sem rumo

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ando sem pensar,
falo sem agir,
grito sem voz,
mas como parei assim?
tão lamentável.

depois que você nasce,
tem que lutar com tudo,
ficar preso à ideias,
implorar por esperança,
à sentimentos distorcidos.

por mais que grite,
por mais que exista,
por mais que viva,
por mais humano que seja,
não à saída.

me libertar,
mas guardo sentimentos,
quero seguir em frente,
sem rodeios,
sem mais manipulações.

por mais que te irrite,
é inevitável,
quando se convive à longo prazo,
a dor se torna seu lar,
a escuridão o seu zelo.

quero poder me reconstruir,
peça por peça,
construir novas memórias,
despedaçar o passado.

ando sem rumo,
à algum lugar,
alguém me diga onde,
onde as pessoas vão,
aonde posso me jogar,
me tornar um só,
junto de meus arrependimentos.

o espelho mostra quem és,
porém tudo que vejo,
é uma poça de sangue,
envolta do líquido,
uma casca habita,
uma ser miserável.

por que não consigo sozinha?
por que tem que ter alguém?
isso é inútil,
não sou nada.

meu gritos,
são uma canção,
ao meu desespero,
minhas lágrimas,
sua melodia,
minha tristeza,
sua letra.

odeio ter que ter sentimentos,
são como uma maldição,
o único jeito de quebra-lá,
é se quebrar junto.


~natsuoto

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