Toda a situação começou em um restaurante com uma criança que caminhava pelas beiradas da inteligência e da falta de noção ao mesmo tempo. Seus pais e seus tios estavam sentados em uma das várias mesas do lado de fora e a criança não contendo sua energia andava para lá e para cá, se mantendo próxima aos olhos dos adultos.O problema era que ela não era exatamente hiperativa por fora, mas por dentro. Pensava muito e no meio disso ideias duvidosas surgiam enquanto ela observava a estética do restaurante. Ele era elevado alguns bons centímetros em relação ao nível da rua e em suas bordas havia um tipo de “cerca”, que na verdade eram pequenos tocos de madeira espaçados ligados por cordas. A menina pensou que aquelas cordas dariam um belo balanço, ela amava balanços então decidiu testar sua hipótese. Para seu pesar, mal deu uma balançada e caiu na calçada, seu corpo em por cima de um de seus braços, ela gritou.
Seus parentes logo correram preocupados em sua direção, tudo aconteceu tão rápido, como ela parou ali? O pai a pegou o colo, achando que tudo não passava de um susto, mas a criança de 7 anos sabia que não. Ela chorava em desespero:
— Pai, o meu braço quebrou!
— Não filha, não quebrou não.
Seu pai tentava acalmá-la, mas a menina insistia, dizendo que não conseguia mais movê-lo, e isso, durante a adrenalina, a assustava mais do que a dor. Por fim seus pais correram com ela para o carro e a levaram ao hospital o mais rápido possível, o que se provaria um tanto inefetivo.
Tudo parecia muito surreal no hospital, o médico de plantão não chegava, eram 9 da noite. As enfermeiras garantiam que haviam notificado e que ele chegaria em minutos. Horas se passaram, madrugada de choros. Mãe e enfermeira tentavam acomodar o braço e a garota não conseguia dormir:
— Move mais para o lado... Agora abaixa... Para cima!
A manhã chegou, o plantonista nunca apareceu. Pais completamente irritados. Outro plantão começou e um novo médico apareceu. O procedimento finalmente pôde ser feito. O pai era um advogado e isso com certeza geraria um processo. A criança mal acompanhava o que acontecia, mas se a perguntassem o que aconteceu ela dizia sem parecer que se culpava:
— Eu me desequilibrei, fui apoiar minha mão na corda.
Dias depois a menina reclamava que cada vez mais não conseguia mover seu mindinho, então sua mãe a levou ao médico novamente, dessa vez um mais confiável. Choque, o braço havia sido realocado de maneira errônea, prendendo os nervos. O médico diz:
— Ela precisa fazer uma cirurgia amanhã mesmo. Ou perderá o movimento do braço e ele ficará atrofiado. Eu não posso mexer no trabalho desse médico, mas vou assistir a cirurgia para ter certeza de que dê certo.
Vultos de rapidez. Quebraram seu braço novamente. A cirurgia seria mais complexa agora, com pinos e imobilização, gesso. Dor.
Felizmente o braço ficaria realmente melhor, mas o processo judicial foi perdido. Uma cicatriz de 10 centímetros chama uma contação de história.