You and I
Have me be scattered as fragments
Bad badbye, don't say goodbye
⸸
~ Eu era apenas uma pessoa, mas você aparou todas as minhas arestas, arredondou os meus cantos, me transformou em amor ~
Há uma caverna feita de mármore, granito e calcário, sua iluminação é naturalmente proporcionada por cristais de estalactites e estalagmites, seu interior é aquecido e o espaço é bem dividido em cômodos, há uma vasta biblioteca e confortáveis estofados, porque ali é a morada de um indivíduo.
O ser, cujo sangue derramado naquela terra inflamante lhe condena a permanecer preso ali por toda a eternidade, nunca se sentiu tão livre.
É vasto este território que nunca antes pisara.
Seus dias são gastos com diferentes atividades e os seus trabalhos ali são sazonais.
Às vezes ajuda com os protocolos de chegada das almas; às vezes com a acomodação das mesmas nos diferentes círculos;
Sua alma gentil e prestativa encontra propósito em comunicar-se com os outros, em ajudar nos jardins floridos, em ser um ouvinte de confissões, em resolver contendas que surgem vez ou outra pelos habitantes que lá residem.
Contudo, o que mais lhe alegra e o anima é saber que, o fio que antes apertava seu coração e lhe restringia a um hábito indesejado, deixou de existir para dar lugar a um outro, como se substituído, por um fio preso em seu dedo mindinho.
Esse é o símbolo de seu lar e pertencimento, a epítome da sua liberdade.
A criatura portadora do outro lado do fio, com os enormes olhos de corça, lhe tira o riso fácil, não lhe demanda mais do que pode entregar por livre e espontânea vontade.
Essa mudança não ocorreu instantaneamente, foi necessário adaptação e paciência, mas ele sabe que, sem a possibilidade de deixar algo para trás, de se deixar para trás, ele seria incapaz de renascer de novo e se compreender da forma que agora é.
Se construir.Agora ele olha seu reflexo no espelho e se enxerga, se ama.
E sua eterna maldição transformou-se em sua eterna dádiva.
Aquele que vem lhe visitar sempre, que passa todo o tempo livre, quando não está no mundo humano coletando almas, consigo.
Que entra na caverna sem bater, cuja apresentação é sempre um sonoro e entusiasmado:
- Oi, hyung, cheguei!
E é recebido aos beijos e abraços, tamanha a liberdade de sentimentos que agora o coração ao luxo se dá.
E são muitos beijos e abraços.
E desde então Namjoon se sente confortável para despedir-se de Jungkook toda vez que ele se vai, porque ele permite que seu peito doa de saudade, porque a falta que o outro lhe causa é momentânea e logo aplacada quando sente o corpo quente e ansioso do anjo infernal em seus braços.
Cada despedida é dada com um sorriso no rosto e a promessa de que logo voltarão a se ver.
Namjoon, que ainda busca conforto em vestes negras, usa uma coroa de flores brancas plantadas e colhidas por seu companheiro.
Jungkook, cujo branco é sua marca registrada, sente prazer em sempre retocar suas unhas de preto para que assim, mesmo quando trabalhando no mundo humano, ele ainda carregue consigo uma parte do seu hyung.
E os momentos passados juntos nunca são desperdiçados, para cada despedida dada é contabilizada o dobro de acalento.
Porque ali, naquela caverna, reside um coração livre e uma alma plena;
E seu companheiro, que sempre o está junto dele, agora se tornando mais competitivo ainda com seu novo parceiro de serviço, faz questão de ganhar todas as disputas para carregar as almas até o inferno e aproveitar a deixa para encontrá-lo e ouvi-lo lhe chamar de seu dongsaeng, tem como rotina agradecer todos os dias pela providência divina, seja dada pelo seu Pai ou pelo Pai dele.
Ali, para todo o sempre, eles são etéreos em seu amor monocromático.
⸸
~ FIM ~
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Badbye | namkook
Fanfiction[concluída] Kim Namjoon é uma criatura cansada e um frio observador da vida humana, insensível ao mundo em geral, mas ainda um perfeito executor do seu trabalho; isso é, até que ocorre uma total e definitiva quebra de sua rotina e então sua própria...