A despedida pt.1

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Desculpa a demora para postar, a EAD tá me matando e eu fiquei sem tempo ( e criatividade). E desculpem o capitulo pequeno também (prometo que a parte 2 sairá em breve)

aproveitem!

Seis da matina, banho, roupas formais, perfume, carro, trabalho. Acho intrigante a forma que acabamos por entrar em uma rotina sem ao menos notarmos, com exceção dos aquarianos, nos acostumamos a viver tão repetidamente que os dias começam a passar depressa diante de nossos olhos, enterramos emoções antigas pois " já somos adultos', deixamos de sentir, não vivemos nossas tristezas devidamente e convivemos com uma mágoa árdua de ir a falência emocionalmente aos trinta. Vivemos de forma tão monótona que qualquer evento que quebre nossa rotina procuramos evitar ao máximo, não pude evitar o casamento, não pude evitar as despedidas.

Sabe do porquê citar varias vezes "me chame pelo seu nome", sinto que eu e Elio somos parecidos, ele cria suas paranoias, faz o leitor acreditar que o sentimento que ele tem em relação a Oliver é totalmente unilateral, mas o motivo disso é porque a narração acontece totalmente em sua visão. Eu passei o livro todo em busca de saber quais são os sentimentos de Oliver por Elio, é assim mesmo que me sinto com o Tae, estou em uma busca incansável para descobrir seus sentimentos por mim, mas parece tarde demais. Vê-lo com roupas casuais e um sorriso radiante puxa cada vez mais a venda que cobre meus olhos com esperança, mas seu sorriso é a perfeita definição de perfeito. Taehyung, se soubesse o quanto me deixa com as pernas bambas apenas por olhar me fixamente e acenar com suas mãos bem esculpidas, se ao menos soubesse o quanto meu coração acelerou nesse momento, apenas e somente apenas, por você vim correndo em minha direção e me abraçar, talvez essa seja a MINHA despedida, estamos abraçados agora, consigo sentir seu coração que bate como se não houvesse um amanhã, respiração, perfume, sua pele quente. Mas como a vida não é um conto de fadas, esse abraço não dura o tempo necessário.

Olhei ao meu redor, todos vestidos com roupas casuais e confortáveis, comendo e conversando sobre suas cansativas vidas adultas, filhos, empregos, viagens em família... odeio essa parte da vida, seguir um molde da sociedade que se resume em escola e trabalho, para depois ter o mínimo de diversão com a sua família. Jamais criticando o modelo de família, eu até gostaria de ter uma, porém não sou eu que casa em alguns dias, 'Taehyung, meu melhor amigo de longa data, de longos beijos e abraços esquecidos, existentes.

No geral a decoração é bonita, rústica. Não de moro para me juntar com alguns conhecidos em uma mesa, dentre eles posso citar a marcante presença de Jin e Namjoon que inicialmente puxam assunto comigo, principalmente o Nam, ele tem essa ideia de "não quero que nenhum de meus amigos se sinta excluído então converso com quem está muito calado" é fofo da parte dele.

–Daqui meia hora chegam as strippers– um homem de cabelos descoloridos comenta

– Eu achei que o Tae não quisesse... quer dizer, ele disse que seria uma festa calma– eu me pronunciei em um tom baixo, todos da mesa me olharam e eu fiquei levemente envergonhado.

–:Jin não te contou?– o mesmo homem de cabelos descoloridos me questiona, eu apenas nego com a cabeça e olho para Jin.

– Estamos organizando uma surpresa, eu só não te falei por medo de você contar 'pro Taehyung... Não foi por mal, mas você iria contar pra ele ou fazer essa cara que você está fazendo agora. Cara de bebê tentando cagar

Eu não falei para eles, mas não sei se meu hyung vai gostar dessa surpresa. Sou servido com petiscos variados, não sei a procedência e acho importante não saber, tem uns petiscos muito estranhos e talvez se eu descobrir o que é não queira provar. Dentre tantos petiscos e cervejas começo a me sentir bizarro, não que eu seja uma pessoa fraca para bebidas, porém essas estão extremamente fortes e eu já sinto minha cara vermelha, bêbado, é isso que eu estou.

Não deu vinte minutos e as strippers chegaram, não propriamente elas, mas um bolo falso gigante, isso é algo brega, cômico, algo que achei que só existisse em filmes pornográficos dos anos noventa ou dois mil, me lembra aquele tipo em especifico de pornô em que um policial finge te prender e do nada começa a tirar a roupa. Talvez eu tenha assistido e lido muitas histórias desse ramo na minha adolescência, mas acho que não sou o único.

De repente Taehyung foi levado para o centro do salão de festas, seu rosto estava em completa confusão, espero que ele não fique bravo pela surpresa. O bolo foi empurrado em um carrinho, um cara de terno tirou umas fitas de cetim colorida e o bolo branco e rosa foi se desmanchando, primeiro apareceu uma loira com belas curvas e depois uma mulher de cabelos pretos que aparentava ter trinta anos, algumas outras mulheres de diferentes etnias foram surgindo e fazendo uma dança estranho, eu queria sentir vergonha alheia, mas talvez eu esteja com um pingo de inveja por elas estarem seduzindo-o de forma tão natural. Levei em consideração os conselhos que venho recebendo e me repreendo por ter ciúmes de algo que não é meu, tento focar nas comidas que estão a mesa.

– Eu estou ficando envergonhada–uma garota sentada juntamente conosco comentou.

– Você vê isso como um tabu?–Jin questionou, meio irônico e surpreso, digamos que é estranho para um médico ginecologista ver uma mulher ficar envergonhada com strippers seduzindo um amigo. JIn é o mais velho de meus amigos mais próximos, eu acho estranho ele ter escolhido essa área para se especializar, mas cada um com suas escolhas.

– Não que seja um tabu, mas olha para cara do Tae! ele parece estar tão sem jeito...

– Que nada, ele só é muito puritano, mas do tanto de bebida que ele consumiu sua pureza está a um passo de ir embora– disse piscando um dos olhos.

Olho de escanteio para a cena das moças servindo mais e mais álcool para kim, respiro fundo e me dou o direito de pegar algumas latinhas de cerveja e ir tomar um ar. Do lado de fora da festa tem um campo verde, vou o mais distante possível da porta e me sento em um dos bancos brancos que me lembram a arquitetura vitoriana. Atrevo-me a dizer que estou em um cenário de Orgulho e preconceito.

De todas as vezes que eu tive que aguentar Taehyung se esfregando em alguma garota, essa com certeza foi a que menos me incomodou, sorrio com o pensamento de que posso esquecer ele. Já estou na minha última latinha e as horas já estão avançadas, talvez eu possa ir embora sem ninguém ver e estará tudo bem.

– Santa Maria, aí está você!– acabo soltando um grito, um tanto fino demais, ao ouvir a voz de jimin surgir do nada– eu procurei você pela festa toda, Taehyung pediu para eu te chamar– sua voz é desesperadamente engracada.

– Por que ele pediu para você me chamar?

– Ele disse que queria beber um pouco com você. Ele 'tá lá atrás do salão– disse me estendendo a mão para me guiar até Tae.

Não é a primeira vez que bebemos juntos e gosto de pensar que não será a última, talvez quando ele estiver com o matrimônio concretizado essa bebedeira seja a única forma de me ligar a ele.

Contornamos o salão e fomos à uma área de lazer, aquelas com churrasqueira e uma piscina mediana, Tae está sentado em uma espreguiçadeira com um sorriso nervoso.

– Agora eu vou dá privacidade oara vocês– Jimin disse sorridente me deixando as margens do olhar cortante de Taehyung.

i'm not a heatherOnde histórias criam vida. Descubra agora