O tempero de lágrimas

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Hermione Granger

Faz dez anos que guerra chegou ao fim, mesmo com as mortes, todos tem tentado viver a vida o máximo possível, com o que nos foi deixado, foi uma vitória que doeu na alma.

A seis anos me casei com Ronald Weasley, não vou negar que o encanto a muito se foi, ele tem me negado a única coisa que realmente desejo, filhos, não sei e nem quero saber o que se passa naquela cabeça de fósforo, mas é frustante; Harry a muito se casou com Gina Weasley quase ao mesmo tempo que a gente e eles tem dois filhos, que são a coisa mais fofo de se ver.

Não vou negar, se falar que isso tem me afetado, pois tem, quero muito isso mais do que qualquer pessoa possa sequer imaginar, estou pensando sinceramente em largar Rony e fazer um por aí, estou pirando.

Estava em um sonho gostoso, que estava grávida e um homem não ruivo, e sim loiro, passava a mão na minha barriga sorrindo, e ele não me é estranho, onde já vi aquele sorrido de canto e aqueles olhos tempestade?

Abri os olhos para a vida, triste notícia, levantei antes do ruivo e fui tomar banho, a porta do banheiro foi aberta e ele entrou, sorrindo.

- Mione, continua linda - Beijou meu ombro e acariciou meu seio.

- Rony que tal fazer aquele bebê agora? - Se afastou na hora.

- Lá vem você novamente, quer mesmo estragar seu corpo para parir uma criança remelenta? - Meus olhos começaram a marejar, saí do banheiro e me enrolei na toalha, ele suspirou e pegou meu braço - Me desculpa, é que realmente não é a hora agora - Tentou se explicar.

- Então quando? Quando estiver tão velha que meus filhos me chamaram de vó? - Ele revirou os olhos.

- Não exagera Hermione, são só crianças - Puxei meu braço.

- Serão nossos filhos Ronald - Argumentei.

- Não preciso de filhos, somente de você nesse momento Mi - Queria xinga-lo, e dizer que não preciso de alguém como ele.

Mas estamos a tanto tempo juntos, já estou acostumada a morar com ele, sentiria sua falta e isso seria pior, não quero perdê-lo.

Então deixei que ele me abraçasse e me levasse para a cama, achando que tinha ganhado a briga por fim.

Draco Malfoy

Finalmente depois de dez longos anos, vi a luz do sol como se fosse a primeira vez, levantei a mão e deixei que os raios tocassem minha pele translúcida, estamos a alguns quilômetros da prisão.

- Como se sente? - O cicatriz perguntou.

- Melhor do quê posso esperar, Azkaban não foi exatamente uma colônia de férias - Falei sarcástico, ele riu.

- O que pensa em fazer agora? - Olhei para o céu azul.

- Comer até meu estômago doer - Soltou outra risada, me entregou minha varinha que ele a muito tinha roubado de mim.

- A guardei, mas segundo Oliveras vai ter que comprar outra que essa mudou de dono - Tinha uma nota de culpa em sua voz, suspirei.

- Vai ter que bastar por hora - A coloquei no bolso.

- Bom, está livre Malfoy sua mãe deve estar na sua casa te esperando, ela está cumprindo a pena em domicílio, mas uma coisa Hermione está acompanhando o caso dela, então vai lá uma vez a cada quinze dias e amanhã é o dia da visita, então seja gentil - Soltei uma risada desdenhosa.

- Não sei do que está falando Potter, até nunca mais - E aparatei, direto nos portões da mansão.

Pronuncie o feitiço que os abre, o longo caminho até a entrada parecia não ter fim, olhei para o jardim que antes era bem cuidado e hoje apenas uma sombra do que já foi, assim que cheguei toquei a madeira da enorme porta e ela abriu, fazendo barulho, já na entrada dá para ver a poeira levantada, a casa inteira está empoeirada e fede a mofo, como se tivesse abandonada, assim que entrei na sala principal encontrei minha mãe segurando uma garrafa que parece bebida, deitado no sofá dormindo toda descabelada, já é quase horário de almoço e encontra-la assim, fez meu coração gelar.

Dramione - Ma ChérieOnde histórias criam vida. Descubra agora