Mascarada

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[P.o.v Hanna on]

Terminei meu banho e sentei na cama enquanto secava meu cabelo com uma toalha,estava usando uma roupa aleatória que o mascarado me deu. A noite foi horrível e estou exausta mas ainda assim faço curativos por meu corpo.

Olhei a mascote que dormia no canto da cama e fiz um breve carinho em sua cabeça.

Pelo menos você parece melhor do que eu,isso é o suficiente no momento.

[...]

Acordei algumas horas depois,me sentia melhor com os remédios e sentei na cama enquanto prendia meu cabelo em um coque.

-Também está com fome? -olhei a mascote puxando levemente minha calça e me agachei para acariciar sua cabeça.

-Fique aqui,eu volto em alguns instantes.

Sai do quarto em busca de algo para comer e entrei na cozinha,escolhi algumas coisas pra mim e peguei ração para Lux. Segui meu caminho de volta para o quarto mas parei antes ao ouvir vozes.

-Que tipo de surpresa você teria para me mostrar? -reconheci a voz de Leiftan e me encolhi em um canto enquanto o olhava conversar com o mascarado.

-Eu ganhei uma ajudante e ela parece ser boa no que faz. -sua voz presunçosa me fez dar uma careta.

-"Ela"? Achei que fosse um lobo solitário.-Leiftan apoiou seu corpo mais para frente enquanto olhava o outro.

-Chame isso de troca equivalente,eu evito que ela morra e ela precisa me devolver pequenos favores enquanto faz seus próprios serviços. -ele deu deu de ombros.

-E quando irei conhecer sua nova ajudante?

-Quando ela resolver deixar de se esconder e ouvir as conversas das pessoas,certo?-ele virou a cabeça direto na minha direção e logo sai de meu esconderijo.

-Hannahlly?!-Leiftan levantou com um olhar surpreso.

-Também não esperava você aqui,Leiftan.-confessei.

-O que aconteceu? Todos acham que você morreu! Como chegou aqui? Valky-...

-Ela forjou a própria morte-o mascarado o interrompeu.

-Isso...eu não entendo-ele piscou ainda confuso.

-Eu quero retornar ao meu mundo mas viver no Q.G está me limitando muito.-resumi rapidamente sem envolver sentimentalismo.

Leiftan sentou enquanto recebia as novas informações e voltou a me analisar de cima a baixo,seu olhar me perguntava o porquê de eu estar com tantos curativos mas não fiz questão de responder.

-Você vai mesmo ajuda-lo? -Leiftan cruzou os dedos no colo.

-E o que você faz aqui afinal,Leiftan? Se me permite perguntar,de que lado você está? -o analisei alguns segundos e retornei ao meu quarto sem intenção de ouvir sua resposta.

Ela não mudará nada na minha missão mesmo.

[P.o.v Valkyon on]

Olhei ao redor para ter certeza de não estar sendo seguido e saí do Q.G.

Fiquei alguns dias quieto no quarto para Miko não desconfiar mas eu não aguentava mais,mesmo que sozinho. Eu tenho que tentar.

O sol ainda nascia e aproveitei que não teria treinamento hoje,segui em direção a floresta e comecei a procurar. Cada vez mais longe,mais fundo.

Será que você ainda está viva? Estou tentando ser positivo mas você não deu sinal. Me dê um sinal,Hanna.

[Não muito longe dali]

Recuperava o ar durante o treinamento difícil que fazia,tinha ficado muito tempo sem fazer nada e agora precisava retomar meu físico.

Tirei esse tempo para me recuperar e já me sentia pronta para retomar minha rotina,fiquei sabendo de um festival durante a conversa de Leiftan com o mascarado.

É tipo um ano novo do meu mundo? Vai acontecer em algum tempo mas os preparativos estão começando devagar. Estava perdida em meus pensamentos até ouvir algo.

Alguém se aproximava.

Em movimentos rápidos escalei uma árvore e me escondi entre as folhas,retirei um canivete da bota e fiquei em posição de ataque,seja quem for,eu estou pronta.

Apoiei meus pés pontra para tomar impulso para pular mas isso logo se desfez e baixei a arma devagar.

Valkyon?

O que ele está fazendo aqui? Ouvi que o Q.G não estava aberto. Ele parece concentrado enquanto olha ao redor ou examina o chão.

Guardei o canivete de volta na bota e me arrumei no galho enquanto o olhava se aproximar,parecia tão concentrado em sua tarefa e pisquei levemente enquanto uma dúvida surgia.

Talvez?...

Por favor,não me diga que essa busca é por minha causa...Valkyon,seu idiota.

O olhei se afastar enquanto continuava sua busca que obviamente não daria resultados e resolvi segui-lo de maneira discreta.

Meus passos eram leves e eu me mantive distante enquanto arrumava meu coque e me perguntava se esse idiota não se machucaria saindo sozinho.

Depois de observa-lo algumas horas ele suspirou insatisfeito e resolveu dar meia volta,voltei a subir uma árvore,escorregando e quase caindo,senti minha cabeça bater contra um galho e me agarrei em outro enquanto acariciava o local doído.

-Tem alguém aí? -ouvi sua voz firme e me encolhi no lugar enquanto ele se aproximava desconfiado,fui salva por um bichinho aleatório que nunca vi,ele passou correndo por ali e Valkyon guardou sua arma enquanto seguia de volta para o Q.G.

Fui um pouco descuidada,desci de meu esconderijo e segui ao de mascarado,notando olhos pequenos e brilhantes em um canto mais escondido.

Alguns dias depois

O idiota do Valkyon continuou a busca por dias,fico feliz que ele tenha desistido...

Ouvi batidas na porta e fui abri-la.

-Hannahlly -Leiftan mostrou seu sorriso gentil e eu abri espaço para ele entrar e sentamos juntos na cama.

-Acho que compreendo o porque de você ajudar o mascado.

-Nunca pedi para você compreender-o olhei.

-Tenha calma,Hanna. Estou do seu lado -ele levantou um pouco as mãos em rendição.

-Por que estaria? -levantei e comecei a organizar minha escravaninha.

-Você quer voltar pra casa,deve sentir falta de lá...mas eu queria te dar um aviso-ele levantou também e o olhei.

-Tome cuidado com ele-seus olhos brilharam levemente com aquelas palavras.

-Eu sei o que devo fazer,Leiftan.

-Acredito que sim,parece uma garota muito inteligente. Só queria que tivesse certeza.

-Certeza?

Ele estendeu sua mão pra mim e a olhei por alguns segundos antes de voltar a olha-lo.

-Quero que saiba que estarei aqui se precisar -ele mostrou um pequeno sorriso,o analisei por um tempo antes de apertar levemente sua mão.

[...]

Abri a porta com força,alguns fios do meu cabelo escapavam e caíam em minha testa. Olhei o homem que estava em pé na sala e ele virou pra mim.

-Qual o problema Hanna? Está sentindo dificuldades em fazer o que pedi?

Joguei a bolsa em sua direção e ele a agarrou,uma risada escapando dele.

-O que diabos tem de interessante aí dentro? Eu quase fui pega por todas aquelas coisas que tive que juntar PARA VOCÊ! -o olhei de maneira furiosa.

-Errado,Hanna. -ele caminhou devagar em minha direção enquanto mexia na bolsa e eu o olhava sem entender.

-Você fez isso para você. -ele retirou uma máscara da bolsa e a virou em minha direção,ela era identica a sua.

xxOnde histórias criam vida. Descubra agora