27 - Calmaria antes da tempestade

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- Confortável, baby? - Busco por um travesseiro de pescoço na cabine e posiciono em Jungji, o assistindo coçar os olhinhos. - Ainda está doendo a barriguinha?

- Sim, mama... - Diz manhoso, segurando meu dedo indicador e acariciando o rostinho no dorso da minha mão. - Dói...

- Meu pobre anjinho, da próxima vez, você não vai comer nenhum docinho, ok? - acaricio seu rostinho com a mão livre, o deitando no assento. - Você pode dormir mais se quiser, eu vou estar aqui quando acordar, tudo bem?

- Sim... boa noite...

Não consigo evitar um sorriso triste quando, ainda agarrado ao meu dedo, ele deixa a cabeça descansar no travesseiro e fecha os olhinhos. Enrolo suas perninhas com a manta que tem em sha bolsinha e relaxo também na poltrona.

- Tudo bem aqui? - Levanto o olhar até ter Namjoon e seu singelo sorriso nós lábios. - Estão precisando de mais alguma coisa?

- Não... está tudo bem. - o respondo, e completo sincero. - Ainda acho que foi desnecessário ter comprado passagens de primeira classe. Poderíamos ter ido na econômica.

- Você disse que Jungji estava com dor. Não seria nada legal estar na barulheira de uma classe econômica, tentando o fazer dormir como está agora. - Deu de ombros simples. - Não se preocupe querido, nada com vocês é um gasto. Pra mim é um prazer.

- Você é tão bobo... - Sorrio, agora levando a mão ao seu rosto, acariciando sua bochecha. - Obrigado por tudo, Namjoon.

- Sempre, Jimin. - Ele vira o rosto, beijando minha palma, antes de a afastar. - Sinto muito não poder estar com vocês agora... Eu e o cliente ainda estamos resolvendo alguns empréstimos, então... - começou a se explicar, coçando a nuca.

- Não se preocupe, ok? Você pode resolver seu trabalho tranquilo, qualquer coisa eu com certeza irei avisar. - deixo claro.

- Ok... - Suas covinhas fazem uma aparição rápida, antes que se aproxime e beije minha testa amorosamente. - Chame mesmo, heim? - Diz, já se afastando.

- Eu vou.

O vejo atravessar o corredor, até entrar em uma fileira mais lá em baixo, conversando com seu cliente. Ele disse que teria que trazê-lo, pois ele estava pretendendo abrir um negócio em Busan, e queria alguns investimentos favoráveis pra isso, e foi a primeira coisa que já foi explicando antes mesmo de embarcarmos.

Jungkook nos trouxe até o aeroporto, e "me entregou em segurança" para Namjoon, como disse ele. Eles tiveram uma intensa batalha de olhares onde Namjoon claramente ria do corpo trêmulo e punho cerrado de Jungkook enquanto me puxava mais para perto. Agora que Jungkook me revelou, eu sei com total certeza, de que aquela reação foi puro ciúmes.

Da mesma maneira que me senti imensamente satisfeito em saber que ele ainda sentia algo por mim a ponto de sentir ciúmes, eu também temia o que isso poderia significar. Jungkook nunca foi abusivo comigo, só... indiferente. E eu sabia que isso se devia aos seus pais. Jungkook passou por momentos difíceis também, e mesmo estando ao seu lado, eu nunca realmente pude ajudá-lo. Mas agora, sinto que de alguma maneira eu posso.

E eu vou.

Ao chegar em Busan, me despedi do cliente, que polidamente, se despediu com um acenar de cabeça e um abano singelo de mão. Namjoon me levou até o estacionamento, onde tivemos uma pequena briga por que eu queria voltar de taxi e ele queria alugar um carro.

Claramente eu, o mais sensato, venci.

- Liga quando chegar em casa. Ou melhor, liga tua localização, eu vou acompanhar pelo meu celular. - Ele estava parado ao lado do carro, segurando a porta aberta enquanto eu ajeitava Jungji em meu colo e o pobre taxista colocava as malas no bagageiro.

- Namjoon, deixa de ser emocionado. Eu vou ficar bem. E ligo quando chegar em casa.

- Avisarei Seokjin. - Ele pega o celular rapidamente.

- Para que homen! Deixe o pobre Seokjin aproveitar o dia de folga dele. - Balanço a mão em sua direção, ganhando um tapinha leve.

- Nunca vou brincar com a segurança de vocês. - Diz rapidamente, enquanto também digita em seu celular. - Seokjin vai te esperar em casa. Eu vou avisar a ele chamar a polícia se você não chegar em ao menos três horas. - Falou alto o suficiente para que o motorista - que acabou de entrar no carro - escutasse e me olhasse pelo retrovisor interno com o olhar assustado.

- Deixe de tolices! Tenha um bom rosto de dia Nam. - Dou um tapinha em sua mão, fechando a porta em seguida. - Vai dormir em casa?

- Sim, estarei lá provavelmente a meia noite, ou depois das três! - Sua voz ficou mais baixa, assim como o carro ia se afastando, mas consegui escutar perfeitamente o seu horário.

- Vai me ajudar a fazer um jantar bem gostoso para o NamNam, Junnie? - Limpo o canto de seu olho, ao que ele se vira para mim acenando com a cabeça meio molenga. - Ainda está dodói, filho? - Outro aceno. - Mama vai fazer um mingau bem gostoso e saudável pra você quando chegar em casa, tá?

Continuamos o caminho até em casa com tranquilidade. O trânsito não estava tão ruim e o taxista era até um pouco simpático, mesmo sendo meio calado. Menos de uma hora e meia depois já estávamos parando em frente de casa, com um Seokjin de braços cruzados a nossa espera ao lado de um Hoseok que o tentava puxar pelo braço.

Assim que nos viu, Seokjin deu um solavanco meio brusco, quase trazendo meu portãozinho junto quando desgrudou dele para vir até nós.

-Jiminie! Que bom que chegou, já estava quase chamando a polícia! - Veio em minha direção, segurando meu rosto entre as mãos enquanto o taxista novamente retirava nossa bagagem.

- Você não me faria passar por isso... faria?

- Não duvide, ele tem cara de quem é capaz... -
Hoseok atrás de si, com as mãos dentro do casaco se aproxima lentamente com um amplo sorriso em seus lábios. - Olá Jimin. Eaí Junnie?

Sorrio para si, balançando Jungji - que peguei em meus braços -levemente. - Ele está com dor de barriga por ter comido demais, Hobi. Vou preparar um mingau bem gostoso e depois de uma boa noite de sono ele estará novinho em folha novamente. - Informo o abraçando mais em meus braços e sentindo o aperto de seus bracinhos que rodeavam meu pescoço se intensificar um tanto mais.

- Poxa garotão, vai ficar tudo bem... - Hoseok se aproximou um tanto mais e pousou sua mão nos fios negros de Jungji, que gemeu baixinho. - Posso pegar e levar ele pra dentro? - Suas mãos se estenderam.

- Por favor... - Deixei que ele pegasse meu menino, e lhe entreguei as chaves da porta, para então deixar um beijinho em sua testa e o ver se afastar com meu menino.

- Como foi lá? Se divertiu? Por que o seu trabalho, por incrível que pareça, ainda está lá te esperando. - Seokjin, aproveitou a deixa para se aproximar e descansar seu braço por cima do meu ombro. - Ninguém naquele departamento sabe trabalhar com tanta excelência como você, jimin... E olha que você tá lá a menos de um mês.

- Tenho certeza que isso é exagero. Mas estou realmente louco para voltar a trabalhar... - Digo me livrando de seus braços e buscando em minha carteira a quantidade a se pagar do taxista. Agradecido ele vai embora, e eu pego minhas malas junto com Jin hyung, que me acompanhou. - E lá... bem... - Não sei de devo contar ou não que me encontrei com Jungkook.- Foi bom ver minha querida Jinsoo..batemos um parabéns simples e dormimos todos juntos. Adorei cada momento.

Seokjin não precisava saber sobre o irmão do Jungji também. Então, nos momentos a frente, conversamos apenas sobre mais algumas coisinhas sobre seoul e sobre o trabalho que me aguardava, junto com Hoseok, que retornou após deixar Jun dormindo no andar de cima e indo até a cozinha por liberdade própria, preparar um chá para todos nós.

E pelo jeito que a conversa está fluindo... meu mês será bem longo....

Away  [PJM🖍️JJK]Onde histórias criam vida. Descubra agora