Capítulo 3

19 7 0
                                    


Cap 3.

Três meses se passaram e ao receber a visita de um primo da minha esposa que veio de longe para finalmente conhecer nossa casa, fomos surpreendidos com um cachorrinho que ele nos trouxe de presente, era um filhotinho da cadelinha dele e minha esposa o chamou de Bob.

Bob era muito pequeno e o criamos dentro de casa por alguns meses. Quando ficou maiorzinho, coloquei telas novas no portão, para impedir que ele fugisse e para evitar que Lucas o enforcasse como fez com Billy.

No segundo dia que Bob passou no quintal, o ouvi avançando no portão. Quando fui averiguar, Lucas estava tentando arrancar a tela para poder captura-lo.

O olhei diretamente nos olhos com todo ódio que tinha e ele rapidamente começou sua fuga, lenta como as de Garfield.

Corri até o portão e o observei até virar a esquina, o que levou certo tempo.

Não sabia como agir, era uma criança, especial, o que poderia ser feito?

Não fiz nada, apenas reforcei a tela. Que comecei a reparar, que toda semana era forçada.

Pensei em arrumar um "amigo maior" para a segurança de Bob, mas não passou de uma ideia, ter dois cães iria nos dar um trabalho que não estávamos dispostos no momento.

Quase um ano depois, a tela já não era forçada a alguns meses, Bob já era maiorzinho, mas eu evitava passear com ele pra não ter chance de atiçar Lucas, caso trombasse com ele na rua, e também evitava deixa-lo solto no quintal pelo mesmo motivo.

Um dia, porém, ao chegar em casa, Bob escapou do portão e correu até a esquina, ali ele parou e me olhou, alguém assobiou e ele correu para longe de minha vista, Lucas não era um problema a algum tempo, nem passou pela minha cabeça que poderia ser ele.

Quando cheguei na esquina o menino estava apertando tão forte a garganta de Bob que seus dedos o penetravam.

Ao me deparar com a horripilante cena, num impulso fui para cima do menino e o empurrei, o menino caiu para trás sem soltar as mãos do meu cachorro.

- Solte-o! – gritei.

A vizinha da frente saiu para fora no exato instante em que esbofeteei o garoto no rosto, o que o fez soltar imediatamente. Bob correu para casa e eu atrás dele, a vizinha voltou no mesmo instante para acionar a polícia e o pai do Lucas corria em passos lentos para a frente da casa.

Bob morreu no portão de minha casa, na calçada, antes de entrar na garagem. Entrei e liguei para a polícia imediatamente, disse que tinha um vizinho que tinha matado o cachorro da minha tia e agora tinha matado o meu, ambos com as próprias mãos, o policial começou a fazer uma série de perguntas o que me prendeu algum tempo ao telefone.

Quando saí para fora, Bob não estava mais lá. A calçada estava molhada, de onde Bob estava até a esquina, corri até a esquina, e a água continuava até a casa de Lucas que estava com o cadeado passado. Grudei no portão e vi o pai de Lucas entrar dentro da casa com o corpo de Bob nos braços. Soquei o portão incansavelmente até que a polícia chegou e me abordou no ato.

Fui imobilizado e algemado no mesmo instante. A vizinha estava na rua gritando que eu bati no garoto especial.

O pai do garoto saiu de dentro da casa, com outra roupa e com o garoto com o olho roxo, uma marca que certamente não foi deixada por mim, o esbofeteei quase que sem querer num movimento que era mais para assusta-lo, mas infelizmente o acertou, aquele roxo vinha de uma pancada muito mais forte.

Falei de Bob e que o garoto o tinha matado, mas os vizinhos disseram que nunca viram cachorro comigo e a vizinha da frente só me viu esbofetear o garoto, mas não viu cachorro algum.

Disse que o homem tinha ocultado o cadáver do cão na casa dele. Foi feita uma busca e nada foi encontrado.

Fui preso. Beatriz, minha esposa, só conseguiu levantar o dinheiro para a fiança cinco dias após minha detenção.

Começaram a desconfiar de minhas capacidades mentais já que em nenhuma das ocasiões que Lucas mostrou-se agressivo tive testemunhas a não ser pelo seu pai, que certamente as negaria a todo custo.

Billy, Bob, Garfield e NegaOnde histórias criam vida. Descubra agora