivos com as mãos que eu acredito que estejam com os punhos fechados, acertando bem onde deve. Ele sabe fazer tudo? Quando estou quase cochilando, Noah sai de cima de mim.

— Por que você parou?

— Tu não vai secar o cabelo? — eu choramingo. Estou em uma posição tão boa que poderia dormir assim, do jeito que eu estou agora.

— Eu acho que vou dormir com ele assim, eu estou tão exausta.

— E é porque saiu cedo do trabalho, em? — concordo com a cabeça. Nem eu sei o motivo de estar tão exausta. — Vai dormir assim? — ele aponta para mim, que estou só de toalha.

— Me dá só uma blusa.

— Sem calcinha? — ele dá um sorriso cheio de malícia.

— E uma calcinha. — ele faz um bico engraçado. Ele abre a porta do meu guarda-roupa e começa a revirar tudo. — Não bagunça, Noah!

— Mais do que já está bagunçado? — ele tira a blusa dele e joga para mim, me surpreendendo com o gesto carinhoso, mas não falo nada, apenas visto e me delicio com o cheiro maravilhoso dele. — Onde fica as tuas calcinhas?

— Segunda gaveta.

— Hummm, gostei dessa aqui. — ele ergue uma que é toda cheia de coraçõeszinhos. Ele dá uma gargalhada e eu acabo rindo também. Eu sempre usei ela, mas agora que Noah irá ver todas, eu preciso comprar algumas lingeries mais bonitas. Eu nunca me preocupei porque ninguém nunca iria vê-las, mas agora, eu quero que ele veja algo além de um sutiã e uma calcinha básica sem graça. Vou comprar algumas depois. Visto a calcinha de corações, já que ele insistiu que eu vestisse. É só para ficar rindo da minha cara.

— Você me paga. — o ameaço. Ele dá o sorriso cheio de covinhas que eu sou tanto sou apaixonada, tira o short que está vestindo — me fazendo olhar bem para a sua cueca branca — desliga a luz e se deita na cama comigo, enlaçando os braços nos meus.

— Posso pagar muito bem. — sinto a sua respiração quente no meu pescoço e me arrepio quando a sua mão sobe entre as minhas pernas. Eu imediatamente as tiro.

— Não, seu safado.

— Qual é...

— Boa noite, amor. — estou muito cansada para pensar em transar agora. Fiquei mais exausta ainda depois do ocorrido na sala dele.

— Amor? — ele pergunta, querendo saber se ouviu isso mesmo.

— Sim, amor. — sei que está no escuro, mas consigo sentir que ele está dando um sorriso sob o meu pescoço.

— Boa noite, minha linda. — ele passa a mão pela minha cintura e enrola nós dois com o cobertor. Para mim, não existe sensação melhor no mundo.

06:00.
Me levanto rápido da cama — antes que eu decida ficar enrolando — e tomo um banho, decidida a acordar o Noah só depois que eu terminar, para ele não ficar insistindo em tomar banho comigo. Mas, meu plano vai por água abaixo quando vejo ele passando pela porta. Antes que eu fale alguma coisa, ele se pronuncia:

— Tô apertado. — ele vai até o vaso sanitário e levanta as duas tampas — ainda bem que eu não preciso falar sobre isso. Odeio pingos de xixi na tampa do vaso, é uma nojeira! Me irrita profundamente. Fico observando ele com o cabelo todo bagunçado, os olhos quase se fechando de sono e a boca inchada e avermelhada. Ele é lindo. — É feio olhar. — quando saio do transe, ele já está sem a cueca e entrando no box.

— Noah...

— É só um banho, linda. — ele me abraça, entrando no chuveiro junto comigo.

— Tudo bem. — respiro fundo. Não quero causar nenhuma briga, e como ele disse, é só um banho. Mas é que eu nunca tomei banho com ninguém. Passa na minha cabeça que ele já deve ter tomado banho com a Rebeca, várias vezes. Enquanto para mim tudo está sendo uma primeira vez, para ele está sendo só mais uma sem importância. Tiro as mãos dele de mim e pego o sabonete, ensaboando o meu corpo, tentando não me importar com ele me olhando.

— O que foi?

— Nada.

— Se tu se importa tanto com esse lance de banho, eu vou sair, então. — ele resmunga.

— Não é isso, é só que eu não quero me atrasar.— minha desculpa parece ser convincente, pois ele se cala e fica em silêncio até eu terminar. Me enrolo na toalha e vou até a pia escovar os dentes. Enquanto escovo, me lembro que não vi ele trazendo nenhuma bolsa com uniforme ou escova para se ajeitar aqui. — Você não trouxe suas coisas?

— Não, eu vou passar em casa.

— Por que?

— Tava com preguiça. — ele sai do box e bagunça o cabelo com as mãos, fazendo a água pingar em mim.

— Noah, eu acabei de me enxugar! — grito, mas me arrependo quando percebo que fui rude sem necessidade.

— Ei, calma. Eu tava só brincando. O que tu tem?

— Acho que é só a minha TPM, desculpa. — pela minha sorte ele está calmo, se fosse em outra situação, ele estaria me rebatendo.


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