Chaves Celestes_ Almas

Capítulo 1_Caçada

O dia foi ensolarado, não era previsto uma tempestade. Os pingos grossos atingem meu rosto com grosseria. Correr pela cidade durante toda a noite atrás de um demônio não estava em minha agenda.
     Demônios são rápidos e astutos, mas são descuidados. O medo de ter Paladinos em seu encalço o faz tropeçar e cair em um beco sem saída.
_ PORRA. PALADINOS DESGRAÇADOS_ caído em meio ao lixo, ele grasnava tentando levantar
_ Ora,ora, ora, parece que os gatinhos encurralaram o ratinho_ James, um dos meus irmãos mais velhos que me acompanhou na caçada, ria enquanto dizia essas palavras_ Parece que é hora de comer rapazes e é claro minha querida dama
_ Ficarei agradecida se guardar seus gracejos para depois, James_ Ele provavelmente notou o tom de estresse em minha voz, e recua alguns passos permitindo minha passagem
_ NÃO SE APROXIME DE MIM, VOCÊ IRÁ SE ARREPENDER SE ME FIZER ALGO_ é incrível que mesmo em situações como essa, os olhos de um demônio não expressão absolutamente nada
_ Olha só, parece que você é um esquentadinho, devemos dar um jeito nele Alene?_ Jhonny, retira uma adaga da bainha de sua bota e me olha esperando ansioso por um comando positivo
_ Por favor dêem um jeito nesse imbecil, mas antes de mata-lo consigam alguma informação útil. Dimitri, cuide para que essas crianças não matem o rato antes da hora_ Dimitri responde meu comando apenas com um aceno de cabeça, ao contrário dos outros dois, ele sempre fica calado nas caçadas e é por isso que caçar com ele é sempre a melhor opção.
      Em um beco escuro e com fedor pungente, em meio a uma tempestade, cada segundo que passava parecia uma eternidade, os gritos do demônio eram ouvidos apenas por nós. Consigo ouvir cada corte sendo feito, e os resmungos dos meninos, provavelmente revoltados por não conseguirem retirar alguma informação do pequeno rato
_ Porra, que nojo. Sangue de demônio é nogento_ Jhonny balança a adaga como se fosse um brinquedo, a devolvendo para a bainha_ E não nos deu nenhuma informação. Porra rato inútil.
_ Olha pelo lado bom irmãozinho, temos novos suvenires_ James brincava com alguns dentes como se fosse uma criança que acabou de ganhar um brinquedo
_ Caramba, você é nojento_ Olho em direção ao lado escuro do beco e posso ver a silhueta do demônio agonizando, banhado em seu próprio sangue_ Mas que merda, se ele não deu nenhuma informação porque caralhos vocês deixaram ele vivo_ A irritação em minha voz é nítida.
_ Deixamos ele pra você, pensamos que talvez você iria querer terminar isso_ Dimitri me estende sua adaga e faço questão de pegá-la. Ele está certo, quero terminar isso. Tudo em volta do pequeno rato estava encharcado de sangue e água da chuva.
        Sempre gostei dessa parte. Apesar de serem demônios sem sentimentos, na terra eles possuem corpos humanos, a dor em seus olhos no momento em que uma adaga é enterrada em seu coração é como colírio pra meus olhos.
_ Olhe só para você, mesmo nessa situação ainda mantém a boca fechada. Parabéns são poucos que aguentam a tortura dos irmãos Belmont sem nem mesmo dizer um "a". E é por isso que acabarei com sua vida da forma mais rápida possível_ Enterro a adaga perto de seu coração, e assisto enquanto seu corpo se desfaz em cinzas. Enquanto me afastava conseguia ouvir enquanto sussurra uma canção de ninar: London bridge is falling down, falling down, falling down, my fair lady.