[Prólogo]

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Não sei quando exatamente começou, no entanto, desde que me entendo por gente, eu observo as pessoas a minha volta, constantemente. Infelizmente, esse pequeno passatempo, fez com que eu fomentasse uma inveja desproporcional direcionada a qualquer um.

As pessoas costumam viver suas vidas baseada em seus prazeres pessoais. Geralmente, elas buscam isso acima de qualquer outra coisa. Não se importam em passar por cima uns dos outros. Desde que tudo seja em prol do seu desejo pessoal, os fins justificam os meios. E essas, são exatamente as pessoas que eu invejo.

Por quê? Simples, Por que elas vivem!

A satisfação de realizar seus desejos, as deixam felizes. Independente de serem nobres ou egoístas, não importa. Desejos dão valor a existência de uma pessoa. Dão valor, a sua vida. Elas almejam sonhos inalcançáveis e trabalham duro para alcançá-los, se esforçam ao máximo, lutando todos os dias e até mesmo, rastejam se for preciso, para tornar esses sonhos em realidade. Fazendo isso, elas vivem. Suas vidas, possuem valor. E é por isso, que eu as invejo.

Mesmo que seja comum as pessoas terem sonhos e objetivos, isso não se aplica a todas. Eu por exemplo, não sou uma delas. Nesse vasto mundo, existe um percentual de pessoas que possuem certo desencanto pela vida. As mesmas, que não sentem prazer algum, em continuar vivendo. Um grupo de pessoas amarguradas, perdidas no mundo, do qual, infelizmente, eu faço parte.

Mas, o que eu deveria fazer? Quando, absolutamente nada do que eu faço, me deixa feliz. Nada, faz com que eu me sinta vivo de nenhuma forma. O que fazer? Quando se já tentou de tudo para alcançar algo, que deveria ser simples para qualquer ser humano. Sejam amigos, amores, família, dinheiro, fama, esportes... Não importa quanto eu tente, não importa o que eu tente. No fim, me sentirei da mesma forma, Vazio.

Poderia, ter feito algo diferente? Será mesmo, que existe algo que possa me preencher de emoções? Bem... nada disso importa. Afinal, meu fim está próximo. A desistência finalmente me alcançou. Durante muito tempo, nesses vinte e três anos de vida, eu acreditei, que se esperasse, em algum momento, eu encontraria algo que me desse prazer em continuar vivendo. Mas infelizmente, isso não aconteceu.

Aqui estou, em cima de uma ponte. Preste a cometer suicídio. Não me sinto triste, nem com medo. Muito menos, possuo qualquer rancor. Só existe uma única coisa que se passa em minha cabeça neste momento ...

— Eu realmente, morrerei, me jogando desta altura?

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