Crianças Legais

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Três coisas não podem ser escondidas por muito tempo: o sol, a lua e a verdade. - Buda

A dor era insuportável, deixando Thomaz paralisado e vulnerável a qualquer outro ataque do garoto de cabelos bronze. Ele sentiu seu sangue gelar, lágrimas ameaçavam brotar em seus olhos, mas recusou-se a deixar que elas viessem e, de alguma forma, várias pontadas dolorosas acertavam seus órgãos internos. Rins. Fígado. Coração. Até que sentiu uma fina linha líquida sair involuntariamente de sua boca. O gosto ferroso de sangue o deixou com náuseas. Agora ele entendia parte do que Skai havia dito agora a pouco sobre não deixar que Alec o tocasse. Mas que poder é esse? Porque causava tanta dor? Quanto estrago podia fazer? As perguntas brotavam em sua mente como ervas daninhas em uma bela campina. E Thomaz, mesmo contra sua vontade, sentira um tremor percorrer seu corpo apenas por pensar que tipo de coisas Alec podia causar nas pessoas com tamanho poder, mas torceu para que os outros dois mutantes não tivessem notado.

Tudo que se via de Alec era a feição entediada de alguém que preferia estar contando as vigas do telhado do que estar ali naquele momento. Talvez o fato de Thomaz não ser um ótimo combatente tivesse alguma coisa a ver com isso. Enquanto Thomaz pensava sobre isso, o garoto em sua frente abandonou a posição de ataque, levou a perna destra para trás com o intuito de ganhar força e, rapidamente, voltou contra o lado esquerdo do rosto de Thomaz. Ele rolou pelo chão de terra, sujando suas roupas. Alec era rápido, forte e poderoso. Imaginei que duraria mais tempo, Thomaz pensou rindo de seu imenso desempenho e aceitando mais uma derrota. Sua face ardia e doía por conta do chute. Qualquer movimento com a boca causava a dor de um parto. Não que Thomaz tenha dado a luz a nenhum Thomazinho, apenas por ser exageradamente exagerado.

- Inferno. - Alec disse lentamente.

Uma risada alta veio da arquibancada. Skai com toda certeza estava se deliciando com esse banquete.

- Não acredito que você errou o coração. - ele disse, do mesmo jeito que algum torcedor de futebol diz quando o jogador faz algo errado - A sua reputação está fortemente ameaçada.

Alec ignorou.

- Vamos novato. Não gosto que me deixem esperando.

- Jesus, espera aí. Cara, eu sou novo nisso. - Thomaz levantou batendo em suas vestes, removendo a terra que se impregnara na camisa e calça. Enquanto isso, Alec caminhava para o seu lugar na tentativa de reiniciar o combate. O que mudou foram as pontadas nos órgãos de Thomaz que já não eram tão intensas como antes.

- Ouça, Thomaz. - Skai chamou sua atenção. - Alec é um combatente de curta distância, o que o torna seu pior adversário. E você é um combatente de longa distância, o que torna você o pior adversário dele. - Thomaz absorvia cada palavra. - Acho que já entendeu. Afinal você tem esse cabelo claro, mas não é loiro. - O riso irônico formou-se em sua boca como de costume.

Alec continuava com sua feição entediada. Tão animador, sugeriu Thomaz.

Ele sabia um pouco sobre os mutantes que aqui viviam e seus respectivos poderes. Sobre Skai que tinha a melhor das armaduras, o poder de titânio herdado do pai. Kesia que controlava a água. Demi que conseguia projetar um campo de proteção e força. Liam que conseguia ler a mente das pessoas com excessão de Thomaz - ele já não acredita fortemente como antes, aliás, tem muitos movitos para não crer em Liam - e Skai no modo armadura. Outros jovens que soltavam bolas de fogo pela boca, teleportavam-se, controlavam elementos, dentre outras loucuras. Mas nada ele sabia sobre esse garoto a qual luta agora.

Alec voltava a posição de ataque. Eu preciso de uma pose dessa para causar intimidação ou apenas parecer legal, pensou Thomaz.

Alec corria em sua direção com os braços para trás, em questão de segundos aquelas mesmos braços iram atacar Thomaz, era preciso pensar em algo. Thomaz começou a dar passos para trás, seus braços de direcionavam aos caixotes e barris, mas seus olhos encaravam o rosto nada ameno de Alec. Ele ouviu o som de ferro chocar-se contra o chão. Seus olhos viraram-se para o lugar dos caixotes e apanharam um objeto fino e cilíndrico. Chutando deveria ter um metro de altura. As mãos de Thomaz voltaram-se para o cilindro e começou a atraí-lo para perto de si. A distância entre Thomaz e a Alec diminuía assim com o a distância entre Thomaz e o cilindro, mas esse chegou primeiro em suas mãos. Aquilo era bom, seus poderes o responderam melhor do que em todo o tempo que ele estava ali. Em uma fração de segundos e distância entre Alec e Thomaz caiu para dois metros de distância. O braço direito dele voltou-se para frente com intuito de mais uma vez tocar Thomaz, no entanto, a mão de Alec parou no cilindro que Thomaz usou como defesa.

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⏰ Última atualização: Oct 04, 2015 ⏰

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