O Amor que sempre Sonhei

XI - Efeitos

– Mãe, está é Gizelly Bicalho. Gi, essa é Genilda Fernandes, mais conhecida como Genildinha Furacão, minha mãe.

– É um prazer conhecer a senhora, já sei pra quem a Rafaella puxou a beleza.

– Obrigada, você também é muito linda e simpática.

Depois de uma simpática conversa com a senhora Genilda Fernandes, e terem estabelecido o contrato onde Gizelly Bicalho seria a mais nova modelo da marca RK Intimates, e todos presentes na chácara parabenizaram a advogada.
Gizelly já faria fotos para a campanha em São Paulo, na terça feira, ela e Rafa irão para a capital paulista na segunda.
Sabendo que iria para São Paulo apenas na segunda, Gizelly queria ir para um hotel, para não atrapalhar o final de semana da família de Rafa, que não gostou da proposta da amiga e insistiu em que ficasse.

– A próxima vez que você falar que vai embora daqui Titchela, eu vou te amarrar no pé da mesa!

– Você sabe que não quero atrapalhar.

– Amiga, você já é de casa, pode ir parando ok?

Gizelly se sentia muito bem acolhida, conseguia interagir com todos, e era retribuída com muito carinho e simpatia. Rafa levou a amiga para conhecer um pouco mais Goiânia, a levou no centro da cidade, e ficaram um pouco no Parque do Buriti, onde Gizelly ficou encantada, mas Rafa acabou sendo conhecida por alguns fãs, onde ficaram um bom tempo tirando fotos, depois que se acalmou um pouco voltaram para a chácara.

– Daqui a pouco será você, Gi, tirando fotos com seus fãs.

– Será Rafaella?

– Vai sim Gi.

Na volta para chácara Gizelly aproveitou que Soso estava a brincar, se juntou a ela e brincaram, de bola,  pique esconde, e até de maquiagem onde Rafa também se juntou a elas. No começo da noite, os familiares de Rafa preparam um pique nique nós jardins de casa, e claro que a convidada de Rafa amou as guloseimas.
Rafa e Gizelly não se desgrudavam, a conexão que as duas estavam era linda, pareciam amigas de infância.
Marcella, ainda queria conversar com a Rafa sobre o assunto do café da manhã, e não perderiam mais tempo.

– Rafa, você pode vir aqui rápidão? – Marcella guiou Rafa até seu quarto, onde a música quase não chegava atrapalhar, e ali elas poderiam ter mais privacidade. – Você sabe sobre o que quero conversar e pode ta me contando tudo!

– Má, eu não sei exatamente o que sinto. É difícil conseguir decifrar o que ela me causa, sabe?

– Seus olhos brilham quando você fala dela. – Rafa sorria um tanto envergonhada.

– Você acha que devo falar com ela? Sei lá tenho medo de assusta la, eu já estou assustada com isso que estou sentindo.

– Eu acho que você precisa estar mais ciente da relação de vocês, ela é uma pessoa incrível e linda, mas se for um carinho passageiro? Talvez até uma atração.

– Você acha que o que estou sentindo é carência?

– Talvez, você arriscaria ter algo com ela?

– Má, eu não sei, ela tem um jeito único que me prende me trás efeitos que não sei decifrar.

– Eu quero te ver feliz, você sabe, e sabe as consequências disso, e não estou falando da mídia, mas daqui.

– Acho que devo me afastar dela?

– Não! Eu não quero que você se precipite, mas que tenha consciência do que vai enfrentar. E se você sente que ela também sente o mesmo, corra atrás não deixa escapar, mas pense bastante.

Depois de pensar muito Rafa tomou uma decisão, que não alimentaria mais seus sentimentos pela Gizelly. Voltou ao pique nique, mas era como se não estivesse, sua cabeça estava uma confusão que não sabia se conseguiria arrumar, acabou ficando o restante da noite calada e tanto fria com Gizelly que percebeu que a amiga não estava afim de papo.
Durante a noite em seu quarto, quando ja estavam apostos para dormirem, Rafa se manteve distante de Gizelly, que entendeu que a morena estava com raiva dela, pois a mudança de comportamento foi nítida, e apesar de se darem muito bem, Gizelly sentia um aperto no peito, e sentia que algo incomodava Rafa, era como se elas tivessem brigado, e a mudança de postura de Rafa estava deixando Gizelly inquieta.

POV GIZELLY

Não consegui dormir tão bem quanto a noite anterior, Rafa estava totalmente diferente comigo ontem a noite, ela foi conversar com a Marcella durante alguns minutos e voltou irreconhecível. Uma Rafaella sorridente e carinhosa se foi e veio uma séria e distante. Meu Deus será que fiz algo de errado? Falei alguma bobagem e não percebi? Eu queria ter falado com ela, mas as vezes o silêncio é a melhor resposta.

Durante o dia as coisas realmente mudaram, aquela sintonia não estava mais no semblante da Rafa, não que ela me tratou mal ou algo assim, mas tava diferente, era como se ali na minha frente não fosse a Rafaella, mas sim robô com frases curtas e sem um pingo de emoção. Aquilo estava me afetando mais do que gostaria, e por mais que deixaria as coisas passar e se resolverem com o tempo, eu iria passar mais três dias com ela, e teria mais uma noite em seu quarto e em sua cama, e aquela sensação de insatisfação não me descia.

Ao final da tarde, puxei Rafa do sofá para o quintal para conversarmos pois não aceitaria aquele modo que ela estava me tratando.

– Gizelly, você tá me puxando pra onde criatura? – Peguei aquela linda moça pela mãozinha e trouxe para os fundos da casa.

– Onde a gente possa conversar a sós! Senta aqui. – Sentamos no batente da calçada da casa. Ela me olhava confusa e até sorridente, e eu estava com saudades do seu sorriso.

– O que houve Gizelly?

– Eu que pergunto o que houve Rafaella?

– Nada.

– Você tá com raiva de mim?

– Gizelly do que você está falando? Eu não tô com raiva de você, que conversa é essa? – Apesar de me dizer que não, eu sentia que alguma coisa tinha haver comigo e não evitei que uma lágrima dessece meu rosto, notado por ela.

– Então não é nada, né?

– Gi, você tá chorando? Olha pra mim. – Ela segurou meu rosto virando para que eu olhasse para ela. – Gi, não chora, por favor! Eu jamais ficaria brava com você.

– Rafa? – Eu queria desmoronar, sentir que ela me ignorava doía demais.

– Gi, vem cá. – Ela se aproximou e me envolveu em seu abraço, e senti que ela também chorava. – Me desculpa pelo modo que agi com você minha linda, a minha cabeça está uma confusão, Titchela eu gosto muito de você!

– Eu também gosto muito de você Rafaella, muito, muito mesmo. – Ela me ergueu para que novamente eu olhasse para ela, e a olhei, com os lagrimejados ela me disse.

— Você é especial para mim e jamais quero fazer você acreditar ao contrário disso, Titchela eu amo você e quero ter você comigo o sempre! – Aquelas palavras eram fortes e intensas, se ela estava quase chorando,  eu já estava. Quando tentei falar, e retribuir o carinho pela mensagem, Rafa se aproximou do meu rosto olhando fixamente para meus olhos, me vi desconcertada e  perdida em seu olhar, suas mãos tocaram meu rosto, limpando com o polegar as lágrimas que ainda desciam discretamente pelas minhas maçãs, seus olhos verdes intensos me deixa imóvel, cada detalhe de seu rosto eu via cada vez mais perto do meu, seu polegar direito fez o caminho traçado em meus lábios, meu coração já batia intensamente e quase parou quando senti os lábios de Rafaella tocar os meus.

O beijo GIRAFA! aff que lindo ❤️