Q.G

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Valkyon on

Dias e até mesmo quase semanas que procurei Hanna sem parar sem ninguém descobrir,forcei a mim mesmo andar cada canto fora do Q.G mas parece ter sido inútil.

Soltei a respiração pesada enquanto agarrava fortemente a maçaneta da porta e reuni coragem para abri-la. Entrei devagar como se alguém ainda estivesse lá.

O quarto estava vazio e intocável,as cortinas fechadas e as luzes apagadas,sentei com calma na cama e olhei ao redor. Minha mente estava um pouco bagunçada mas não tinha mais jeito.

Olhei todos os lugares e ela também não apareceu,segui ao guarda roupa e o cheiro que surgiu quando o abri me trouxe memórias que eu tinha guardado no fundo de mim. Não consegui evitar sorrir ao lembrar de sua audácia na prisão ao me perguntar do porquê eu estar lá.

De sua força e coragem ao dizer que poderia me derrubar,do seu carinho escondido e apenas demonstrado na árvore de cerejeira e olhei com um pouco de pesar para a cama arrumada onde a tive para mim por uma única vez.

Minhas mãos tremeram levemente e acabei batendo com força as portas do guarda-roupa,minha atenção se voltou ao mesmo e notei que tinha o quebrado na parte de baixo da porta,um pequeno pedaço de madeira pintado levemente de amarelo e me agachei para prestar atenção pela primeira vez em flores amarelas (girassóis) e pequenas pintadas...por ela?.

Ezarel não perderia seu tempo pintando algo,tentei encaixar o pequeno pedaço mas não consegui e levantei enquanto apertava fortemente os punhos,senti a raiva crescendo em mim ao lembrar daquele dia em que a vi cair e com toda minha força joguei a cadeira contra a parede.

Ezarel entrou rapidamente com o olhar tenso mas logo sumiu ao me reconhecer e olhou a bagunça que a cadeira tinha se tornado.

Ele não me perguntou nada,apenas balançou levemente a cabeça e apoiou a mão em meu ombro me acompanhando para fora do quarto,hoje foi o último dia que a procurei...hoje eu estarei desistindo de você.

P.o.v Hanna on

Esperei horas em silêncio dizendo a mim mesma que estava treinando mas ele não apareceu,o sol já estava começando a se por mas ele não tinha aparecido a dois dias.

Ele finalmente tinha se cansado e desistido?

Isso parece bom,ele finalmente parou de perder tempo.

Cruzei os braços em silêncio e chutei de leve algumas pedras antes de juntar tudo na mochila e coloca-la nas costas,segui meu caminho até o esconderijo mas novamente com a sensação de algo me observar,parei de maneira brusca e ouvi galhos sendo quebrados.

Fechei a cara e olhei ao redor com atenção até notar pequenos olhos brilhantes dentro de uma árvore oca e quebrada,me aproximei devagar e um baixo rosnar surgiu de lá e logo o reconheci,acendi a lanterna e a pequena criatura negra se espremeu contra a árvore enquanto me olhava desconfiado.

Me agachei devagar enquanto mexia na mochila e estendi levemente a mão com um pequeno pedaço de carne,fiquei parada deixando ele me analisar. Demorou alguns segundos até ele se aproximar devagar e comer o que estava em minha mão.

Usei a mão livre pra fazer um leve carinho atrás de suas orelhas e seu corpo relaxou aos poucos,acabei sorrindo e então usei as duas mãos para lhe fazer carinho e ele apoiou levemente a cabeça em minhas mãos.

-Bom garoto,onde está sua família? -ele me olhou com atenção e eu mantive seu olhar,sabendo que se desviasse eu perderia toda sua confiança e talvez até seu respeito.

O pequeno se afastou e pouco depois olhou para trás em minha direção,entendi seu pedido e o segui.

[...]

Mascarado on

Continuei examinando a biblioteca aproveitando a ausência de Kero,eu já tinha virado todo esse lugar mas sentia que algo ainda faltava.

Eu estava deixando passar mas não poderia apenas pedir que Hanna viesse no meu lugar,ela obviamente iria querer saber o porquê.

Cruzei os braços em silêncio enquanto olhava ao redor e o som de passos me fez correr e me esconder atrás de uma prateleira,ouvi a voz de Kero com a de uma garota que não tive tempo de identificar já que algo pesado caiu em meu pé e eu rapidamente tapei a boca e fechei fortemente os olhos.

A garota falava tanto sem parar que nenhum dos dois conseguiram ouvir que algo realmente caiu.

Respirei fundo e procurei o que tinha me acertado,vi a caixa pequena feita de madeira escura,ouvi ambos saírem ao pegar algo e abri com curiosidade a caixa que eu não tinha visto antes.Olhei em volta e vi que ela tinha caído da parte de trás de uma prateleira alta.

Examinei os papéis ali dentro e não pude segurar o sorriso que surgiu em meus lábios de forma involuntária e tão grande que minhas bochechas estavam ficando doloridas. Era isso.

Era apenas isso que eu precisava saber!

[...]

Hanna on

Eles era vários,eu li na biblioteca do Q.G sobre black dogs e sobre o quanto eram malvados e falsos. No inicio eles me cercaram e achei que pulariam em mim a qualquer momento mas o baixinho me defendeu.

Caminhei pensativa para o esconderijo enquanto refletia sobre aquilo,eu tinha a confiança de um deles e logo conseguiria a dos outros graças a ele...

Entrei no local e Lux pulou em meus braços,a segurei a tempo e vi o mascarado parado no centro do local,eu ia seguir direto mas sua voz não deixou.

-Lembra que você me deve favores,Hanna?

Respirei fundo antes de me afastar alguns passos para olha-lo.

-E o que você quer agora?

-Iremos invadir o Q.G.

-Como?-levantei uma sobrancelha tendo quase certeza de que ele estava louco. Eles tem guardas lá,como nós dois daríamos conta de todos eles? Daríamos conta do Valkyon?...

-Isso que você ouviu,você tem alguns dias para se preparar.

-Por que eu iria lá? -levantei o queixo enquanto falava.

-Simplesmente descobri algo de seu interesse...

-É mesmo? -olhei curiosa.

-Seu objetivo é voltar para casa,não? -ele pegou uma mecha do meu cabelo.

-E como eu consigo fazer isso? -afastei sua mão.

-Me ajude primeiro e eu te contarei quando estivermos lá.

-Eu não tenho nada que me faça confiar em você,como posso saber se está sendo sincero? -apertei levemente minha mascote.

-Você não tem mas acredito que é melhor que ficar nas buscas vazias e sem sentido que está fazendo agora,certo?

Dei as costas enquanto analisava aquilo,eu realmente não estava avançando e o que me custaria? Primeiro eu manterei o olho nesse maldito e segundo ele não pode me trair ou eu mesma arranco seus órgãos e os jogo para meu novo amigo.

-E no que isso vai te beneficiar? Digo,essa invasão?-olhei com interesse e ele deixou escapar uma risada divertida.

-O que acha de eu apenas revelar um segredo por vez?

Se realmente tem algo lá que pode me levar para casa vai ser muito bom mas se não tiver ele vai ter que me recompensar de alguma maneira.

Suspirei ao ver que não tinha nenhuma outra opção e ele entendeu.

-Treine bastante,Hanna. Logo você vai voltar para seu mundo e todo esse esforço vai valer a pena.

Ouvi seus passos se afastando e logo sumindo,a única coisa que me deixava inquieta era pensar se...se Valkyon iria ficar bem.

xxOnde histórias criam vida. Descubra agora