Hermione estava sentada em cima de sua bancada com uma navalha de prata na mão. O último mês e meio tinha sido ruim para os negócios. Não que os negócios fossem bons, mas a busca por justiça havia levado muito mais tempo do que ela esperava e a deixara para trás. Foi bom fazer uma pausa, mesmo que curta.
Ela fez uma pausa enquanto as tábuas do piso acima dela rangiam. Ela olhou para o relógio e balançou a cabeça. Cinco da tarde. Ela não sabia o que mantinha Draco acordado a essa hora. Ela acordava rotineiramente às duas da manhã para usar o banheiro e, com a mesma frequência, o encontrava andando de um lado para o outro, sentado à mesa da cozinha ou totalmente ausente. Por mais tentador que fosse perguntar, ela se conteve. Os fantasmas de sua mente não eram dela para decifrar.
Uma curta exalação soprou as aparas para longe da superfície da madeira. O padrão da varinha era simples: uma série de gravuras cruzadas que circundavam o cabo, proporcionando aderência adicional na haste de sicômoro de granulação fina. Ela não se considerava uma artista; suas varinhas eram coisas feias e deselegantes, feitas para pessoas feias e deselegantes. Sua criatividade era melhor aplicada a problemas teóricos, não ao design físico. Ainda assim, era um meio de vida.
A porta de sua loja tilintou, as velas queimando em resposta à presença dos clientes. Ela colocou a haste da varinha em um suporte, limpou a poeira e empurrou a cortina divisória.
Blaise Zabini estava no centro da loja. Dedo a dedo, ele tirou as luvas grossas de couro, colocou-as uma sobre a outra e guardou-as no bolso da capa. Astoria Greengrass andou em círculos ao redor dele, avaliando as varinhas de Hermione com um sorriso zombeteiro. Ela manteve as mãos enfiadas na capa. Hermione não tinha dúvidas de que sua mão direita agarrava sua varinha.
"Posso ajudar?"
"Eu certamente espero que sim." disse Blaise com um sorriso. "Já faz muito tempo, Granger."
"Faz sim."
"Esteve bem?"
Hermione gesticulou amplamente mostrando ao redor. "O que você acha?"
"Blaise..." Astoria estalou a língua, zombando dela. Ela terminou seu círculo ao lado dele, passando o braço esquerdo pelo direito. "Não há razão para não sermos civilizados."
"Muito bem, querida." ele concordou, os olhos nunca deixando Hermione. "Eu diria que temos sido civilizados, não é?"
"Infalivelmente educado."
"Você poderia dizer o mesmo, Granger?"
"Considerando que eu ainda não te expulsei?"
"Estamos dentro do seu horário de funcionamento, de acordo com a placa na sua porta. E não fomos desrespeitosos ou danificamos seus produtos. Por que você nos expulsaria?"
Hermione fez uma pausa. Ela pensou ter ouvido o ranger de tábuas do assoalho um momento atrás, mas não havia nada agora. Draco sabia que deveria se manter distante quando ela tinha clientes; era demais esperar que ele estivesse ouvindo. Eles não estavam prontos para isso ainda. Esse não era o plano.
"Talvez eu não queira atender a sua espécie aqui."
Astoria ergueu uma sobrancelha dourada. "Preconceito de uma sangue-ruim?" A inspiração de Hermione foi forte. Ela mordeu a língua, mas tarde demais, Astoria notou a reação, e seus lábios se esticaram em um sorriso irônico. "Isso é ótimo."
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Bloody Wonders || Dramione
Misterio / SuspensoFalsamente condenado por triplo homicídio, Draco Malfoy jura vingança contra todos os responsáveis por sua prisão. Depois de escapar de Azkaban, seu primeiro alvo é sua defensora, Hermione Granger. Sozinha e solitária, com sua carreira destruída p...