Capítulo 02

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Avery

2 anos depois

Hoje completou dois anos que estou trabalhando em uma das maiores empresas do país, é até incrível e engraçado de lembrar porque no início eu era tão ansiosa e medrosa que sempre acabava quebrando algo, derramando café sobre alguém.

Mas o meu chefe era um homem tão bom que sempre vinha ao meu lado e me explicava como fazer tais funções, seu marido me ensinou vários modos de fazer com que eu pudesse me manter calma para nada pudesse sair de maneira ruim e hoje os agradeço por isso.

Me lembro de sair de casa todos os dias cedo e ir para a faculdade, após isso seguia para uma pequena lanchonete e lá comia um grande pedaço de torta de frango para poder seguir rumo a empresa e era lá que meu dia uma calmo se tornava uma tremenda agitação.

Muitos funcionários pensaram que não duraria mais de um ano lá e hoje estão queimando a língua porque neste tempo todo que estou trabalhando na empresa já vi muitos sendo demitidos, outros contratados e por ai vai.

Amanhã não irei estudar... Na verdade irei trancar meu curso para trabalhar em período integral e ver se assim recebo um valor a mais.

As coisas em casa estão difíceis e já não sei para onde recorrer, papai teve que ser afastado do trabalho após um acidente que sofrera e já não bastava isso ele começou a ficar fraco, desanimado e sabia que algo estava errado, pois mesmo afastado do serviço ele ainda sim ficava todo animado para cozinhar, cuidar de nosso pequeno jardim, para ver filmes e até mesmo escutar suas músicas antigas.

Faz exatas uma semana que tinha pedido uma folga para levar meu pai ao hospital e lá descobrimos que ele estava com câncer já em um estado mediano, não era o início, mas também não algo terminal.

De acordo com o médico, papai poderia iniciar seu tratamento para evitar que o câncer se alastrasse por seus órgãos, o tipo de câncer de meu pai é o cancer de pele não melanoma  e meu medo é de não ter o dinheiro suficiente para ajuda-lo.

      — Papai, estou indo para a empresa. Qualquer coisa me ligue que sairei rapidamente do trabalho para vir aqui no hospital. – aviso dando um beijo na testa do mais velho. — Sua bênção papai!?

   — Deus te abençoe princesa, vá com Deus. – diz  me dando um beijo na testa e murmuro um amém saindo em seguida e indo para fora do hospital onde internaram meu paizinho.

Com minhas poucas economias que venho juntando ao longo dos anos dei entrada no valor pedido para o início de seu tratamento.

Observo a fachada do local e suspiro entrando no táxi que em pouco mais de 15 minutos estaciona a frente da empresa me fazendo suspirar e rezar baixinho para que meu chefe seja compreensivo ao explicar a minha falta de ontem.

    — Obrigado moço...– sussurro lhe entregando o dinheiro e saio do carro  logo adentrando a empresa.

Caminho de cabeça baixa até o elevador e seleciono meu andar de destino, ou seja, o último  e devo confessar que estou tremendo de medo.

Solto outro suspiro e limpo minhas mãos suadas na barra do vestido e logo que o elevador para saio do cubículo de metal e vou andando a passos vacilantes rumo a porta do Senhor Lewis, dou leves batidas na porta e escuto um mandado para entrar.

 
 

  — C-com licença Senhor... – murmuro adentrando sua sala e vejo Apolo e Ícaro.

    — Resolveu lembrar que tem trabalho senhorita MacGyver? – questiona com um leve sarcasmo e me encolho engolindo o choro.

    — Me desc....– sou interrompida por ele que bate a mão fortemente sobre a mesa.

    — Vai falar o que? Alguma desculpa porque estava com algum namoradinho por ai? – nego rapidamente e seu esposo vendo meu desespero e quase choro se levanta e fala com o mais velho que se senta apontando para a cadeira a frente.

Sigo a passos curtos até lá e me sento respirando fundo e o encaro.

     — Eu juro que jamais faltaria trabalho por motivos desnecessários senhor... – respiro fundo e coco os olhos tentando não chorar. — A dias papai vem se sentindo mal e semana passada faltei a aula para leva-lo ao hospital e depois de fazer muitos exames fôra descoberto um câncer de pele não melanoma. – abaixo o olhar mexendo em  meus dedos respirando fundo.  —  Ontem em casa ele voltou a passar mal e o que comeu ele acabou vomitando tudo então o levei para o hospital e estive tão preocupada que tentei ligar para o senhor, mas não tinha crédito. O dinheiro que venho juntando desde o início acabei retirando do banco e dando entrada no pagamento para iniciarem o tratamento de papai, mas é pouco e, e... – começo a chorar me encolhendo mais.

    — Eii pequena, não precisa chorar. – me assusto ao sentir um braço envolver meu ombro e logo Ícaro faz carinho leve em meus cabelos tentando conter meu choro.

     — Por que não usou o telefone do hospital Avery? – pergunta Apolo, sim neste tempo que trabalhamos aqui acabamos por nos tratar pelo nome, mas durante reuniões nos tratamos com mais formalidade.

    — Tinha que pagar para fazer uma ligação e quanto menos eu gastar, melhor será. – respondo baixo após me acalmar um pouco. — O senhor, perdão..., você não poderia me permitir trabalhar o dia todo? Posso fazer qualquer coisa na parte da manhã se isso me ajudar a conseguir um pouco mais do dinheiro para ajudar a pagar o tratamento de papai...– explico corada e com medo de sua resposta.

    — Chegue as sete amanhã, você continua trabalhando comigo e aumento o valor de seu salário já que irá trabalhar por período integral. – assinto rapidamente agradecendo a Deus mentalmente. — Mas e sua faculdade?

    — Terei que trancar... Em primeiro lugar a saúde de papai, quando tudo estiver mais calmo tentarei recomeçar o curso.

    Digo e ambos assentem me liberando para ir pra casa descansar um pouco.

  Só espero que dê tudo certo...

Pai da Avery

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Pai da Avery.

Um contrato inesperado (Duologia - O inesperado)Onde histórias criam vida. Descubra agora