Diferenças

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"Todos temos o bem e o mal dentro de si, mas o que realmente importa não são as semelhanças e sim as diferenças."(Alvo Dumbledore)

Trim. Trim. O relógio soou tão alto e fez com que Thomaz acordasse, o dia estava frio - sendo que o sol nem havia nascido. E ainda eram apenas cinco e meia da matina, fazia um silêncio enorme no quarto, o que eram mais motivos para que ele continuasse na cama e voltasse a dormir já que deveria estar na escola somente as sete e meia. Mas ele não podia se atrasar, hoje não. Então se lembrou do motivo pelo qual pôs o relógio para despertar tão cedo, foi ai que levantou da cama tão rápido que seu reflexo no espelho, pareceu um simples borrão. Ele se deparou com o garoto no espelho que usava uma camisa azul de algodão do Capitão America e uma calça de moletom.

- Pijama maneiro. - Disse ele para o garoto do espelho.

Agora Thomaz observara o rosto do garoto, forçou um pouco a visão, mas não conseguiu enxergar, virou-se para cama e visualizou uma mesinha onde sob ela ficavam seus óculos. Pegou os óculos e voltou para frente do espelho, e viu o garoto agora com quatro olhos e em seu rosto havia uma coisa brilhante, passou a mão sobre a coisa que brilhava, era gosmenta e grudenta - Baba! Pensou ele. Correu para o banheiro em seu quarto. O banheiro não era sujo, era ate limpo e organizado e cheirava a lavanda - claro que não era ele que havia deixado o banheiro de um adolescente de dezessete anos limpo e cheiroso.

Ele foi em direção ao Box e ligou o chuveiro, quando a água encontrou o chão e começou a molhar todo interior o espaço, molhou também sua calça, e o contato da calça de moletom pesado e molhado colando em sua pele o deixou com mais frio ainda. Então saiu do Box e sentou-se no vaso sanitário, ouvindo somente o cair da água no chão, não demorou muito e tomou coragem tirou sua roupa e entrou no Box como se estivesse entrando em uma guerra, uma guerra que o inimigo era a água fria.

Como todo adolescente colocou primeiro o pé, e tirou rapidamente - ele estava certo: água estava realmente fria. Tomou mais um pouco de coragem e entrou debaixo d'água.

- Você venceu - disse Thomaz. Referindo-se a sua guerra particular com a água.

*** *** ***

Logan já a havia acordado há algumas horas. Já havia tomado banho e agora sentado sobre o telhado de sua casa esperava pacientemente o sol nascer, como sempre fazia todos os dias desde os sete anos de idade, e não tinha nenhum importante motivo para esperá-lo nascer, a não ser por desejar ser igual ao sol: importante, único, essencial para as pessoas.

Quando seus pais morreram, ele foi adotado por uma nova família que achava que dava a Logan tudo que ele precisava, mas não davam a Logan o que ele realmente queria: um pai que chegasse do trabalho e lhe daria conselhos e carinho, uma mãe que lhe desse amor, e um irmão para poder chamar de amigo. Mas só o que conseguia era um falso amor quando controlava a mente das pessoas.

No jardim de sua casa ele observou um beija-flor voando entre as tulipas e as rosas de sua tia, com um simples olhar puxou o beija-flor para perto de si fez o Maximo de silencio, que chegou a ouvir a as batidas cardíacas do pequeno coração da pequena ave. A ave se debatia tentando fugir, mas não conseguia nem mesmo sair do lugar, foi ai que Logan desejou mal ao beija-flor, a ave se debatia com mais força, mas agora estava "livre" e voava de um lado para o outro como se suas asas estivessem pegando fogo - na verdade, na pequena mente da pequena ave, ela sentia suas asas arderem e queimarem - continuou a voar cada vez mais baixo, ate que fraquejou e caiu, mas não tocou o chão. Logan havia salvado a ave e agora a trazia novamente para perto de si. Segurou a ave em suas mãos, observou suas asas que estavam sem qualquer sinal de cinzas ou queimadura. Logan agora sentia em sua mão o coração acelerado do pequeno animal.

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