Capítulo 5

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GUILHERMO LAMARPHE


Diante da piscina olímpica, solto inúmeros palavrões em italiano. A minha paciência foi reduzida a zero e não sei porque perdi a cabeça ao reencontrar Yasmin.

Será que ela me reconheceu? E se sim, o que deve ter pensado de mim ao me ver em uma cadeira de rodas?

A última vez que nos encontramos eu a mostrei como um homem de verdade dominava a situação e fiz valer cada centavo que paguei por sua virgindade.

Depois que ela desapareceu por quatro anos, sem me dar notícias, perdi a esperança de vê-la novamente.

Aqui seria o último lugar que esperava reencontrá-la.

E quando a vi, meu corpo todo se arrepiou. Fiquei paralisado, a princípio, porque vê-la foi inesperado. E de alguma forma, algo dentro de mim parou a ponto de que cada segundo em que estivemos juntos, dentro daquele estúdio, demorou horas.

Não sei o que pensar sobre.

Eu nunca tenho segundos encontros, cada momento comigo sempre vale à pena porque é único, só ocorre uma vez e por isso precisa ser especial.

Com ela foi mais do que especial. Ela se entregou completamente a mim, quando esteve em minhas mãos, em cima de mim na poltrona, deitada na mesa de sinuca da sala de jogos e cavalgando em cima da minha cama, ela se mostrou desinibida e confiante.

A forma como ela me olhava me gerou os mesmos arrepios de quando eu pulava de asa delta quando viajava ao Rio de Janeiro quinzenalmente ou quando terminava de escalar uma montanha, coisa que fazia anualmente. Foi tão especial que ela se tornou mesmo inesquecível.

Tão doce, olhos gentis e rosto redondo... assim como sabe ser teimosa, temperamental e respondona...

Quando a vi pela primeira vez, eu soube que precisava tê-la, custe o que custar.

O que posso fazer? Gosto de mulheres que facilmente me obedecem.

Mas são as teimosas, inteligentes e que não se deixam dominar facilmente que me marcam a ponto de eu lembrar de cada detalhe da noite que vivemos juntos.

Che cazzo! Eu devia estar irritado, no mínimo esmurrando uma parede ou encontrando algo que me desafie fisicamente, mas agora estou excitado pra caralho.

Donna infernale — praguejo.

Ajusto a cadeira para que ela fique travada e arranco minhas calças, quanto mais demora, mais raivoso fico, evito chutar os sapatos mocassim para não ter de catá-los feito um imbecil mais tarde. Depois desabotoo a camisa branca de linho e a deixo no encosto da cadeira.

Nem o vento fresco do entardecer no meu corpo consegue conter essa repentina sensação que antecede a erupção.

— Merda!

Há quanto tempo não me sinto assim? Eu me tornei o quê, a porra de um adolescente agora? Ou minha testosterona só está confundindo o meu ódio com um tesão que não consigo controlar?

Não importa.

Me jogo de uma vez na piscina e sinto a água gelada abraçar meu corpo, meu topete imediatamente se desfaz cobrindo minha testa e forço meus olhos debaixo d'água para enxergar os ladrilhos muito bem encaixados e que formam uma pintura abstrata no fundo da piscina.

Subo para tomar uma lufada de ar e com a mão na sunga preta, confiro que o choque térmico não foi o bastante para enganar meu corpo.

— Santa merda! — Rio de mim mesmo e dou algumas braçadas até alcançar a borda do outro lado e encosto meu peitoral contra os ladrilhos.

O Herdeiro - Um bebê para o bilionário (completo até dia 11/02)Onde histórias criam vida. Descubra agora