CAPÍTULO 1

6 0 0
                                    


– Mana, será que eles vão lembrar da gente?

Pergunta minha irmã inquieta enquanto eu desço da moto enfrente a casa da minha ex sogra.

– Aposto que sim.

Falo respirando fundo. A família sempre me acolheu, entretanto as coisas não acabaram muito bem entre mim e o João Pedro, fiz ele sofrer bastante com nosso termino e voltar aqui me preocupa.

– Mas faz tanto tempo..

Olho para a cara da Amanda e ela aperta o interfone como num impulso, rapidamente alguém atende.

– Pois não?

– Oi, bom dia. A Rosana ainda mora aqui?

Pergunto para a voz do outro lado.

– Sim. – Responde o homem desconfiado – Quem deseja?

– Diz a ela que é a Luana.

Não demorou mais que 2 minutos para que a Rosana aparecesse no portão com um largo sorriso no rosto.

– Luana. Quanto tempo!

Ela me abraça forte por um longo tempo e eu suspiro aliviada pela aceitação.

– Amanda, como você cresceu!

Ela aperta o nariz da minha irmã, como fazia a 10 anos atrás.

– Vamos lá pra sala, aqui esta muito calor. Entra!

Fomos a seguindo até a sala onde nos sentamos. As coisas aqui estão muito diferente. Antes eram duas casas, a debaixo da vó do João Pedro e o sobrado onde eles moravam, nada muito luxuoso apesar de sempre ter sido muito bem arrumado. Hoje é tudo uma casa só, com cômodos grandes, deu até pra ver a piscina na parte de trás onde antes ficava um enorme matagal. A decoração, os moveis, tudo é tão diferente e bonito para ser sincera.

– O que trás vocês aqui depois de tanto tempo, filha?

Ela quer saber.

– Ah, tia.. Estou mais madura! Senti saudade da sua família, em especial do João Pedro, tenho pensado muito naquela época.

O sorriso dela sumiu ao ouvir o nome de seu filho.

– Faz alguns anos que eu e ele não nós falamos tão bem como antes, na real só mantemos contato por um laço que nos une.. Depois que você foi pra Vitória e deixou ele aqui, o garoto mudou, sabe? Primeiro ele sofreu demais, adoeceu.. – Ela da uma pausa e eu desvio o olhar. – Depois quando se levantou por um tempo andou certo, mas sabe como é menino novo, né?! Começou a se meter com gente ruim, eu tentei mudar as coisas na vida dele, porem só pirou o clima entre a gente. Como mãe o que me resta é pedir para que Deus o proteja.

Ela diz com a voz embargada, cortando o meu coração. Eles tinham uma relação tão bonita, sinto tanto que as coisas tenham mudado.

– Eu ouvi coisas, só não quis acreditar. – Ela segura minha mão fazendo carinho com a ponta do polegar. – Vi algumas vezes a Carol no shopping e sempre mandei lembranças para vocês. A cerca de um ano atrás encontrei o Tio Felipe, conversamos por horas no supermercado, ele queria que eu viesse mas pensei que você poderia estar chateada comigo.

Falo envergonhada, a forma como eu sai da vida deles machucou ambas as partes, eu posso ter sido egoísta, mas reconheço que foi o melhor para mim ir embora e estudar. Eu tive meus motivos! Vejo que foi o melhor que fiz, a família Sartori evoluiu, mas se não fosse por mim e pela minha profissão, meu pai e minha avó continuariam sem nada.

CUSTE O QUE CUSTAROnde histórias criam vida. Descubra agora