Amor?

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Ananda narrando.

Já na loja, Márcia ficou super preocupada perguntando de tudo, como tinha acontecido e quem tinha feito, essas coisas. Ela realmente se importava com as funcionárias, Le me disse que ela sempre foi assim.

Eu e as meninas fofocamos bastante e até uma cliente que chegou e ouviu um pouco da conversa ajudou a gente a falar mal da Erika.

Por essa tarde eu esqueci completamente que tinha 500 reais pra arrumar e tinha que decidir isso até amanhã.

Eu não sabia como contar pro meu pai, talvez eu conte quando aparecer lá na casa dele com o carro todo fudido. Não sei.

Cheguei em casa às 19h, paguei o Uber e subi pro apartamento. Assim que entrei, Naty me ligou.

Ligação on:

Natália: Amiga tá ocupada?
Ananda: Chegando em casa. - tirei os sapatos e deitei no sofá.
Natália: VH quer te falar uma coisa, mas não sabemos se você vai querer ouvir por aqui ou pessoalmente.
Ananda: Por mim seria melhor se ele me ligasse, não quero levantar desse sofá. 
Natália: Ele pode ir aí?
Ananda: Deixa eu falar com o capeta.
VH: Oi?
Ananda: Eu mordo?
VH: Que?
Ananda: Ligasse você ao invés de gastar os créditos e a saliva dos outros pra eles passarem recados seus, porra.
VH: É por isso que evito, fica nessa de gritar e ser grossa.
Ananda: Você vem pra gente conversar ou quer me ligar do seu celular quando estiver em casa?
VH: Já já eu tô aí. 
Ananda: Tá bom. Tchau.
VH: Beijo, tchau.

Ligação of.

Provavelmente o florzinho tá querendo pedir desculpa porque a namorada dele estragou o meu carro e vai querer compensar sabe como? Com sexo. Ah eu odeio homens!

Passaram 20 minutos, eu fiquei o tempo todo mexendo no Facebook. O interfone tocou, seu João perguntou se podia subir o Victor. Eu deixei e fiquei esperando ele chegar. Em pouquíssimo ele bateu na porta e eu abri.

VH: Oi... - ele tava coçando a cabeça, e ele só faz isso quando tá nervoso. Ele hesitou um pouco mas acabou me dando um abraço pra cumprimentar.

Ananda: Entra. - dei passagem e ele entrou. - O que queria conversar comigo? - fechei e porta e sentei no sofá na frente dele.

VH: É sobre seu carro... - ele continuava coçando a cabeça.

Ananda: Olha, eu disse bastante coisa, sobre ela, sobre nós. E eu não preciso que você venha defender ela pra...

VH: Não é isso. - ainda coçando a cabeça.

Ananda: Eu sei que é, é sua namorada. Mas por favor, não defende ela. Você viu a situação do meu carro. É muito caro o conserto e eu não sei o que vou fazer.

VH: Não vim defender...

Ananda: Eu sei que veio. Victor, eu sei que a gente tava meio enrolado ou sei lá o que era. Mas eu entendo que você escolheu ela, aliás ela tá com você todo esse tempo. Mas eu não preciso que você venha fazer o filminho da sua namorada invejosa e...

VH: EU FIZ ELA PAGAR. - fui interrompida e ele parou de coçar a cabeça.

Ananda: Como assim?

VH: Ela tá metade careca e vai ter que arrumar os 500 reais até terça. Pode levar o carro pra oficina.

Ananda: Careca? - eu queria rir mas tava com medo.

VH: É... Eu raspei a cabeça dela.

Ananda: Ai meu Deus! - eu queria muito rir. E abraçar ele por ficar do meu lado.

VH: Essa não é a melhor hora. - ele voltou a coçar a cabeça. - Na verdade é a pior. Mas eu entendo agora que acabei escolhendo a mina errada. Você mexe muito comigo, Nanda. Muito. E a Erika faz tudo que faz por atenção e dinheiro. Sei que o filme que fizeram de mim pra você não é dos bons, mas se você me desse uma chance.

Ananda: Eu... - agora eu queria coçar a cabeça. - Victor eu não sei, você tem toda essa coisa de muito trabalho e muita mulher em cima e eu tô no morro há tão pouco tempo.

VH: Você sabia que qualquer um da rua pode me reconhecer e eu vou preso se o polícia que não tem acordo comigo não estiver de plantão né? Mas mesmo assim eu tô aqui. Isso não prova muito, mas eu tô aqui falando com você correndo risco de ser preso.

Ananda: Eu não sei... - comecei a coçar a cabeça e sorrir meio sem graça.

VH: Vem cá. - ele me puxou pra perto dele. - Não precisa decidir nada agora. Nada mesmo. Liga a tv e vamo ver alguma coisa.

Ananda: Ei! Eu não te chamei pra dormir aqui! - eu ri.

VH: Eu mesmo me chamei. - fiz cara de brava. - Sei que você trabalha amanhã cedo, eu também trabalho. Eu acordo antes de você e vazo. Não vai nem lembrar que eu tava aqui.

Ananda: Ai tá bom. - revirei os olhos. Ele pegou o celular e mandou um áudio pra Natália: "Naty vou dormir na Nanda, tá tudo certo, avisa o PK".

Apaguei a luz da sala e liguei a TV, não tinha nada de muito bom passando então fomos ver Ricky and Morty.
Acabei dormindo no ombro dele, acordei de noite ele também tinha dormido, os dois sentados no sofá. Desliguei a TV, acendi a luz do corredor pro quarto e acordei ele.

Ananda: Ei, vamo dormir na cama.

VH: Ah, ok amor. Você que manda. - amor? Ele me chamou de amor? Decidi ignorar porque podia ser o sono, mas fiquei pensando nisso enquanto escovava o dente.

Deitei na cama, ele me abraçou e dormimos de conchinha.

Na rocinha - Edição Única.Onde histórias criam vida. Descubra agora