CAPITULO 2

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Já faz duas semanas desde que reencontrei o João Pedro, só que ainda não consegui me aproximar. Sua família me adora, disso não tenho duvidas mas ele parece fugir de mim igual o diabo da cruz.

– A Carol pode dormir aqui em casa?

Quer saber a Amanda, tirando-me de meus devaneios.

– Pode, claro. Só quero que seja sincera comigo, há alguma possibilidade de vocês estarem se pegando?

Sou curta e grossa. Minha irmã quase se engasga bebendo suco.

– Não. Só somos amigas de infância tentando recuperar o tempo perdido, ué.

– Sei. Na minha infância eu tive muitas brincadeiras inapropriadas com minhas amiguinhas.. 

Digo sorrindo safada e a minha irmã mais nova esta de boca aberta.

– Você é nojenta, Luana Sampaio Mendes.

– Imagine só, vocês duas querendo brincar de DJ uma com a outra.

Falo fazendo cócegas em sua barriga, ela morre de rir.

– Por enquanto nada. Confesso que é uma brilhante ideia para matarmos o tempo livre.

Agora é a minha vez de ficar com a boca aberta.

– Rosana e Tio Felipe não iriam gostar nada, nada disso. Vocês sabem! Da minha parte, fiquem a vontade.

Passeando pelo facebook vejo uma publicação em que marcaram uma amiga. Algo sobre hoje ter baile na comunidade onde a Alves jura que o João Pedro, ou melhor, o Jota domina.

– Vou sair hoje a noite. Não tenho hora pra voltar.

Aproveito o clima para comunicar minha irmã, saindo da sala e indo para meu quarto.

– Hmmm.. Depois eu que estou escondendo coisas.

Mando dedo para ela e já vou ligando para minha superior.

– Que bom que você ligou, Sampaio. To meio sem tempo, só me ouve. Hoje tem baile na comunidade do Jota, preciso que você vá.

– Sobre isso que eu iria falar. Você não acha perigoso?

– Vou colocar dois dos nossos na sua cola, mando foto e nome via whastapp para você não ser surpreendida. Eles estarão espalhados e caso achem que precisa de ajuda irão agir.

– Ta. Muita cautela para manterem o disfarce. Vê se evita os pamonhas, não sabemos de fato com o que estamos lidando e não podemos colocar todo o plano, e a minha vida claro, em risco.

– Essa ira ser sua última chance, você não recebe para passar o dia na piscina com a mãe do criminoso, esta sendo paga, muito bem paga por sinal, para trabalhar, então se movimenta. Se não der certo hoje trataremos as coisas do meu jeito.

Dito isso ela encerra a chamada. Reviro os olhos e taco o celular em cima da cama. O jeito dela seria eu dormir com o João Pedro de cara e reconquista-lo com um chá de buceta pra que ele revele seus piores crimes na cama de um motel, não acho que as coisas irão funcionar dessa forma, eu conheço eu ex noivo, sei que ele tem dificuldade em confiar e eu preciso reconquista isso aos poucos, e começar pela família dele é um ótimo passo.



Na esquina da comunidade, onde pode se considerar a entrada principal tem uma padaria e uma barricada com quatro homens vigiando, mais a frente em uma rua conhecida como "quebra" vejo mais alguns homens com mochilas nas costas, radio transmissor e armas nas mãos enquanto vendem drogas. Por cada um deles que passo recebo uma cantada diferente, chego a sentir nojo com o nível de vulgaridade. Desço da moto e a deixo parada junto das demais, dou uma rápida varrida no local com o olhar e já posso ver o Torres, um dos agentes que a Alves disse que mandaria para me dar cobertura, ele esta conversando com duas mulheres mas graças ao meu bom Deus parece bem atento, seu olhar até encontra o meu, mexo a cabeça o cumprimentando e ele faz o mesmo logo desviando o olhar para não dar muita bandeira. Vou até uma das barraquinhas e peço uma Budwiser. Nada como uma cerveja pra dar coragem.

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⏰ Última atualização: Sep 24, 2020 ⏰

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