Kawe não imaginou que sua vida mudaria tanto quando saiu de Alagoas e foi morar numa das grandes metrópoles mundiais para estudar numa escola de gente rica.
Logo quando chega ele acaba se envolvendo numa bela confusão envolvendo os arquinimigos Nat...
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Kawe olhava a vista da cidade para qual estava se mudando pela janela do Ônibus. Há seis meses atrás ele não imaginava que sua vida desse um salto tão gigante. Sair do interior de Alagoas, da cidade amada que viveu desde que nasceu e ir morar numa das maiores metrópoles do mundo era algo que ele só pensava quando tivesse que ir para a faculdade. Acontece que se não fosse pela sua mãe, que insistiu para que ele fizesse a prova classificatória que garantiria uma vaga numa das escolas mais conceituadas do país, ele nunca estaria nesse Ônibus hoje.
Tudo que era dele cabia numa mochila e numa pequena mala. No momento, ele teve que aceitar ficar na casa da sua tia solteirona. Tudo que sabia sobre a nova escola é que ela era referência no ensino de qualidade, porém segregada demais. Nela apenas filhos de pessoas ricas estudava, pessoas realmente ricas. Não é à toa é oferecida apenas uma vaga anualmente para bolsistas e Kawe tinha sido o selecionado da vez.
Algumas borboletas flutuavam em seu estômago com a possibilidade de pensamento de que teria que enfrentar um mundo completamente diferente do seu, com novas pessoas, novos ambientes e uma nova vida. A saudade de casa apertava mais a cada quilômetro que o Ônibus percorria, fazendo seus olhos se encherem de água. Infelizmente o Ônibus saiu da sua cidade no sábado de manhã, já era domingo quase anoitecendo quando o veículo pousou no terminal e então todos os passageiros puderam descer.
- Onde é que você está, tia?
Kawe disse, apreensivo, procurando por sua tia com o olhar. Mas era quase como procurar uma agulha no palheiro. Muitas pessoas transitavam de um lado para o outro, sem parar nem para ao menos lhe dar uma informação. Kawe passa andar na esperança de encontrar sua tia desaparecida e aparentemente irresponsável, pois havia prometido estar no terminal assim que o Ônibus parasse, mas Kawe não poderia reclamar com ela, pois havia sido muito gentil lhe cedendo um espaço em sua casa sem nem hesitar por um momento.
Ele agarra seu celular e passa a procurar o número da tia na sua agenda, enquanto ainda continua caminhando sem nem saber para onde está indo. Kawe entra na pista com o olho pregado no celular. Em sua direção vem um carro esportivo em alta velocidade. Kawe nota o veículo apenas quando a luz do farol ilumina seu rosto e o som da buzina invade seus ouvidos, mas parece ser tarde demais.
O carro, próximo demais, buzinava frenéticamente e Kawe via apenas um clarão muito forte inundar seus olhos. Parecia que suas pernas não obedeciam aos seus comandos e quando ele pensou que ia colidir com o carro, sentiu um peso em seu corpo empurrá-lo para trás, fazendo com que ele caísse no chão da pista.
O carro freia alguns metros à frente, queimando pneu.
Quando percebeu, ele estava com seu rosto colado com o de outro rapaz e tudo que ele via naquele momento eram os lindos olhos castanhos do seu salvador. Seu coração palpitava incontrolavelmente, enquanto o resto do mundo caminhava em câmera lenta.
