Capítulo 3

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Narrador: 

Voltando aos últimos acontecimentos.

_ Podemos seguir alteza? Diz o motorista com voz gentil. Olhando para Elizabeth e Vic que acabam de entrar na limusine 

_Podemos. Ana?! Diz Elizabeth olhando para a irmã que acordou ainda confusa

_ Podemos sim. Diz Ana se sentindo envergonhada e cansada.

_ Está na hora de voltar pra casa. Diz Elizabeth olhando para o motorista 

_Tudo bem. Diz Ana tentando com tom baixo

_ Temos um discurso em duas horas. Precisa tentar se recompor, acha que consegue fazer isso? Diz Elizabeth

_Vou estar lá. Diz Ana olhando para frente 

_ Sei que hoje é o pior dia das nossas vidas. Mas temos que fazer isso. Diz Elizabeth

_ Eu sei. Só não... consegui ouvir. Não posso acreditar que... Eu sinto o calor do abraço do papai e o beijo doce da mamãe a risada deles. Eu pedi tanto aos Deuses pra eles estarem vivos, quando fossem encontrados e eles...  Não consigo acreditar eram pessoas boas. Diz Ana em lágrimas outra vez

Arthur coloca sua mão sobre a mão de Ana

_ As pessoas dizem que vai ficar mais fácil. Mas não vai ficar. Todos os dias eles vão fazer falta e aquele vazio sempre vai estar nos assombrando, mas temos um ao outro e vamos nos curar e nos segurar. Diz Vic enxugando o rosto com a mã

_Pare de chorar, tome uma água, respire fundo, vamos passar por isso. Logo vamos chegar ao castelo. Diz Elizabeth com tom um pouco mais firme

Um silêncio toma conta o resto da viagem. Ao entrar as meninas se separam. Arthur e Ana vão para a cozinha. Victória vai para o jardim e Elizabeth para o escritório. Karen sua assistente vai até Elizabeth.

_ Alteza, recebemos muitas flores e muitos cartões estão todos no salão o que fazer com eles?
_ Compre um cartão de agradecimento a todos que mandaram flores. Deixe todos os cartões na minha sala e suma com as flores. Você recebeu alguma ligação importante?
_Nenhuma ligação. Posso fazer mais alguma coisa? Diz Karen com atenção
_ Veja minha agenda e desmarque todos os compromissos. Pode marcar para a semana que vem.
_ Como quiser, alteza!

Ana ainda está toda inchada de tanto chorar. Ao chegar na cozinha Carmem que vem lhe dar um abraço.
_ Meu bem! Sinto muito, vou fazer um chá pra vocês. Diz a senhora em passos rápidos 
_ Obrigada. Nunca pensei que pudesse ficar tão triste. Diz Anna se aproximando da bancada
_Obrigada pelo chá. Diz Arthur 
_ Seus pais prepararam vocês pra tudo. Menos pra viver sem eles. Mas vocês vão superar,são fortes.
_Eli é, eu não consigo. Tudo que faço é chorar e chorar e me sentir perdida. Diz Ana secando as lágrimas
_ Você é uma pessoa forte, Ana. Diz Arthur
_ Você é tão forte quanto. Ela só sente a dor de um jeito diferente. Toma aqui esse chá, cuidado que está quente, meu bem. Diz Carmem com seu jeito delicado.
_Obrigada Carmem. Diz Ana
_ Arthur toda vez que te vejo você está mais lindo, más está tão magrinho, vou pegar alguma coisa pra você comer. Diz Carmem em passos rápidos revirando a cozinha com agilidade
_Carmem! Diz Ana soltando um sorriso
_ Obrigada. Diz Arthur sem jeito
_ Falando em gato olhe na porta Ana! Diz Carmem colocando uma bandeja com comidas gostosas a Arthur 
_Majestade? 
_Maicon. Entre, se junte a nós, quer um chá? Diz Ana forçando um sorriso
_ Eu aceito se não for incômodo. Arthur! Diz o moço com educação
_Maicon! Diz Arthur 
_ É algo importante? Diz Ana quebrando o silêncio e colocando sua mão sobre o braço de Maicon
_ O Conselho mandou uma carta em seu nome, já coloquei na sua mesa. Junto com uns documentos que eram para rainha ter assinado. Alteza? Ana, só Ana, desculpe! Além disso precisa escrever seu discurso. Tem um pronunciamento em uma hora e vinte e dois minutos. Diz ele sem jeito

_Obrigada Maicon. Hoje e amanhã vou precisar muito de você. Mas, depois você pode tirar uma folga, vou querer colocar a cara no trabalho. Diz Ana tentando segurar suas emoções
_ Ficaria muito grato se pudesse tirar um ou dois dias de folga más depois disso ficarei ao seu lado, colocaremos a cara no trabalho juntos.
_ Aproveite a oportunidade Maicon. Diz Arthur

_ Não a deixarei nesse momento. Diz Maicon

_ Quanta gentileza a sua. Diz Arthur

_ Tem feito tanto, tem certeza que não precisa de mais dias? Diz Anna

_ Tenho sim alteza! Diz Maicon

_ Ana! Me chama de Ana. Então está bem! Diz Ana

_ Também irei ajudar. Ajuda nunca é demais né. Diz Arthur se metendo 

_ Você não vai voltar com seus pais?

_ Não, vou ficar mais um pouco. Diz Arthur

_ Ok então... Vou voltar para os meus afazeres, até mais tarde meninos! Diz Ana saindo

Ana estava caminhando em passos rápidos quando passou pelo escritório da Katie. Doeu saber que nunca mais vai ver ela trabalhando ou sorrindo, escolhendo o jantar, inventando dinâmicas para família, seus conselhos e carinhos ela entra no escritório e vê um quadro da família e um vidro de perfume, ela se aproxima e cheira o perfume da mãe, uma saudade transborda em seu coração. Ana continua andando quando vê que Elizabeth está no quarto de seus pais, sentada na cama com um copo de wisk olhando para a janela. Ela entra e senta do seu lado.

_ Eles vão fazer muita falta.
_Vão.
_ Tudo que eu quero é saber quem fez isso com eles! Diz Elizabeth
_ Também quero. Quero justiça! Diz Ana
_ Li o resultado da perícia. Eles foram sequestrados, sofreram desidratados, apanharam, muitos hematomas pelo corpo, vários cortes e por último eles os sufocaram até a morte e jogaram os corpos no rio.
_Que horror! Como alguém teve coragem de fazer isso e como pode repetir essas palavras com tanta frieza?Já chega de wisk! Diz Ana levantando e retirando o copo das mãos de Elizabeth
_ Sabe o que mais tinha na perícia? Diz Elizabeth se levantando 
_Não quero saber Eli! Eu só quero que eles paguem. E esquecer tudo isso!
_A nossa mãe estava grávida. Nós perdemos nossos pais e um irmão. 3 mortes!
_Porque ela não contornou pra gente ?
_Faz diferença agora?
_Não. Esse monstro destruiu a nossa família. Diz Ana saindo do quarto atordoada

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