Capítulo II

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Se disser que estou animado para começar novamente um tratamento para minha lesão na coluna, estarei mentindo. Não que pense que não dará resultados, só tenho medo de criar expectativas e no final me decepcionar.
Estou fazendo o possível para não demonstrar isso ao Iruka, sei o quanto ele é animado e está otimista que dessa vez irá dar certo. Reconheço o trabalho da Dra. Tsunade, sei que ela já fez “milagres”. Bom, só o tempo e a minha dedicação irá dizer se irei ou não recuperar os movimentos das pernas.

Hoje foi a primeira sessão. Ela me explicou como funcionará o processo, qual serão as etapas e também me falou sobre uma nova cirurgia, tudo o que menos quero é isso. Essa questão me deixou um pouco desanimado, mas o dia não foi todo ruim. Recebi uma ligação da Delegacia onde trabalhava, perguntado se gostaria de voltar a trabalhar, claro, sem ir a campo por causa da minha condição, mas prestar assessoria nos casos, confesso que fiquei muito feliz com isso, isso será uma motivação a mais para me dedicar ao tratamento, se isso significar que poderei voltar a vida que tinha antes.
Só tem um pequeno detalhe. Na mesma delegacia trabalha meu ex que foi o causador da discussão entre eu e Iruka no dia do acidente. Não sei como ele vai reagir. 

Não que ele fosse me proibir de trabalhar ou algo assim, mas ele ainda se sente inseguro em relação ao Yamato. Só de lembrar daquela discussão e do resultado dela, sinto um aperto no peito. Então estou eu novamente, ansioso, esperando o amor da minha vida para conversarmos. Estava lendo meu livro inseparável, de novo, sentado na cama, quando ouço a porta abrir e alguém me chamar.

- Kakashi, está em casa?

- Sim, estou no quarto amor.

Não demora muito vejo Iruka entrar no quarto, parecendo animado, com certeza pelo fato de eu ter ido à consulta com a Dra. Tsunade e pelo seu olhar vejo que está curioso querendo saber tudo.

- Você sabe que estou curioso para saber como foi a sua consulta, mas preciso de um banho primeiro. - disse o moreno se preparando para ir ao banheiro.

- E eu não ganho nem um beijo nada? - digo fingindo indignação.

-Dramático…- respondeu Iruka voltando e me dando um selinho demorado, e eu aproveitei sua distração e o puxei para mim, aprofundando o beijo.

- Está animado hoje, pelo visto tem boas notícias.

- Pode-se dizer que sim, tenho novidades também. Mas primeiro vai tomar seu banho e depois conversamos.

- Primeiro faz drama por não ganhar beijo, agora está me expulsando? - agora foi a vez de Iruka fingir estar bravo.

- Claro, já ganhei o que queria, agora vá tomar seu banho que temos muito que conversar. - acabei falando mais sério do que pretendia, pois o olhar de divertimento de Iruka se tornou apreensivo.

- O que aconteceu? Agora você me deixou preocupado.

- Não se preocupe Iru, vá tomar seu banho com calma e depois conversamos, ok?

Mesmo contrariado Iruka foi tomar seu banho, enquanto eu consegui ficar mais nervoso do que estava e a tentativa de deixar o clima menos tenso, evaporou-se. Enquanto aguardava Iruka sair do banho, estava pensando em como abordaria o assunto de voltar ao trabalho, pois se fosse apenas isso seria simples, porém minha atenção foi totalmente atraída para a porta do banheiro, de onde saiu um deus, na minha opinião, usando apenas um calça moletom, sem camisa, com algumas gotas de água escorrendo pelo peito, cabelo solto e úmido pois tinha acabado de ser lavado.

- Kashi, está babando. - brincou Iruka

- Se eu não estivesse impossibilitado da cintura para baixo você iria ficar sem andar por uma semana.

Meio HomemOnde histórias criam vida. Descubra agora